domingo, 31 de maio de 2015

Organizar viagens dá trabalho?

Se a gente quer fazer tudo direitinho, dá sim, e muito! 

Sei que muitas pessoas não organizam nada, compram a passagem e pronto, e geralmente sai tudo certo. Admiro esse despreendimento. Ou então a pessoa não se preocupa com dinheiro, o que é muito bom para ela, mas como cada euro que eu ganho é muito suado, não saio gastando sem contar. Gosto de viajar o máximo possivel, aproveitando o máximo possivel, e gastando o minimo.

Então vou falar de um planejamento de uma "grande viagem", que para mim é definida pelo seu custo financeiro, tempo e importância. 

E com as férias de verão européias se aproximando, chegou a hora de fechar os ultimos detalhes da "grande viagem de verão" que faremos esse ano.

Por mim as férias de julho/agosto já estariam pagas e organizadas desde janeiro, mas a minha empresa soh confirma as datas lá pela metade de abril, então não teve jeito, tivemos que deixar tudo para a "ultima hora".

Seguem aqui algumas etapas que sempre levamos em conta:

1. Chegar a um acordo sobre o destino da viagem. No meu caso com o meu marido, o que não quer dizer que seja fácil. 
Quem viaja sozinho tem essa vantagem, mas ai tem que ver um destino em que consiga se virar sozinho e onde se sinta seguro.
Esse aspecto foi facil, pois já tinhamos esse destino em mente e era a nossa prioridade.

2. Custo 
Com a idéia do destino, pesquisamos em linhas gerais o custo estimado da viagem, levando em conta principalmente: passagens, alojamento, alimentação e transportes internos.

Já tinhamos esse destino como prioridade desde o ano passado, mas na hora de colocar os custos no papel, resolvemos ir para a Tailândia e economizar um pouco mais para esse ano.

Nas viagens mais curtas que fazemos durante o ano, geralmente invertemos os processos: pesquiso primeiro pelo custo e depois a viagem!

Mas se você esperou o ano todo (ou a vida toda!) pela viagem dos seus sonhos, não acho que vale a pena gastar com um destino que não interessa muito.

3. Quanto tempo?
No nosso caso temos 3 semanas (o máximo de férias consecutivas que a minha empresa me acorda), então temos que escolher algo dentro desse tempo.

Eu acredito que quanto mais longa e cara a viagem, melhor passar mais tempo possivel.
Por exemplo, para sair do Brasil para a Europa, 1 semana é muito pouco tempo. Imagine enfrentar as longas horas de avião, o fuso horario para passar somente 6 noites na Europa? Particularmente considero melhor economizar um pouco mais e ficar 2 semanas.

Em 3 semanas já teremos mais tempo, mas ao mesmo tempo não dá para fazer a Europa inteira em 21 dias (mesmo que alguns pacotes pretendam o contrário), é bom ter isso claro. 
No nosso caso preferimos fazer menos cidades/paises de cada vez e visitar com mais calma cada lugar. Porém entendo que quem vai realizar uma grande viagem e não sabe quando fará um outra, vai querer ver a Torre Eiffel, o Big Ben, o Vaticano, Veneza, Auschwitz, Praga, os canais de Amsterdam e por ai vai, tudo na mesma viagem. Não digo que não seja possivel, mas você vai ver soh isso e provavelmente vai passar ao lado de muitas outras coisas que talvez nem saiba que exista.

4. Procedimentos administrativos
Muitos paises exigem a emissão de um visto, como é o caso dos EUA antes de organizar a viagem, ou a China e Japão, por exemplo com tudo já comprado e acertado.
Verifique todos os documentos necessários (lembre-se de ter um passaporte com data de validade de mais de 6 meses), as vacinas obrigatorias e aconselhadas, seguro...

Quantas vezes vi brasileiros que não conseguiram embarcar para a Argentina pois apresentavam carteira de identidade PROFISSIONAL (que no Brasil é válida) ou carteira de motorista? Imagina perder a viagem dos seus sonhos por um detalhe simples de resolver?

5. O que fazer/visitar
Essa etapa toma bastante tempo, mas para mim aqui já começa a viagem de fato.
Hora de consultar livros/revistas de viagens, blogs, amigos que já foram para lá...

Um dos momentos mais agradáveis, mas também um dos mais frustrantres, pois a gente percebe que nunca vai dar para ver tudo e teremos que fazer escolhas.

6. Deslocamentos internos
Como podemos ir do ponto A ao ponto B? Trem, ônibus, avião? Melhor reservar com antecedência, ou podemos deixar para a ultima hora?
Quais os horários e tempo de trajeto? Mais uma vez a internet é nosso melhor aliado, seja através dos sites oficiais, seja através de blogs ou forums de discussão.

7. Hotéis/ acomodações (pesquise aqui)
Em viagens longas, prefiro ter primeiro uma idéia dos deslocamentos ANTES de reservar os hotéis, pois se optamos um trem noturno (como na China) quer dizer que naquela noite estamos dispensados de hotel, e se temos um vôo ou trem que sai às 6 da manhã, melhor escolher um hotel mais perto do aeroporto ou da estação na noite anterior. Assim como se o transporte chega tarde, melhor verificar se o hotel aceita check in feito tarde na noite, e se tem transporte para chegar até o hotél (ou então prever um transfert ou taxi). 
Eu opto pela praticidade e reservo praticamente todos os meus hotéis através de um grande site muito conhecido no mundo inteiro (que não cito aqui para não fazer propaganda gratuita:) ). Nunca tive problemas com ele, então continuo. 
O site é muito facil de navegar, mas de qualquer forma exige tempo, pois verifico o descriptivo, mas também os comentários que quem se hospedou antes de mim, o mapa com a localização (se fica perto dos transportes, dos locais que quero visitar, por ai vai). 

8. Imersão cultural
Essa é uma etapa bem pessoal mesmo, mas gosto de fazer uma imersão na cultura, o que significa ler os escritores locais, assistir filmes realizados no local (e não simplesmente "filmes americanos sobre" e até mesmo ir a alguns restaurantes para ir me acostumando com a gastronomia.
O meu marido transforma a nossa sala em uma aula de georgrafia, colocando mapas nos muros, check list com tudo o que temos que organizar, tabela de câmbio...


Bom, espero que não estejam cansados soh de ler sobre o assunto.
Organizar viagens dá trabalho, mas também é muito gostoso. 
Porém quem realmente não gosta ou não quer fazer de jeito nenhum, fica a opção de deixar toda essa etapa para os profissionais da área, sabendo que o preço que se paga por esse conforto é bem justificado.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Subindo e descendo as ladeiras do Porto

Apesar de ser a segunda maior cidade de Portugal, Porto pode ser descoberta à pé para quem não tem medo de subir e descer as ladeiras que são seu principal charme!

Foi em abril que embarcamos para o Porto com o objetivo que conhecer um pouco melhor o Portugal, que até então conhecíamos muito pouco. Aos poucos, batendo muita perna, fomos descobrindo tudo que a cidade tem à oferecer em termos de atrativos turísticos e gastronômicos. As fachadas de azulejos iam desfilando diante dos nossos olhos maravilhados até aparecer os contornos massivos da Sé e era impossível não tropeçar em muitas igrejas barrocas. Também nos chamou a atenção a beleza dos prédios, testemunhas de um passado de opulência.



Infelizmente vemos muitos prédios que parecem abandonados e em estado avançado de degradação, corroídos pelo tempo e mal cuidados devido ao empobrecimento do país. 



Com seu centro histórico inscrito como patrimônio mundial da Unesco, a cidade é um museu a céu aberto. Existem muitos museus espalhados pelo Porto, mas como nenhum deles nos pareceu "imperdível", preferimos aproveitar o clima maravilhoso e nos consagrar aos "indispensáveis":

- a Capela das Almas foi a primeira que vimos quando saímos do metrô (Bolhão) vindo do aeroporto e ficará marcada para sempre na minha memória. Tínhamos a chance de passar por ela todos os dias, ao sair e voltar do hotel


- a (catedral) e seu simpático claustro, 


- a Igreja São Francisco, cujo interior foi decorado de forma completamente barroca nos séculos XVII e XVIII e que precisou de mais de 500 quilos de ouro na época (parece que bem mais tarde ela foi fechada para culto pois algum clérigo maus esclarecido achava indecente mostrar tanta riqueza quando os moradores do bairro viviam na miséria), 
Quem imagina que essa fachada austera esconde tanto ouro?

- a Estação São Bento com seus azulejos retratando cenas da vida popular e as grandes épocas da história de Portugal

- a Livraria Lello e Irmão, de construção relativamente recente mas de inspiração gótica, parece cenário de filme!


- a Igreja e Torre dos Clérigos, com mais de 200 degraus é a torre mais alta do país, 

- o cais da Ribeira e as pontes do Rio Douro com direito à passeio de barco




- e as caves do vinho do Porto (na cidade de Vila Nova de Gaia, atravessando a ponte em frente ao cais Ribeira). 


E quer saber mais? Achei um lugar bem romântico para explorar à dois, sem pressa...

Uma outra vantagem de viajar para a cidade do Porto é que os preços são bem atrativos... A começar pela hospedagem!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O que é bom saber antes de casar com um estrangeiro

Sei bem que ninguém gosta de conselho, mas cada vez tenho visto mais casos de casais de nacionalidades diferentes que terminam de forma bem traumática, então acredito que seja ainda mais importante considerar alguns pontos antes de tomar a decisão de deixar tudo para trás para viver uma história de amor (ou de conveniência).

- Sim, tem muita história de amor que começa e termina todos os dias, algumas mais ou menos traumáticas do que as outras, mas morando longe da família e amigos complica. Não dá para correr para o colo da mãe ou ir dormir na casa da melhor amiga em caso de problemas.

- O amor pode ser o mais importante em uma relação, mas eu sempre digo que só ele não é o suficiente
E a gente ama o outro pelo que ele realmente é, pelo que ele nos mostrou, ou ainda pelo que gostaríamos que ele fosse? Na verdade, um pouco de tudo, mas não raras vezes esse amor é baseado no "engano". A pessoa vem com um discurso com o qual a gente se identifica, mas com o tempo a gente descobre que era tudo da boca para fora, ou nem era verdade, ou vai ver que ele muda com o tempo.
Como se proteger? Conversar, conversar e conversar sobre vários assuntos. E querem saber? Quando existe um limite muito grande na comunicação (pessoas que não falam a mesma língua), é bem mais difícil fazer as boas perguntas e bem fácil de se enganar.
Pode parecer bobagem?  Quando você "ama" e para você fidelidade é fundamental, a vida será muito difícil se o outro acha que fidelidade (a dele) não existe em um relacionamento...
Ou você conheceu o seu companheiro em uma situação de infidelidade? Ele ficou com você quando ainda estava comprometido? As chances são de que ele repita esse comportamento no futuro...
Ele tem 45 anos, nunca foi casado nem morou com ninguém... será que ele pode se adaptar a uma vida à dois? Desde coisas simples como dar satisfação quando vai chegar mais tarde (até por medida de segurança).

- Você conhece realmente o outro?
Questão complexa, pois dizem que a gente nunca pode conhecer completamente o outro. Mas podemos ter indícios.
Hoje em dia com a internet fica fácil colocar um nome do google e descobrir algumas coisas.  Uma vez descobri que o homem com quem eu estata saindo era na verdade bem mais velho do que ele dizia... Ou então ele tinha se formado em medicina com 15 anos!!! Facebook também pode ser útil. Ele diz que vocês estão juntos e vão se casar, mas não coloca nenhuma foto de vocês juntos? Não mudou de status? O marido mulherengo de uma conhecida tem várias "amigas" facebook em fotos semi-nuas... Um tanto estranho...
Olha que já conheci tanta gente por aqui! Uma menina começou a apanhar do noivo e não podia sair de casa, até que um dia o convenceu que precisava visitar a familia no Brasil e nunca mais voltou, mas não são todas as mulheres que conseguem sair de uma relação patológica assim.

- Situação financeira:
No Brasil é considerado "chique" casar com um gringo. Dá status. Muita gente fica impressionada com o namorado que ganha 2500 euros por mês, já que convertendo dá quase 7500 reais. Por mais que seja um salário correto aqui na Europa, uma renda familiar desse valor aqui na França não permite pagar faxineira, manicure e cabelereiro toda semana... também não permite viajar para o Brasil todo ano... Se for o seu desejo de se tornar dona-de-casa, o salário do marido permite a vida que vocês dois gostariam de ter? Ele não se importa de ter uma mulher que não trabalha fora? Na França principalmente, o cidadão "médio" espera que a companheira trabalhe para ajudar nas despesas da casa e no alcance dos sonhos.
Ou você não tem nenhuma idéia do que ele ganha e como ele ganha a vida, se ele tem economias guardadas ou dívidas? Cuidado!

- Adaptação:
Muita gente acha lindo e romântico viver "no estrangeiro", mas nem tudo são rosas. Vai ser necessário se adaptar a tudo. Ao clima, ao modo de vida, à comida, às pessoas... O quanto você é capaz de se adaptar?
Algumas amigas nunca se adaptaram ao frio, ou a comida, ou ao povo a ponto de todos os dias ser um sofrimento.

- Domínio do idioma:
Fala-se que em 6 meses no novo país estará falando fluentemente o idioma. Quem dera fosse assim para todo mundo!!! Mas tudo depende do idioma, da facilidade (ou não) em aprendê-lo, do esforço dispensado... são tantos fatores! E já encontrei muita brasileira que mora aqui na França há quase 10 anos e que fala muito mal, sem contar que praticamente não escreve.
Além disso, quem já não gostava de estudar, de ler e tinha dificuldades na escola no Brasil, provavelmente terá ainda mais dificuldades nos seus estudos no exterior (em outra língua e com outras regras).

- Situação profissional:
Essa é uma das principais frustrações que tenho visto nas brasileiras casadas com estrangeiros. A dificuldade de adaptação (falta de confiança em si mesma), dificuldades com o idioma, experiência inadaptada à realidade do mercado de trabalho local e a crise econômica dificultam essa etapa. O quanto você é capaz de recomeçar de mais baixo, ou mesmo do zero? 
Eu tive a sorte de sempre gostar de muitas coisas e poderia ser feliz em muitas profissões. Já quis ser arqueóloga, professora de história, geografia, matemática, psicóloga, farmacêutica, engenheira, arquiteta, jornalista, geóloga, bibliotecária, etc. Mas conheço pessoas que só se imaginam felizes em uma determinada profissão e pronto (como um amigo que tentou 10 vezes vestibular para medicina). Uma menina, morando há alguns anos na França e nunca tendo conseguido emprego na sua área acabou largando o marido e voltando ao Brasil quando obteve uma proposta na sua área. No caso dela, a vontade de ser uma "profissional" e desenvolver a sua carreira foi mais forte do que o amor pelo marido e a vontade de fundar uma família.
Outras foram ficando em casa, no início "se adaptando", aprendendo a língua... e continuaram, ficam vendo a vida passar pela janela e o tempo passar. A gente se acostuma a não fazer nada e depois é ainda mais trabalhoso recomeçar.

- Família:
São poucos os maridos europeus que decidem viver com a esposa no Brasil, geralmente é a mulher que vem morar com ele na Europa. Nesse caso, é necessário ter em mente que você verá muito pouco a sua família, a não ser que tenham uma situação financeira muito privilegiada e que  não trabalhe para viajar diversas vezes por ano ao Brasil. Então provavelmente você não conseguirá estar presente em todas as situações de família como Natal, casamentos, aniversários, nascimentos, falecimentos, doenças...

- Filhos:
Eu tenho lá a minhas opiniões quanto a colocar filho no mundo sem pensar muito e para passar dificuldades. Porém isso acontece e nem sempre a gente pode prever e muitos casais se separam com filhos pequenos. Normal, quando é para o bem dos adultos e das crianças. Mas nesse tipo de casamento, na maioria das vezes, quando a mulher não está adaptada, acaba voltando ao Brasil. E como fica a criança nessa história? As brasileiras nesses casos pensam que o filho pertence à mãe e que o pai é uma mera fonte de ajuda financeira, e quanto mais distante melhor. Eu já acredito que uma criança precisa dos dois para se desenvolver, e os franceses, principalmente, estão cada vez mais participativos em todas as atividades do dia a dia da criança.

No início eu achava estranho que muitas francesas não amamentavam seus bebês, até que comecei a prestar mais atenção e ouvia sempre a mesma resposta: durante 9 meses elas estabeleceram uma relação única com o bebê da qual o pai estava excluído. Com a amamentação esse fenômeno persistiria, deixando muito pouco espaço ao pai. Então, no caso da mamadeira (não digo que eu concorde), o pai pode prepará-la e estabelecer uma ligação com a criança através da alimentação, o que de outra forma seria impossível ao pai. Além disso, o casal pode se revezar durante a noite.
Inclusive um colega de trabalho resolveu utilizar seu direito de uma licença paternidade de longa duração, mesmo perdendo uma parte muito significativa do rendimento, para acompanhar o desenvolvimento do filho!
Temos também muitos amigos divorciados e na maioria dos casos a guarda é compartilhada, tendência atualmente.
Vale lembrar que em alguns países, inclusive, como alguns países árabes, em caso de separação os filhos ficam com o pai e a mãe não tem praticamente nenhum direito... Incidente diplomático na certa e muito difícil de resolver.

Ninguém casa pensando em se separar, mas é bom ter em mente que a guarda dos filhos não vem automaticamente para a mãe, ainda mais se ela não apresentar condições financeiras, psicológicas e sociais (adaptação, integração, idioma, etc.) conformes ao que se espera de um responsável.

Ou seja, criança é assunto muito sério e na minha opinião, melhor pensar muito. Bom seria que a relação entre o casal seja sólida, baseada no respeito e em objetivos comuns.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Os franceses e o hábito dos objetos de segunda mão

Existem várias coisas que admiro nos franceses, e uma delas é a paixão deles pelas feirinhas de objetos de segunda mão e a capacidade de recuperar coisas que para outros seriam lixo e iriam para o mesmo (sem volta).

Explico melhor:

- Além das feiras de antiguidades, com objetos de um certo valor, aqui é muito comum os  "vide-grenier" ("esvaziar-sotão"). O principio é bem simples: os moradores se inscrevem na data estipulada (geralmente 2 vezes por ano) e montam seu stand e vendem tudo que é tipo de coisas que não servem mais. Pode ser roupas de criança (ou de adultos), bichos de pelucia, discos, livros, artigos de decoração, TUDO. Os preços são geralmente irrisorios (tudo vai depender da qualidade/tempo de uso).
Já ouvi muitas brasileiras que moram aqui chocadas com essa prática, elas não entendem a razão de vender roupas de bebê por 2 euros, não estão "precisando a esse ponto", e dizem que preferem doar.
Eh verdade que na nossa cultura brasileira temos o costume de doar o que não serve mais e pensamos que vender seria coisa de "pessoas passando por dificuldades", e ainda por cima quem iria querer comprar? Sem falar na falta de higiene, para muitos...
Questão de cultura mesmo! Eu jah acho muito legal vender por um preço irrisorio, pois acredito que muitas vezes quando algo é recebido de mão beijada não se valoriza. Sem contar que o objeto recebe uma segunda vida, é escolhido por alguém que gostou e que deseja aquele objeto. 
Ainda por cima é um momento de integração social esse de passar o domingo no seu stand vendendo seus objetos e conversando com os vizinhos, comendo uma linguiça grelhada... Classe média brasileira não entende mesmo.
(Vale lembrar que tem muita gente que doa também.)

- Uma vez, no Brasil, meu marido precisava de papelão para uma atividade de lazer/pintura que estava realizando com as crianças e como não tinha nada na casa dos meus pais, saimos para dar uma voltinha e voltamos com umas caixas de papelão que os vizinhos tinham jogado fora. 
Minha mãe (que é uma pessoa simples), achou o nosso comportamento muito estranho, "o que os vizinhos vão pensar, que eu venho de Paris para catar lixo?"
Ela não chegou a formular o preconceito completo, mas imagino que ela ficou com vergonha que os vizinhos pensem que virei "papeleira" na Europa!

No inicio eu também devo ter achado estranho, até me dar conta que realmente é um crime a quantidade de coisa que se joga fora, uma catastrofe ecologica!!! Objetos em bom estado, para que jogar fora?
Na nossa mudança há alguns anos, todas as caixas que usamos foram recuperadas na calçada, que as pessoas deixam bem organizadinhas e limpas. Alguns amigos nossos pagaram uma fortuna por caixas "novas" que são vendidas no comércio. Soh que o problema é que quem não se importa em pagar também não se importa com o meio ambiente!

Até mesmo onde eu trabalho, que é um bairro bem chiquezinho, todos os dias por volta das 19h as pessoas passam e vão recuperando tudo: caixas de papelão e de madeira, cabides (bons), tudo que é tipo de artigos de papeis e decoração. Tem coisas que nem sei para que serviria, mas meu marido sempre tem idéia para alguma coisa. Hoje comentei com ele que vi pessoas bem arrumadas pegando tudo que era tipo de cartazes e ele me disse que o papel é de excelente qualidade e muito bom para pintar por cima. 

O que você acha dessas praticas? Comprar/vender objetos usados e recuperar objetos jogados fora fazem ou poderiam fazer parte da sua realidade?

terça-feira, 5 de maio de 2015

Visitando: Abbay des Vaux de Cernay

No domingo em que visitamos o Castelo de Breteuil, na região parisiense, queriamos visitar igualmente as ruinas de um outro castelo, mas no ônibus vimos que quase todo mundo iria até a Abbay de Vaux de Cernay
Como não sabiamos o que era, demos uma olhadinha nas imagens pesquisando na internet e decidimos dar uma passadinha logo apos Breteuil.
Trata-se de uma antiga abadia, um antigo edificio religioso cirtenciense em que os religiosos viviam em comunidade, velho de quase de 900 anos (ela foi fundada em 1118) que foi abandonado no século XV apos a Guerra dos 100 anos.

No século XVI et XVII algumas alas foram reconstruidas, como o claustro, mas no século XVIII, com a Recolução francesa, o local voltou a perder o seu poder e influência, sendo vendido mais tarde.

Hoje o local é propriedade particular e abriga 3 hotéis, restaurantes, mas também é aberto à visitas aos finais de semana e feriados (8€ para adultos em 2015), isso tudo a somente cerca de 40km de Paris (sudoeste)

Trata-se de um lugar em que sentimos muita paz e não da vontade de ir embora.


 Prefiro as ruinas, que nos permetem de imaginar como teria sido em uma outra época e deixa espaço para as imagens mais criativas






No antigo refeitorio dos monges, sont 80 metros de comprimento, o que faz dela uma das maiores salas desse tipo na França.
Atualmente a sala é um restaurante, e por 48€ podemos apreciar um excelente brunch aos domingos, sempre cheio, para quem esta disposto a abrir a carteira, o que não é um problema para grande parte dos moradores da região, jah que custa caro morar nessa parte da região parisiense.
Um bom passeio e ainda modemos aproveitar da calma do lago. Pena que nesse dia as arvores ain da não tinham recuperado as folhas!

No fim acabou não sobrando tempo para visitar o outro castelo que estava na nossa lista, mas fizemos a boa escolha. O resto fica para a proxima visita.

Informações praticas:

Dominio de l'Abbey des Vaux de Cernay, 78720 Cernay-la-Ville
Site oficial: http://www.abbayedecernay.com/
A melhor forma de visitar a região é de carro (ou de moto, pois os apaixonados por motos adoram a região, cheia de curvas), mas de abril a setembro existem ônibus aos finais de semana, saindo da estação de RER B (Saint-Rémy-lès-Chevreuse, cerca de 1h saindo da Gare du Nord, passando por Chatelet et Saint-Michel)