segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Arras: Memória viva da Primeira Guerra Mundial

No norte da França, quase na fronteira com a Bélgica e pertinho de Lille, existe uma cidade chamada Arras. Por acaso vi umas fotos e decidi ir conhecê-la, o que coincidiu com o mês de dezembro e as festividades de Natal.
Com um belíssimo alinhamento de casas de estilo flamenco, suas praças são consideradas umas das mais belas da Europa.

A cidade foi quase completamente destruída durante a Primeira Guerra Mundial (o Fronte ficava a poucos quilômetros dali, onde milhares e mulhares de soldados morriam por dia nas trincheiras) e foi totalmente reconstruída, de forma idêntica, logo após.
Em 1916 os britânicos chegaram na cidade, que foi completamente liberada de seus habitantes, e seus subterrâneos medievais foram ocupados pelos soldados. Em 1917, os alemães recuaram de 12km, custando a vida de mais de 250 mil homens (160 do lado dos Aliados, e entre 100 a 130 mil alemães), mas foi considerado uma vitória, já que durante 3 anos não tinham recuado de nem mesmo 1 centímetro.

Principais locais a visitar:

Suas magníficas praças: a Grand Place (grande) e La Place des Héros (ou também chamada a "pequena" praça), que juntas alinham 155 fachadas barrocas flamencas, com arcos no térreo. Si elas foram devastadas durante a Primeira Guerra, a recsontrução de suas façadas foi um excelente trabalho dos anos 20. Porém algumas conseguiram escapar da destruição, como a mais antiga (atualmente), que data de 1467. Era ali que há séculos era realizado o comércio (cada proprietário detinha um comércio).
Vista do alto do Beffroi
 Do alto parecem casinhas de boneca, não acham? 
Achei o trabalho de reconstrução fascinante!



Prefeitura e Beffroi:
O Beffroi foi construído entre 1463 e 1554, e reconstruído entre os anos 30 e 40. Faz parte do patrimônio da humadidade pela Unesco (como todos da região). dali se podia ver a chegada dos imimigos ou os começos de incêndios, muito comuns na época. 




Boves: subterrâneos de Arras, que podem ser visitados em grupo com um dia. Inverno e verão a temperatura é de 11ºC. são 20km de túneis, mas somente uma pequena parte é aberta ao público. 

Outro local semelhante para visitar é a carrière Wellington (Memória da Batalha de Arras). Foi ali que milhares de soldados ficaram escondidos durante dias, se preparando para uma grande batalha (que não aconteceu). Especialistas neo-zelandeses de túveis trabalharam ali durante alguns meses para reorganizar essas galerias medievais, indo até o Fronte de batalha e acolher em grande segredo 24 mil soldados. Tinha hosptal, gerador elétrico, centro de telecomunicações, cozinha, tudo. 
O subsolo da cidade foi utilizado como abrigo para a população durante a Segunda Guerra. 

Museu de Belas-Artes
 Localizado na antiga Abadia de Saint-Vaast


Já na entrada podemos observar o verdadeiro Leão de Arras, o original de 1554 que esteve durante séculos na ponta do Beffroi.

No térreo podemos visitar um belo excenplo de Arte Sacra, e no segundo andar peças flamencas dos séculos XVII e XVIII. 
Uma impressionante sala abriga os enormes quadros que se encontravam na Catedral Notre-Dame de Paris.


Catedral Saint-Vaast
Saint-Vaast teria chegado na cidade e domado o urso que impedia os fiéis de seguirem os preceitos da Igreja. Seu estilo é um pouco diferente do que tenho visto pela França, um estilo que eles chama de "neogrego" comum no início do século XIX.
Existem outros locais para visitar, mas faltou tempo, jah que tivemos que dar uma paradinha para a visita gastronômica:
 Não resisto à "carbonade flamande" quando passo pela região: carne cozida na cerveja, que quando é bem feita é uma decilia (o que foi o caso no restaurante "Le Petit Rat Porteur"). 
O marido prefere as 10 mil calorias do Welsh, com seu queijo cheddar derretido.
E para adoçar a vida:

Mas creio que vocês me perdoam, pois provavelmente teriam feito a mesma coisa no meu lugar!


E os Gigantes de Arras, figuras folcloricas da cidade!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Pinheiro de Natal Ecológico

Nesse meu sexto Natal na França, até então eu nunca tiinha tido um Pinheiro de Natal.
No Brasil, a minha mãe sempre decorava um todos os anos, era um lindo pinheiro natural, geralmente que tomava conta da sala inteira!!!
Mas o que eu nunca gostei foi de decorar e da sujeira que o pinheiro faz, tendo que limpar ao redor praticamente todos os dias.
Aqui na França se vende muito pinheiro de natal, mas eu acabo achando que eles são ainda mais volumosos na base... E quando se mora em apartamento (pequeno), aí já viu, hein? 
Já pensamos em comprar um artificial, mas os que são realmente bonitos são muito caros, e os baratinhos são tão sem graça...

Porém este ano decidimos passar o Natal em casa, e ao organizar a ceia, realmente vimos que estava faltando alguma coisa. O que fazer? Sair correndo e comprar um pinheiro, mesmo se iríamos aproveitar pouco, investir em um de qualidade, ou comprar um baratinho só para quebrar o galho???

A solução encontrada pelo meu marido foi esta:

 Eu tinha comentado que "bem que ele poderia me desenhar uma árvore de Natal", mas quando cheguei em casa o resultado foi esse, bem mais elaborado do que eu poderia imaginar.

E olha, para quem gosta de tralahos manuais e pintura, não é tão difícil.
Seguem aqui as etapas:


O que eu mais gostei do meu pinheiro de natal é que ele é ecológico: feito de papelão reciclado, o que evita de cortar mais uma árvore.


O que vocês acharam? Apoiam essa idéia?

domingo, 15 de dezembro de 2013

Istambul: Santa Sofia e Pequena Santa Sofia

Um dos momentos mais marcantes que tive esse ano foi durante minha visita à cidade de Istambul. Tive a oportunidade de "descobrir" essa maravilha através de meus próprios olhos, se sentir seu cheiro e respirá-la.
São muitos locais e monumentos para visitar, e a cidade não se esgota com o passar dos dias. Se tudo nos parece exótico e novo (apesar do seu passado) duas maravilhas da arquitetura bizantina me marcaram em pleno centro histórico:

Basílica de Santa Sofia (Aya Sofya Camii)

Aya Sofya significa Santa Sabedoria ou Sabedoria Divina. Inaugurada no ano de 570, foi o maior templo cristão até a construção da Basílica de São Pedro, no Vaticano, mas isso cerca de 1000 anos mais tarde, façanha de Michelângelo.
 Vista noturna
Vista diurna em um dia ensolarado de março

Imagem anterior a 1453, quando era um templo cristão.

Em 1453, com o episódio histórico conhecido como Queda de Constantinopla (antigo nome de Istambul), foi transformada em mesquita na mesma noite, ordens do Sultão Mehmet.

Infelizmente seu interior ricamente decorado está em péssimo estado de conservação. Porém, considerando os séculos passados e os esforços, até que damos um desconto.

 Seus mosaicos são de uma fineza em cada detalhe.

 Seu interior esplendoroso contrasta drasticamente com sua arquitetura externa pesada e "desgraciosa". Vale lembrar que se trata de uma construção muito antiga. Teme-se um novo seísmo, e dizem que mesmo se a cidade inteira pode ser destruída pela (falta de) qualidade de seus prédios, a Santa Sofia deve permanecer em pé. E eu acredito fiamente nisso!





Vista da Mesquita Azul através de uma de suas janelas.

Se o local já foi Igreja e Mesquita, desde Ataturk não é mais local de culto, mas sim um museu. A entrada é paga e fecha às segundas.

Pequena Santa Sofia (Kuçuk Aya Sofya Camii)

Não muito longe da Santa Sofia, perdida em uma das ruelas dos bairros baixos (na parte baixa da colina, em direção ao Mar de Marmara) e escondida pelos prédios ao redor, uma outra mesquita/igreja impressiona, apesar do seu tamanho reduzido e da sua simplicidade.

Trata-se de uma Igreja Bizantina datando dos anos 530 (ainda mais antiga que a santa Sophia), mais tarde transformada em Mesquita, que é chamada de "Pequena Santa Sofia" pela similitude arquitetural com a ilustre. Eu não queria perder de jeito nenhum!
Foi nossa última visita, e mesmo com um mapa não é fácil de encontrar. Mas que maravilha de se perder pelas ruas de Istambul!
 Fortemente abalada pelos terremotos de 1648 e 1763, mas restaurada em 1831. se a sua decoração interna bizantina desapareceu, ela não resta menos autêntica e testemunha da evolução de Istambul ao longo de cerca de 15 séculos.
 Inicialmente preferi não entrar, já que estava de saia (apesar de meia calça grossa e opaca) e fiquei esperando do lado de fora. Foi então que o imam me convidou para entrar, pedeindo que eu tirasse os sapatos (serve para todo mundo) e cobrisse a cabeça (somente para as mulheres). Ele foi muito atencioso e nos explicou tudo em turco, pena que não compreendemos esse idioma. Mostrou todo o interior da mesquita, insistindo para que fotografássemos cada detalhe, que infelizmente não compreendíamos o real significado e importância.
 Eramos as únicas pessoas ali presentes (Sylvain, o Imam e eu) e pudemos apreciar com calma a simplicidade e a magiada pequena Santa Sofia. Toda a luminosidade era natural.
 O local transpira serenidade e é um convite para um momento de calma, o instante de uma prece, independente do "Deus" de cada um. Por que não, já que talvez só exista um?
Agradecemos e deixamos uma contribuição para a manutenção da mesquita, contribuição esta que não é obrigatória, mas de bom tom. 

Além disso, espero que ela continue viva e presente ainda por muitos séculos.



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Homens franceses

Certa vez algumas meninas na França comentaram que os franceses não são bonitos, que são sem graça, sem sal...

Bom, tudo é questão de gosto e gosto não se discute...
Porém existe uma infinidade de formas físicas

Mas resolvi fazer uma listinha dos meus franceses preferidos (em termo de beleza):


Alain Delon, que dispensa apresentações

Christopher Lambert: agora está um pouco acabadinho, mas sempre achei muito lindo esse ator franco-americano.

 Lambert Wilson, um gatão quando era jovem, e mesmo agora que já está um pouco passadinho, ainda arranca suspiros!
Um outro homem que sempre achei muito bonito e charmoso é o cantor Marc Lavoine (e que voz!!!). Mas como a idade chega e pesa para todo mundo, esse ano ele tem aparecido bem magro e envelhecido. Espero que não seja nada grave!

Vincent Cassel (ator e ex Monica Bellucci) é um outro que tem lá o seu sex appel e uma grande presença em cena. Ele e Monica Bellucci representavam o casal sexy por excelência!

Gilles Lellouch tem aparecido em quase todos os atuais filmes franceses e a sua cotação tem aumentado... Não é o meu tipo, para mim tem uma cara de "mulherengo", mas confesso que não me deixa indiferente.

O cantor Christophe Maé me dá vontade de levar para casa e dar colinho... Tem um ar tão meiguinho!
Os franceses odeiam, mas as francesAs (jovens) geralmente adoram.

 Não só ator, mas realizador de sucesso, Guillaume Canet é muito apreciado no círculo do cinema.

Não faz muito o meu tipo, mas a mulherada está correndo atrás do Jean Dujardin (do filme mudo The Artist)!

Jean Galfione, um esportista de alto nível... Ahhh

Mesmo François-Henri Pinault, uma das maiores fortunas francessas não é tão mal assim. No lugar da Salma Hayak eu também não teria pensado duas vezes, mesmo se muita gente acredita que ela se casou por interesse.

Pelo mundo afora os franceses têm uma reputação de infidéis... E muito disso se deve ao que pregava toda uma era de intelectuais franceses (só para citar Sartre e Simone que Beauvoir).
Ao mesmo tempo, a infidelidade dos políticos não é vista de forma tão negativa na França, como no caso do ex-presidente François Miterrand que levava uma vida dupla com a esposa e a amante, com quem teve uma filha ilégítima, e mais tarde Jacques Chirac, que confessou em suas "memórias" que amou muitas mulheres, o mais discretamente possível. para os franceses, o que o político faz em casa não tem nada a ver com o que ele pode fazer pelo país.
Fala-se que 34% dos homens e 24% das mulheres francesas já traíram o companheiro em algum momento da vida... Os sites de relacionamentos (extra-conjugais) adoram lançar dados chocantes, mas todos os estudos sérios apontam que a fidelidade é mais importante do que nunca, e os franceses são cada vez menos tolerantes às infidelidades.

Sinceramente, não creio que entre os brasileiros e brasileiras essas estatísticas sejam muito mais baixas.

Então, o que acharam da minha seleção de homens franceses? Levariam algum para casa?
Acrescentariam algum à lista?