segunda-feira, 28 de abril de 2014

Günaydın* Turquia !

Foi uma semana na Turquia que passou voando, mas ao mesmo tempo tão intensa de descobertas e emoções que tive a impressão de ter partido um mês inteiro!!!



Difícil foi voltar: Paris sob a chuva e 11ºC...
E mais difícil vai ser retomar o trabalho  hoje pela manhã!

*Günaydın = bom dia em turco

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Fez: centro espiritual e cultural do Marrocos

Fez é a mais antiga das cidades imperiais do Marrocos e uma das mais belas medinas do Mundo Arabe. Ela atravessou 1200 anos de história sem mudar muito e é o centro cultural e espiritual do país. Mais do que Marrakech, eu diria que o coração do Marrocos bate realmente em Fez.
Não lembro quando ouvi falar pela primeira vez dessa cidade, talvez tenha sido em uma aula de história, mas lembro que desde a adolescência ela mexia com o meu imaginário:

Olhando de cima, do alto da colina, temos a impressão de uma cidade fantasma, sem nenhum movimento, mas na cidade, tudo se passa sob as ruas  que são geralmente cobertas. E tudo soa bem mais autêntico:



Sua parte antiga é um labirinto de corredores intermináveis de ruelas e de souks. Nenhum carro entra ali, somente bicicletas, algumas motos pequenas e muitos burros e mulas! Ouvimos o tempo inteiro a interjeição "balak", que quer dizer "cuidado" (saia da frente!)
Impossível não se perder e por isso aconselha-se visitá-la com um guia e evitar a noite desacompanhado, principalmente se for mulher. Também não se recomenda ficar hospedado dentro da medina, somente mesmo para quem é muito aventureiro e olhe lá: as instalações são geralmente muito velhas, vetustas, e deixam a desejar em termos de higiene aos nossos padrões. Atualmente cerca de 150 mil pessoas vivem ali, exercem seus comércios, vão à feira, à mesquita... Uma outra vida, inimaginável para muitos de nós.

Contrastando com todas essas ruelas cobertas que para muitos parecem tão pobres, encontramos maravilhas!


Dizem que em Fez foi fundada a primeira universidade do mundo, muito antes da de Oxford ou Cambridge. Trata-se da Universidade-Mesquita Karaouine, proibida aos não-muçulmanos, podemos observar do lado de fora.
O verde, cor do Islã, é também a cor de Fez, e a vemos nos tetos, azulejos e portas. Não confundir com o "azul de Fez", que é a cor da cerâmica.

 Mais bela escola corânica de Fez é sem dúvida a Médersa Bou Anania, que esta, sim, pode ser visitada:



A medina de Fez conta mais de 60 fontes, geralmente situadas perto das mesquitas. 

Fonte an-Nejjarine data do século XVIII.

Os curtumes (onde se trabalha o couro) de Fez são uns dos locais mais emblemáticos. O couro do Marrocos é considerado um dos mais bonitos do mundo e em Fez seu processo é totalmente artesanal e "natural". Vale lembrar que as bolsas e outros artigos de couro que vemos nos souks em Marrakech, por exemplo, podem ser de má qualidade e made in China! Eh necessário tomar muito cuidado.
Ao caminharmos pelas ruelas, impossível imaginar que ao lado encontram-se esse tipo de atividade.

A imagem é fantástica, mas o cheiro é forte, e quanto mais quente, mais fedorento é. Na entrada eles nos propõem folhas de menta fresca para cheirarmos durante a visita e minimizar o problema. Vemos o couro secando, à esquerda os tanques esbranquiçados são para lavar, e esses coloridos para tingir.
O couro ainda é transportado por asnos, depois limpos com a ajuda de cocô de pombo e urina de vaca (pelo potássio). Para as cores, utiliza-se o índigo, o safrão, coquelicot e folhas verdes, tudo dependendo da cor que se deseja! Para a nossa surpresa, as lojas dos curtumes propõem uma quantidade incrível de modelos em cores e cortes bem modernos. Não resistimos e compramos uma jaqueta para cada um e já nos pararam na rua diversas vezes desde então para nos perguntar onde compramos. Nenhum cheiro estranho.




Outra tradição é a cerâmica de Fez, considerada de excelente qualidade, mas mesmo as pequenas fábricas ficam há muito tempo fora dos muros da cidade devido aos riscos de incêndios. 
 O trabalho em mosaicos também é muito bonito e minucioso. Primeiro quebra-se a forma que se deseja e depois se monta tudo do avesso, dando a forma que se deseja.


Na verdade Fez foi completamente diferente do que eu imaginava, mas talvez justamente por isso eu tenha ido embora de lá ainda mais fascinada!








P.S.: Existe também uma Fez mais "moderna", a cidade nova, que fica fora dos muros da Medina. Largas avenidas, carros, grandes hotéis, mansões e lojas de luxo.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Parque Vigeland, meu lugar preferido em Oslo!

Os dias escurecem cedo no inverno de Oslo e os museus e outos locais de visitação fecham cedo, o que exige muita organização da parte dos visitantes.
A vantagem é que os parques permanecem abertos dia  e noite! 
Minha colega de trabalho norueguesa já tinha me aconselhado a visitar o Parque Vigeland, mas devido ao tempo contado, só sobrou espaço no nosso planning ao final do dia. 

Mas o que fazer em um parque à noite, principalmente no inverno?
Não posso genelarizar para todos os parques, mas o Vigeland me transmitiu uma atmosfera tão intrigante e misteriosa. Um lugar realmente especial, povoado de personagens cheios de vida e de emoção. O silêncio de uma noite de inverno perturbado por um raros esportivos. Perfeita comunhão entre homem, arte e natureza.





O parque abriga mais de 200 esculturas em bronze, gratico e ferro forjado do artista Gustav Vigeland que também imaginou e desenhou a arquitetura.
 
Gustav Vigeland (1869-1943) conseguiu tanto captar o movimento dos corpos com uma incrível perfeição quanto manifestar a emoção na "ausência" de movimento. Mas sua obra mais importante ali representada é um pilar de 14 metros de altura, talhado em uma só pedra, representando 121 figuras entrelaçadas.

 
Também é possível visitar o museu Vigeland, pertinho do parque.

Sem dúvida meu lugar preferido de Oslo!

terça-feira, 8 de abril de 2014

Saint-Emilion, muito além de vinhedos

Saint-Emilion é conhecida no mundo inteiro pela excelente qualidade de seus vinhos, atraindo 1 milhão de turistas por ano. Um rico patrimônio cultural inscrito desde 1999 na Unesco e cujos vinhedos e domínios podem ser visitados.



Mas o que pouca gente sabe é que a cidade ela mesma é uma gracinha, marcada pela sua rica história medieval, justamente o que mais me interessa, e foi esse o foco da nossa visita. 
 Vista da Praça do Clocher (torre com sino)

 A Torre da Igreja Monotítica

Aconselha-se o uso de calçados confortáveis e sem salto para aproveitar melhor das ruelas de calçamento antigo e ladeiras. Eu estava de saltinho, mas meu sapato era muito confortável, e também estou acostumada.

A originalidade de Saint-Emilion se deve em grande parte da pedra calcária. Entre os séculos IX e XIX (ou seja, durante mil anos) o conjunto arquitetural foi realizado através da extração dessa rocha. 
Acima vista realizada do alto da Torre du Roy, e abaixo o próprio. Trata-se de um donjon do século XIII, um elemento arquitetural de desefa da cidade.

 Cloître da Igreja Collégiale, construído entre os séculos XII e XIV, em estilo gótico e rodeado de colonas duplas de extrema fineza. Arcos romanos e góticos.
Cloître des Cordeliers, na verdade ruínas em estilo romano e vestígios da antiga igreja.

Podemos visitar a maior Igreja Monolítica (abaixo, construída em uma só pedra) da Europa e são 200km de galerias subterrâneas. E seria esse calcário que oferece um solo excepcional para as vinhas de Saint-Emilion, daí a qualidade dos vinhos.
Igreja monolítica dos séculos XI-XII (janelas mais recentes)
A história (ou lenda?) conta que um monge chamado Emilion escolheu viver ali no século VIII, realizando diversos milagres e sendo reconhecido pela sua generosidade. Após passar seus últimos 17 anos de vida como ermita em uma gruta no centro da cidade, ele faleceu no ano de 767. 

A cidade se visita à pé e boa parte pode ser feita individualmente. Porém alguns locais só podem ser visitados com o guia do Serviço de Turismo, em grupo (7,50€ por pessoa), como a gruta onde teria vivido Santo Emilion, a Capela da Trinidade, as catacumbas e a Igreja Monolítica.
 Pinturas da Capela da Trinidade (realizadas no século XIV) que nunca foram restauradas.

Gostou? Talvez você goste também desses passeios:
- Mont Saint-Michel, um dos locais mais visitados na França
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