quinta-feira, 31 de março de 2011

Londres à primeira vista

Gostaria de falar um pouquinho de Londres, onde estive em agosto pela primeira vez, para deixar um pouco das minhas impressões iniciais e falar das minhas expectativas para esse final de semana (minha segunda visita!), no qual poderei mudar de idéia ou corroborar as minhas teorias...

Desculpem-me meus amigos londrinos e demais apaixonados por Londres, mas a minha primeira visita não foi lá das melhores, e vou tentar explicar as minhas razões, mesmo que a maioria de vocês provavelmente não concorde!!!
Bem, confesso que a culpa disso tudo não tem nada a ver com a cidade, mas principalmente comigo mesma e com o contexto da minha viagem!

1º. Em plena época de férias de verão na Europa, eu sonhando com uma semana nas Ilhas Gregas (mas mesmo a mais barata Croácia já me servia!), e se fosse para visitar uma capital européia preferiria Madrid (pela época do ano), mas acabei passando minhas férias de verão em Londres! (erro nº 1 foi estar com outros destinos na cabeça)

2º. Acabamos indo com duas irmãs do Sylvain (a idéia era ir com uma que queria muito conhecer Londres mas não queria ir sozinha, mas na última hora a outra se convidou). (erro nº 2 foi não estar com a companhia mais indicada para o tipo de passeio que gostaríamos de fazer).

3º. Foram quatro  dias de muita chuva e fez bem friozinho para a época! Minha mala estava complemente inadequada para as condições climáticas encontradas... Levei casacos levinhos que não me serviram para nada, vestidos que nunca usei, tive que comprar um casaco (felizmente Londres é um paraíso para as compras!) e passei o tempo todo com os pés molhados, pois só tinha levado calçado aberto! Realmente os nossos passeios foram muito prejudicados pela chuva e é claro que com esse tempo, a visão turística não é aquela maravilha.

Conseguimos "passar rapidamente" para visitar diversos pontos turisticos da cidade, como a Abbey de Westminster (linda, valeu  a pena o ingresso "carinho" para visitar o interior, mesmo eu achando que 15 libras é um pouco exagerado), mas nesse momento estava chovendo tanto que não consegui nenhuma boa foto (exterior).
 Tower of London
 Big Ben e o Parlamento Inglês
Tower Bridge

Acho que visitei poucos museus, pois conseguimos visitar apenas dois, considerando ainda por cima que eles são gratuitos: o British Museum, que ficava ao lado do nosso hotel e cuja coleção do Egito Antigo estava no topo da minha lista de visitas (coleção fantástica, amei! mesmo não tendo visto tudo, é claro); e a National Gallery, cuja obra que eu considerei a mais impressionante ali exposta foi "O casal Almofini" (não sei agora a tradução em português nem nem inglês, só sei o nome em francês, quem souber, diga-me, please) de Jan van Eyck.
Mesmo para quem não conhece ou não gosta de arte, já deve ter visto essa pintura em alguma parte... Quem já viu e onde? Lançado o desafio!!! Vendo de perto é incrível a riqueza de detalhes, o drapeado do tecido... Tudo isso para uma obra de 1434! Vocês imaginam a técnica necessária para realizar esse trabalho nessa época? Conseguem imaginar como se vivia em 1434? E essa estátua de gata (Bastet), realizada entre 600 e 300 A.C. (antes da era de Cristo)?

 Uma das mais famosas pinturas de Van Eyck

Em frente à National Gallery

Visitamos o Hyde Park e o St Jame's Park sob uma chuva torrencial...

 Aguardamos cerca de meia hora sob uma árvore, ensopados e
comendo um cachorro-quente, até a chuva passar.

Um charme morar aqui, não acham?
O grupo fez questão de visitar a "casa-museu" do Sherlock Holmes. Bem divertido e ilustrativo, ainda mais quando eu li a maioria dos livros!!!

E então, o que vocês me aconselham para essa próxima visita, para que ela seja mesmo inesquecível e eu comece a AMAR  Londres?

O Tamisa tem o seu charme... mas confesso que não troco o meu Sena!

terça-feira, 29 de março de 2011

Deauville e Trouville: uma escapada romântica à beira do mar


Deauville é uma cidade à beira mar, na região da Normandia, reconhecida mundialmente pelo seu festival de cinema americano (desde 1975), mas também é um dos destinos preferidos dos parisienses que querem ver o mar, pois fica a apenas 2 horas de carro ou de trem de Paris. Eu que sou louca pelo mar, sempre gostei de praia no frio e adoro um final de semana romântico, claro que não poderia desperdiçar essa oportunidade de conhecê-la!
Além do festival de cinema, Deauville também ficou conhecida através de lindas cenas do filme Un homme et une femme (de Claude Lelouch, de 1966), que eu assiti umas dezenas de vezes no dvd em 2008 para me familiarizar à lingua francesa antes de vir morar aqui.

Saindo da gare (estação), partindo à esquerda (à pé, é bem pertinho), estamos na cidade de Deauville, toda lindinha, limpinha, cheirando a novo. As casas e demais construções são todas renovadas, bem pintadas. Trata-se de uma cidade bem burguesa e cara. Boa parte dos proprietários são franceses ou ingleses endinheirados que vêm passar as férias ou finais de semana perto do mar, praticando esportes náuticos, fazendo compras em uma das inúmeras lojas de luxo, se divertindo no cassino ou simplesmente se repousando. Sua reputação de estação balneária de luxo se deve a sua frequentação por artistas do cinema, tv, moda e personalidades políticas ou do mundo econômico.





Ja à direita (saindo da gare) encontra-se a cidade de Trouville, mais barata mas igualmente um charme! Para quem esta com um orçamento reduzido, dizem que sai bem mais em conta se hospedar em Trouville (porém nós encontramos um hotelzinho bem simpatico e baratinho em Deauville mesmo). Entretanto, é verdade que para as refeições Deauville se mostrou extremamente cara, enquanto Trouville bem animada e acessivel: existe uma rua cheia de restaurantes de frutos do mar (especialidade da região) fresquinhos, do dia, que servem menus (entrada, prato e sobremesa) muito interessantes e saborosos por volta de 20 euros. Trouville foi imortalizada pelo artista Eugène Boudin em sua série de pinturas que mostram as praias, o porto e os veranistas em Trouville, isso há 150 anos. Boudin foi um dos precussores do impressionismo.
Acima uma das famosas telas de Boudin, abaixo uma foto do nosso passeio!




Até o início do século XX, Trouville, uma antiga cidadezinha de pesca, era a destinação preferida dos parisienses, tornando-se uma destinação mesmo internacional, não deixando muito espaço à Deauville. Foi a partir de 1909 que ela foi perdendo espaço à sua vizinha, com a abertura do Cassino de Deauville e as suas noites de gala. Um pouco mais tarde foram abertos diversos hotéis de qualidade.

O Cassino, o hotel palace Normandy (do grupo Barrière, uma rica família francesa) e um exemplo de lojas de luxo.
Coco Chanel abriu uma loja lá em 1913 e na mesma época foi lá que abriu o primeiro Printemps fora de Paris.

A ver:

Les planches (planches pode ser traduzido como tábuas, ou em outro contexto pode ser prancha): uma calçada de madeira (de um tipo descrito como impossível de apodrecer) de 643 metros construída em 1923, que evitava que as damas chiques sujassem os calçados.


Place Morny, local da feira coberta aos sábados de manhã, seus cafés e restaurantes simpáticos. A mairie, restaurada em estilo neonormando fica ali pertinho.


Lindas paisagens à beira do mar (direção mar e direção cidade) e o porto:


 Mesmo o inverno tendo oficialmente terminado em março, no final do mês a água é extremamente gelada...
E eu não tenho certeza que isso mude muito com a chegada do verão!

Não tive tempo de explorar em Trouville o antigo bairro dos pescadores, nem seu museu. E pertinho fica uma outra cidade muito charmosa chamada Honfleur. Fica para a próxima!

Se você gostou de passear comigo por Deauville, poderá gostar tambem de conhecer as seguintes cidades francesas:
- Annecy
- Strasbourg
- Rouen
- Besançon

domingo, 27 de março de 2011

"Causos" interculturais

Diálogo entre Sylvain e uma colega "árabe-descendente":

Colega: Meu marido quer que a gente se mude para o Brasil, mas eu não suporto a idéia, só em pensar que lá só tem mulher negra, eu não quero viver em um lugar assim.
Sylvain: Mas o Brasil é muito grande, é verdade que em algumas localidades uma boa parte da população é de origem africana, mas não é a realidade para o país como um todo. Por exemplo, existiu muita imigração européia, e uma grande parte da população é "branca".
Colega: Não, não é verdade, você não conhece. Eu já vi na TV.
Sylvain: A minha esposa é brasileira e eu estive no Brasil há dois anos durante 5 semanas, então estou falando com conhecimento de causa, e não a partir dos clichês que a gente vê na televisão.
Colega: Mas a sua esposa, tenho certeza que ela é negra!
Sylvain: Não, nada a ver.
Colega. Você fala isso porque é o marido e não quer admitir. Mas diga-me: em comparação com  minha cor de pele, ela é como?
Sylvain: Praticamente a mesma cor, mas ela é mais clarinha...

µµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµµ

Diálogo com uma senhora francesa:

Senhora: Então você é brasileira? Meu filho me falou que no Brasil todo mundo tem guarda-costas, pois ninguém pode sair de casa sem guarda-costas.
Milena: Os ricos e famosos sim tem guarda-costas, mas as pessoas comuns, elas exercem suas atividades normalmente (escola, trabalho, shopping, etc). Existem lugares perigosos, mas geralmente a gente sabe que é melhor evitá-los, mas no mais, levamos uma vida normal, não muito diferente dos riscos que corremos aqui em Paris, cuja violência aumentou muito nos ultimos anos.
Senhora: Você como brasileira nunca vai admitir que o Brasil é o pais mais violento do mundo, mas eu sei pois o meu filho me contou. E eu vi na tv que no Brasil todas as mulheres são refeitas. Isso você concorda que é verdade, não é?
Milena: Eh verdade que no Brasil atualmente existem bem menos tabus em relação à cirurgia plastica, além de podermos contar com excelentes profissionais, dos mais reputados no mundo, e é por isso que a clientela internacional aumenta consideravelmente a cada ano. Desta forma, as brasileiras talvez sejam muito mais decididas na hora de operar um nariz muito feio (essa senhora tinha um nariz horrivel, a indireta foi para ela!), ou as orelhas de abano. E quando elas são "plates comme une limande" (retas como um peixe parecido com o linguado!) e isso as incomoda, elas colocam silicone mais facilmente do que uma francesa que vai passar a vida inteira frustrada com o tamanho dos seus seios e usar de diversas artimanhas para escondê-los ou dar a impressão de aumentá-los!
Senhora: E você é toda refeita, não é? Como fica a sua imagem do corpo?

(para o mundo que eu quero descer!!!)

P.S.: Não estou conseguindo postar fotos no meu blog. Eu carrego as fotos, elas aparecem no rascunho, mas no momento de publicar, cadê as fotos? Elas desapareceram! Alguém pode me ajudar? Lembrando que não toquei nas configurações.

terça-feira, 22 de março de 2011

Os Jardins de Versailles

Recentemente falei do Château de Versailles mas nem toquei nos seus Jardins. E não foi por esquecimento não, mas porque acredito que os jardins merecem um tópico especial. Exagero? Na minha opinião não!

Vista de uma das janelas do Castelo

Os jardins de Versailles foram desenvolvidos ao longo da evolução do castelo, mas é considerado uma obra (de arte) de André Le Nôtre, que começou a trabalhar nesse projeto a partir de 1661. Com seus lagos, bosques, e estátuas, é o modelo por excelência de um jardim <<à la française>>. A definição mais simples de um "jardim francês" é a arte de corrigier a natureza com a imposição da simetria. Quem fala em jardim francês, fala de simetria. Nesse tipo de jardim a ordem vence a desordem e a cultura vence a natureza selvagem. A natureza é organizada através da geometria, da ótica e das leis da perspectiva. Era necessário um grande conhecimento de arquitetura para construir um jardim desta forma.

Dá para encarar um jardim assim no quintal de casa?
(Google Imagens)
Podemos encontrar em cada canto a figura de Apolo, o Deus do Sol, como metáfora à figura de Louis XIV, o Rei-Sol.

Em determinados momentos a fonte está acionada e sai água por todos os lados, como se os cavalos estivessem realmente em novimento no lago.
(Bassin de l'Apollon e ao fundo o Grande Canal)
Podemos não nos dar conta, mas quando analisamos a complexidade dos sistemas hidraulicos necessários já no século XVII para fazer funcionar todas essas fontes que foram e ainda são uma das principais maravilhas dos jardins, então percebemos a grandiosidade da obra. Em resumo, antigamente o grande canal, além de um papel estético muito grande, exercia um papel estratégico: toda a água utilizada nas fontes chegavam até o canal, e então eram bombeadas e devolvidas aos seus laguinhos e fontes, com a ajuda de moinhos de vento. Mas se na época a água já era uma penúria no domínio (uma demanda muito maior do que a água existente na localidade), a situação não é melhor hoje, o que faz com que as fontes não sejam acionadas todo o tempo.

Bassin et Panterre de Latone

Dois lados rodeados de estátuas estão exatamente atrás do castelo.
Esse espaço se chama Parterre d'eau.



O domínio se estende por 80 hectares, propícios às caminhadas à pé (adorei essa foto que tirei em um dos passeios), de bicicleta e passeios de barco.
Ah, esqueci de dizer que os jardins são abertos todos os dias (durante o dia) e são gratuitos!!!
No verão são organizados espetáculos de águas, mas pagos.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Líbia, França e Eu

          Resolvi falar brevemente deste assunto pois muitos amigos e familiares brasileiros têm se mostrado muito inquietos em relação à intervenção da França (e outros países como Inglaterra, EUA, Canadá, Itália, etc) na Líbia.
          Não sei o que a televisão brasileira anda comentando pois não assisto tv brasileira (em primeiro lugar porque não tenho tempo e em segundo porque vivendo na França os acontecimentos no Brasil têm um impacto bem menor na minha vida do que os acontecimentos por aqui), mas aqui na França e na Europa o clima está muito tranquilo, ninguém está com medo de uma represalha ou uma invasão da Líbia na Europa. Ninguém acredita no poder naval, aéreo ou armamentício da Líbia. Então, ninguém fala em 3ª Guerra Mundial!
          Imagino que tem muita gente superestimando a Líbia, quando na verdade ela está acuada e sem nenhum aliado (parece que o único país que manifestou algum apoio). O ditador libiano Kadhafi é odiado pelos demais dirigentes árabes, que o consideram excêntrico e nem um pouco confiável. o Conselho do mundo árabe propôs e continua apoiando a intervenção da ONU no problema.
          Para mim, a Guerra no Iraque (caça a Saddam Hussein) foi muito mais perigososa, pois o Iraque era um país muito mais forte em armas e estratégias militares, e ainda se falava em ameaça nuclear e outros perigos (que nunca foram provados). E a intervenção no Afeganistão também foi e aainda é muito mais perigosa para as nações oposantes, pois um país reconhecido pela sua violência e ameaça terrorista justifica ser temido.
          O que podemos temer é uma ameaça terrorista de Khadafi, mas para isso precisamos estar no lugar errado e na hora errada para sermos atingidos. Não vou deixar de seguir a minha vida e de sair de casa devido aameaçar terroristas.
          Mas espero que essa "guerra" acabe de uma vez, minimizando as perdas humanos e materiais para ambos os lados. O mundo já vem sofrendo muito nesses últimos tempos e precisa muito mais de solidariedade do que de ódio!

P.S.: Gostaria de manifestar meus sentimentos em relação ao drama que viveu e ainda está vivendo o Japão. Trata-se de um país e de um povo que sempre admirei. Conheço um pouco das tradições, costumes e força dessa nação, já que tenho vários amigos japoneses e de origem japonesa. Como li em alguns blogs, mesmo estando aqui distante, eu me sinto um pouco mal em continuar fazendo coisas simples do dia a dia quando tem tanta gente sofrendo, como sair, me divertir, ou mesmo comer uma sobremesa. Mas por outro lado, existem muitos outros países em que as pessoas passam fome (no Brasil também, a gente esquece) e morrem de frio, e em muitos os direitos básicos à liberdade e à vida não são preservados, mas a gente não vê todo dia na televisão e até esquece que existe, e assim continuamos seguindo as nossas vidas...
Eu ainda sonho com um mundo menos desigual!!!

Eu e o SARUBOBO, um mascote da sorte da região de HIDA, no Japão (se aprendi bem a minha lição!)

sábado, 19 de março de 2011

Adam et Eve: novo espetáculo em 2012

Bem no início do blog eu comentei que era apaixonada por espetáculos musicais (você pode ler aqui ou aqui), e aqui na europa sempre somos abastecidos com o que há de melhor, já que em Paris chegam muitos dos espetáculos ingleses e da Broadway (em versão original ou adaptada).

Hoje li no jornal que em janeiro de 2012 haverá um novo espetáculo, podem apostar que vai ser um sucesso! Desta vez trata-se de Adão e Eva (revisitado), cujas canções serão de autoria de Pascal Obispo, um grande cantor e compositor francês que já trabalhou em uma outra comédia musical há 10 anos (Os 10 mandamentos) que fez um sucesso enorme, todo mundo lembra! Eu vou correndo atrás dos ingressos e assim que tiver mais informações conto para vocês!

Para quem não conhece Pascal Obispo, pode conferir algumas das músicas dele que eu adoro: Où Et Avec Qui Tu M'Aimes , Personne , Tombé Pour Elle (acho que um de seus primeiros sucessos), L'important c'est d'aimer. Ele compõe para diversos cantores e suas letras são consideradas verdadeira poesia.

E para quem não assitiu ainda a um espetáculo musical, pode verificar um pouquinho de Mozart Opera Rock, meu preferido até então! Não consegui incluir um vídeo feito por mim mesma e a qualidade também deixava muito a desejar, então vai do youtube mesmo!!! Espero que gostem !

quinta-feira, 17 de março de 2011

Château de Versailles e a Supremacia de Luís XIV

Já escrevi um post cujo título era o Roi Soleil, mas no caso não tinha nada a ver com a verdadeira utilização do termo, já que Le Roi Soleil, todo mundo aqui na França sabe e muita gente pelo mundo que prestou um pouco mais de atenção nas aulas de história também, já que nos livros o rei Louis XIV é o "Rei-Sol".
Para quem, como eu, adora história, lugares bonitos e castelos, impossível não visitar o Château de Versailles, já que fica ao ladinho de Paris e foi a principal moradia desse rei francês símbolo do absolutismo.

Já na entrada podemos contemplar essa magnífica escultura em que Louis XIV aparece altivo em seu cavalo, como se estivesse observando a cidade e seus visitantes. A estátua esteve muito tempo em restauração e foi reinstalada recentemente (2009 ou 2010)


Talvez a construção externa não impressione à primeira vista os desavisados. Mas é a terceira vez que visito o domínio do castelo e a cada vez fico e saio mais impressionada. A cada ocasião presto atenção em detalhes que antes não tinha reparado, e no conjunto a obra me parece ainda mais imponente. O interior é um luxo só!


A construção não possui torres, como a imagem que fazemos de um verdadeiro castelo, já que não é um castelo medieval, em que o padrão da época eram fortificações, e o objetivo não era ser um château fort (uma estrutura fortificada muito comum na Idade Média, cujo objetivo principal era garantir a proteção dos moradores do château em caso de invasões ou rebeliões, muito comuns no período, mas também uma forma de marcar o status social)

O castelo começou a ser construído na época do rei Louis XIII, mas era bem modesto, servindo como residência de caça. Com a morte desde e a ascenção ao trono de seu filho, Louis XIV (aos 5 anos!), este último não encontrava nenhuma residência real a seu gosto. Ele morou no Palais Royal, no Louvre e no Castelo des Tuilleries (tudo ali ao redor do museu do Louvre), Vincennes, Saint-Germain-en-Laye e Fontainebleau, mas não gostou de nenhum. Conta-se que se apaixonou por Versailles à primeira vista e decidiu construir lá o seu domínio, já que ele tinha uma certa desconfiança em relação à Paris e sua população, julgada difícil de controlar. Com a morte do Cardeal Mazarin em 1661, Louis XIV (então com 23 anos) adquiriu plenos poderes e decidiu que o château de Versailles seria um dos mais maravilhosos palácios da Europa. Foi muito criticado pela corte e pelo povo, é claro, devido ao dinheiro gasto em seus projetos, mas rei é rei, ele fez o que queria.

Uma das salas mais visitadas e mais famosa é a Galerie des Glaces (galeria de espelhos). São 73 metros de comprimento e 357 espelhos. Na época espelhos eram artigos de muito luxo, e a indústria francesa de espelhos na época "roubou" o monopólio de Veneza. Foi nesta sala que em 1919 foi assinado o Tratado de Versalhes, dando oficalmente fim à 1ª Guerra Mundial.

Galerie des Glaces
A arquitetura retoma o estilo clássico, composto de um plano simétrico, fachada com colunas e inspiração antiga ou mitológica. Muitas salas apresentam pinturas e esculturas nesse estilo, sendo mesmo nomeadas como Salão de Marte, de Mercúrio, Apolo, Diana, Venus, Hercules, etc, em relação com a decoração. Há igualmente um toque barroco para quebrar um pouco todo esse rigor clássico.

Salas inspiradas na mitologia.


Esse baixo relevo mostrando Louis XIV ainda com o seu cavalo deve medir uns 3 metros de altura, e fica acima do nível da cabela dos visitantes

Galerie des Batailles, medindo 120 metros de comprimento e 13 de largura, onde estão situados enormes pinturas representando os mais importantes eventos militares da história da França. Ela comporta também bustos de militares franceses mortos em batalha


Uma das peças dos apartamentos da rainha, tal como foi deixada por Maria Antonieta em 1789 quando ela foi feita prisioneira pelo povo (os parisienses!) que invadiram Versailles na época da Revolução.

Bem que eu queria uma dessas aqui em casa!

O castelo conta com 900 peças, 2513 janelas, 352 lareiras, com uma superfície toral de 67 mil metros quadrados. Eu então recomendo nada menos que um dia inteiro para visitar todo o domínio, e ainda vai ficar muita coisa para uma segunda vez!

Um dos cartões postais do castelo, mas desta vez visto sob a neve.


Como chegar:
Pelo RER C saindo de Paris, descer na estação Versailles Rive Gauche. Mas atenção, pois ele fica em uma zona de tarifação fora de Paris, então é necessário um bilhete específico (zona 4, enquanto Paris é zona 1)
O preço é um pouco elevado, mas vale cada centavo: 18€ o bilhete completo, incluindo o castelo, o Trianon e o domínio da Maria Antonieta.
Aberto todos os dias, com exceção de segunda-feira.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Kérastase para queda de cabelos?

Detesto o tipo de vendedora que resolve fazer o maior drama, nos assustar, para conseguir vender um produto! E talvez eu deteste tanto porque sempre acabo caindo como um patinho...
Desta vez foi sábado de manhã, fui ao cabelereiro que fica ao ladinho de casa e cujo preço não é exorbitante, e apesar de cada vez me deparar com uma equipe diferente, sempre gostei do resultado.
Desta vez, a menina que lavou o meu cabelo comentou que eu estava com muita queda de cabelo... Verdade que desde que vim morar aqui meu cabelo mudou e CAI muito! Eh um assunto que me preocupa muito e fico morrendo de medo de ficar careca... Por isso também não pinto o cabelo, pois mesmo quando tentei esses produtos tonalizantes meu cabelo caia horrores, eu temia retirar o produto e me deparar com nem mesmo um fio de cabelo na cabeça!
Quando a cebelereira veio cortar o cabelo, pentear, etc, e comentou que meu cabelo caía mais que o normal, e me fez várias perguntas como: se tomo algum medicamento (não), se estou grávida (não!!!), se estou estressada (sempre fui!!!) ou deprimida (de vez em quando sou baixo-astral), se já usei ou tentei algum tratamento para queda de cabelo (sim, vários!!!).
Então ela me disse que não restava outra solução para mim: eu teria que partir para as ampolas da Kérastase, já que a coisa estava realmente ficando feia para o meu lado, e até me mostrou que estou com algumas falhas no cabelo. Eu já sabia, já tinha notado em algumas fots (que nunca publiquei nos meus álbuns, é claro).
Perguntei como funcionava o produto e li a embalagem que ela me mostrou.

Ela ainda deu uma insistida básica... e eu topei. Ela já aplicou a primeira ampola ali mesmo e saí do cabelereiro 75 euros mais pobre e com um corte de cabelo que não tinha nada a ver com o que pedi e que detestei (meu marido e colegas adoraram, disseram que me dá um ar mais moderno!)
Mas o pior é que cheguei em casa e mostrei a minha mais nova aquisição ao meu marido, que não se mostrou nada convencido: ele usou durante meses e meses o mesmo produto e para quem não o conhece ainda, ele é atualmente assim:

Ou seja, esse produto foi 0% eficaz nele...

Bem, mas para não me desesperar por ter dispensado dinheiro à toa (detesto gastar dinheiro em coisas inúteis, ou comprar algo e depois encontrar mais barato... vocês podem não acreditar, mas eu sou supereconômica para muitas coisas, eu sempre quero fazer o máximo gastanto o mínimo) ainda tentei argumentar que a calvície nos homens não tem nada a ver com a queda de cabelos nas mulheres, etc... Mas ele não se convenceu e foi procurar na internet, e é verdade que uns 90% das opiniões dos usuários é negativa, eles dizem que o produto não funcionou neles . Pedi a opinião de umas colegas, pois trabalho em uma renomada empresa de cosméticos e minhas elas são superinformadas, e para o meu alívio elas tinham uma imagem bem positiva do produto, algumas até tinham testado e recomendavam.
Ainda venho aqui contar para vocês a continuação do tratamento, mas ontem utilizei a segunda ampola e hoje de manhã ao pentear o cabelo só perdi 3 fios, bem menos do que as dezenas e dezenas a cada passada de pente ou escova.
O que eu posso dizer por enquanto?
- cada flacon é composto de um líquido oleoso, mas a aplicação é fácil e o cabelo fica brilhante, hidratado, sedoso e nem um pouco oleoso (já que a aplicação é direto na raiz para tratar o bulbo capilar)
- o cheiro é bem neutro
- o shampoo da mesma gama que veio como tratamento complementar parece ser excelente! O cabelo fica bem macio durante a lavagem e mesmo após o enxague, dispensando o condicionador (mas eu não posso me passar de condicionador para neutralizar o calcário da água daqui). Odor neutro.
- Até o momento (2 aplicações), meu cabelo está bem macio e eu noto bem menos queda ao pentear, mas esse aspecto pode ser psicológico (efeito placebo mesmo).

Informações sobre o produto:

Intervention Antichute à l'Aminexil GL M [Aminexil 15.000 ppm, Gluco-Lipide (GL) 1.000 ppm, Madecassoside (M)] da Kérastase (Gupo L'Oreal)

Alguém já usou esse produto ou um outro para queda de cabelo? O que recomendam e o que não recomendam?