quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Rata de biblioteca e as bibliotecas na França

Etes-vous comme moi un véritable petit rat de bibliothèque ? J'y passerais des heures !*
*Você é como eu, uma verdadeira rata de biblioteca? Eu passaria horas e horas em uma!
Não esqueca de visitar a biblioteca Strahovsky de Praga!

          Sempre adorei bibliotecas e nesse aspecto a França é o paraíso para mim!!! Se antes era um prazer, aqui para mim é uma necessidade... Pois apesar dos livros serem baratos em comparação aos preços no Brasil (sem contar as opções de livros usados por preços muitas vezes irrisórios), com o espaço físico reduzido aqui em casa, não posso ficar acumulando... E também como quem tira o pó sou eu, então penso mais de duas vezes antes de comprar! Praticamente todo parisiense (ou que mora em Paris) tem a sua carteirinha da biblioteca, até mesmo as crianças!
         Paris conta 58 bibliotecas municipais, algumas delas especializadas (cinema, línguas, música), e podemos nos inscrever gratuitamente e levar para casa livros, revistas, partições e métodos de idiomas. Basta apresentar um documento de identidade e um comprovante de residência.
         Já para ter acesso aos DVDs e Cds, o preço anual (em paris) é de 61€ para o primeiro e 30,50 € para o segundo, o que, convenhamos, não é nenhuma fortuna! (ainda temos sorte que por Sylvain ser funcionário municipal em Paris, ele é isento dessa taxa). Os horários de atendimento são geralmente bons, bem variados (alguns dias fica aberto até mais tarde, abre aos sábados, e algumas abrem mesmo aos domingos). 
         E como se não bastasse, ainda moro BEM em frente a uma biblioteca/ mediateca bem equipada, e aqui na minha cidadezinha todos os empréstimos são 100% gratuitos!
São disponibilizadas obras para todos os gostos, desde os mais simples até os mais requintados: obras filosóficas, artisticas, grandes romances ou auto-ajuda, turismo, história... Até mesmo decoração, costura, tricô...

          Esses eu trouxe para casa ontem... difícil não voltar com os braços cheios! Alguém aqui já tinha me perguntado como escolho livros... Acho que vou por associação livre... Gosto de tocar os livros, as vezes escolho pela capa ou pelo título... geralmente nunca leio o resumo atrás...

           Escolhi o filme "Orgulho e Preconceito" pois recentemente li o livro da Jane Austen de mesmo nome que tinha recebido como presente, não posso dizer que gostei... Amei!!! Fiquei grudada do início ao fim, chorei... e fiquei tão triste que tenha terminado, pois não queria me separar nunca do livro...
           Cabrel em DVD porque sou apaixonada por esse cantor francês (ops, quero dizer, por suas músicas e sua voz)... Shakira recentemente regravou uma de suas canções (je l'aime à mourir), metade em francês e metade em espanhol. Prefiro ainda mil vezes a versão de Francis Cabrel!
           Dona Léon cujos livros sempre via nos cartazes de lançamentos no metrô parisiense... Americana, ela mora há anos em Veneza e todos os seus livros (policiais) se passam nessa cidade... A gente começa a conhecer Veneza como a palma da mão! Seus livros são mesmo vendidos nas boutiques dos museus de Veneza.
         Do Irvin Yalom adorei "Mentiras no Divã" e "A Cura de Schopenhauer", mas esse "Quando Nietzche chorou"  alguém tinha me emprestado no Brasil, mas nunca consegui terminar (comecei a ler durante um final de semana, o livro estava disponível na casa dela, de pois fui embora), e agora quero realmente ler do início ao fim.
          A Bela do Senhor li quando tinha uns 14 anos, então não posso dizer que captei tudo... Livro difícil para mim na época, mas que me fez sonhar em conhecer Genebra. Recentemente quando li "Heureux évenement", em determinado momento citava essa obra literária. Fiquei com ainda mais vontade de reler... mais de 700 páginas, espero sobreviver!
       Queria ler algo de filosofia, estava em dúvida entre Wittgenstein (de quem lembrei visitando recentemente um museu em Munique) e Schopenhauer, ambos me marcaram muito em minhas aulas de Epistemologia da Psicologia (principalmente pela minha nota "limite"!). Mas escolhi o segundo e da próxima vez fico com uma obra de Wittgenstein e uma biografia sua.
          O guia da Alemanha foi o um dos que usei em Munique, renovei para não esquecer os nomes dos lugares e poder contar tudo aqui para vocês! E não riam de mim com o russo, mas provavelmente precisarei dizer "bom dia", "obrigada" e, se não for pedir muito, assimilar o alfabeto russo, dito "cyrillique" em menos de 2 meses! Ao trabalho!!!

11 comentários:

Wilma disse...

Ah que luxo ter uma biblioteca assim tão perto! essa é a diferença aqui no Brasilzão, se moramos um pouco afastadas do grande centro, nada se tem desse quesito, uma vez por ano vem uma minúscula feirinha de livros para vender. Realmente, até eu iria virar uma leitora mais assídua com todo esse acervo a disposição e rico!! Parabéns!!!

Beth Blue disse...

Menina, nem me fale em rato de biblioteca. Aqui em Amsterdã a biblioteca central seria a minha segunda casa se fosse mais perto...eu tenho de pegar um ônibus pra ir lá senão ia todo dia!!!

Comentei aqui no meu blog:
http://bethblue.blogspot.com/2011/01/minha-biblioteca-favorita.html

E viva os livros! :-)

Jorge Fortunato disse...

Esse conceito de Mediateca é formidavel. sou sócio da Mediateca da Maison de France aqui do Rio de Janeiro. Confesso que quando era aluno da Alliance Française era muito mais assíduo. Como nao trabalho mais no Centro dá um pouco de preguiça de pegar e levar os livros....rs Mas a Mediateca sempre faz uns encontros com escritores e palestrantes. E isso tudo com a baía da guanabara e o Pão de Açúcar como pano de fundo.

Gisley Scott disse...

Dear,vc é tão fina :)!- Morar perto de biblioteca é muito bom, principalmente quando vc é isento dessas taxas. Deixa eu te perguntar uma coisa. Nas bibliotecas de Paris, eles ensinam/oferecem francês para estrangeiros?

Aqui eles oferecem inglês gratuito nas bibliotecas públicas.

Bjos!

Lilian Veiga disse...

Que Maravilha Milena ter um uma "Mina do Rei Salomão" bem em frente à casa, com tantos tesouros disponíveis:)

Bem... quanto à Jane Austen, AMO! Ainda mais O&P...quem não queria um Mr. Darcy pra si???:)
Tenho todos os livros dela, e os filmes tb. Em abril, levarei um exemplar, do segundo livro dela que mais gosto, PERSUASÃO ( não compre e nem empreste antes). Mas confesso, que dos personagens dela, gosto muito da Elinor e do Cel Brandon, do livro Razão e Sensibilidade. Tem o filme também, estrelado/dirigido pela Ema Thompson, que fez um excelente trabalho.
Veja, vai gostar!
beijos

Allan Robert P. J. disse...

A leitura é um hábito antigo; usufruir da biblioteca é um hábito que aduiri na Itália, talvez por ter a biblioteca local mais próxima.
:)

Milena F. disse...

Wilma, isso é verdade, existe no Brasil, mas em locais isolados, ou então falta atrativos...

Beth, antes eu ia de metrô mesmo nas bibliotecas de Paris, até que descobri a minha! Só me desloco quando preciso de algo especializado, ou então em uma especializada em cinema que fica ao lado do cinema que costumo frequentar, e que abre mesmo aos domingos! Nessa, ainda tem muitas mesinhas, todo mundo vai com seu notebook e pode utilizar internet gratuitamente... Acho superagradável!

Jorge, é verdade que quando é longe dos locais que costumamos frequentar fica complicado, pois além de pegar emprestado um volume, depois fica a obrigação de devolver na data!!! Então eu acho que cada bairro teria que ter a sua mesmo!!!

Milena F. disse...

Gisley, nas bibliotecas nunca vi não... existem os métodos de idiomas e os livros, mas é cada um por si... Para aprender francês existem os cursos baratinhos municipais (mas temos que estar de olho nas inscrições), ou então se inscrever na prefeitura de sua cidade... mas esse segundo dizem que não é lá essas coisas... Só mesmo para quem não sabe NADA MESMO!!!

Milena F. disse...

Lilian, engraçado que desde início me identifiquei com Mr. Darcy! Creio que pelo fato de sempre ter sido tímida e quietinha, muitas vezes confundiam isso com "orgulho" ou "esnobismo".
Ainda não li "Persuasão"! Vou aguardar!

Allan, creio que esse conceito de biblioteca pública, gratuita e de qualidade em todos os cantos da cidade é bem europeu... Imagino que a gente encontre em toda a europa! Uma delícia, não?

Fernanda Souza disse...

Temos mais que aproveitar mesmo e o bom da biblioteca é que podemos nos aventurar em livros que talvez ficássemos na dúvida em comprar e sempre podemos nos supreender!

Acho que tenho esse livro de russo aqui em casa hehe é sobre um "método intuitivo"? Acho meio complicado para o russo hehe mais bon courage!

Enaldo Soares disse...

Donna Leon é muito bom. O inspetor que combate a corrupção do Estado associado às grandes corporações. Os livros dela são regularmente lançados no Brasil.