domingo, 31 de maio de 2020

Primavera em Paris após quarentena

Quando anunciaram a quarentena na França na metade de março, eu olhava pela janela aqueles dias maravilhosos para a época e me "subia" um sentimento de revolta! Como podiam roubar a minha primavera? Andou circulando um texto (muito bonito, por sinal) sobre isso e eu ficava ainda mais indignada ao ler.

Hoje temos uma trégua (ouso acreditar que definitiva) e tenho conseguido aproveirar dessa primavera com a qual tanto sonhei! Em busca do tempo perdido. Mas agora quando olho para trás e me lembro daqueles 2 meses em casa, privada da minha liberdade e da primavera, nem lembro mais que foi tão difícil e tão longo. E as palavras do texto começam a me fazer sentido: ninguém pode me roubar a primavera pois ela está dentro de mim.



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Thierry Marx Bakery, en Paris

 

Em 2 meses em casa até consegui não engordar, longe de tantas tentações que por aqui vemos à cada esquina. 

Mas com a reabertura de muitos lugares, veio hora de prestigiar esses artesões que trabalham com os sabores e texturas. Hoje foi a vez de visitar a "Padaria" do Thierry Marx, um Chef 3 Estrelas conhecido pelo seu trabalho no Restaurante Mandarin Oriental de Paris mas que além de uma cozinha de luxo, também é apaixonado pela cozinha de rua (ele veio de ummeio modesto). Na sua padaria, além de pés deliciosos com ingredientes de ótima qualidade, também encontramos sanduiches, seus "beadmakis" (assinatura do local), e suas sobremesas (pâtisseries).

Se n#ao faz bem para a linha, faz bem para o moral!


Thierry Marx Bakery

Endereço: 17 boulevard Haussmann 75009 Paris

(2 outros endereços estão disponíveis em Paris)

sábado, 18 de abril de 2020

Quarentena na França

Já estamos em quarentena há mais de 1 mês e isso vai durar no mínimo até o dia 11 de maio.

Pelo que vejo na TV e na internet a impressão que tenho é que todo mundo está adorando, tudo é maravilhoso, nunca existiu nada comparável à ter a oportunidade de ficar em casa e ai daquele que reclama, sempre vem alguém nos lembrar da Anne Frank, dos que foram lutar em guerras, ou nos dizer que temos um problema se não gostamos de ficar em casa (e propor um psicológo online). 

Ninguém parece tampouco se preocupar com o futuro das crianças, atualmente privadas de qualquer outro contato humano que não seja o do seu lar, nenhuma outra criança e quase nada de atividades ao ar livre. 

Sem contar os idealistas, para os quais sairemos de tudo isso mais justos, mais solidários, respeitando a ecologia. O mundo após o coronavírus será tão lindo! Ainda estou esperando para ver mas por enquanto estamos produzindo mais lixo e reciclando menos, o que não me anuncia nada de bom.

Ainda faço parte dos nostalgicos, para quem o mundo era melhor antes do que agora, apesar de suas injustiças. Ir e vir sem ser controlado pela polícia, fazer uma longa caminhada (ou bicicleta) até cansar as pernas, tomar um sorvete numa ensolarada tarde de primavera, ouvir (e ver!) as crianças que brincam, riem e correm, se reunir com os familiares e amigos, ir ao cinema (ou qualquer outra atividade cultural)... Parece que sou a única pessoa da França inteira que tem vontade de voltar ao trabalho (ou escola).

Prazeres que antes eram tão banais e hoje temos que aprender a viver sem, cada um na sua família nuclear e todo outro contato passando pelas tecnologias. Vivemos de imagens virtuais em fluco contínuo. Os ecos e reflexos  que nos chegam do mundo exterior nos parecem tão irreais do fundo da nossa caverna. Talvez a idade, mas para mim um jantar por vídeo não tem o mesmo sabor...

Tento imaginar como será esse mundo de amanhã (após o 11 de maio) e mesmo com muita imaginação não consigo vê-lo e o que vejo não me agrada. 
Talvez eu seja uma pessoa muito pragmática, para cada situação que solução? 

A primeira, o que faremos das crianças? Os pais deixarão seus filhos brincar livremente com as outras? Usarão máscaras, quando poderão voltar à escola e suas outras atividades?

Como trabalharemos? Além das máscaras, os intervalos para alimentação? 

Como nos comportaremos nos transportes públicos? Se o privilégio for pelos transportes individuais lá se vai para o beleléu o sonho de cidades menos congestionadas e menos poluídas... E os outros transportes como aviões e ônibus, se reduzirem a capacidade serão ainda mais poluentes (já que para o meio ambiente é mais interessante encher um avião ou ônibus  do que fazer circular dois)

Como consumiremos? Compras não serão mais um prazer (para os olhos), compraremos e sairemos de casa somente por extrema necessidade? Quem não tem dinheiro e "só quer dar uma olhadinha" (pelo prazer dos olhos ou para sonhar, pensar) será privado desse "prazer"?

Será o fim de todas as atividades coletivas ou lugares que recebam o público, bares, museus, cursos, academias, teatros? Será o fim de viagens, hotéis, restaurantes?

Como nos relacionaremos? Além de máscaras, não poder encostar nem nos aproximar? Perdidos de contatos humanos, o que ficará de humano?

Hoje nenhuma certeza. Amanhã talvez a gente possa ver mais claro. Talvez.

terça-feira, 17 de março de 2020

Restrições na França (COVID-19 ou Coronavírus)

Desde hoje, 17 de março ao meio dia, a população deve ficar em casa. Em caso de qualquer tipo de saída temos que apresentar uma autorização (em caso de controle, 100 mil policiais estão mobilizados). 
Podemos sair para trabalhar (quando o trabalho presencial é necessário) com autorização do empregador, compras de primeira necessidade (somente comércios alimentares e farmácias estão abertos, consultas médicas, por um motivo failiar realmente importante (as reuniões de familia ou com amigos estão proibidas), saídas breves para a prática de esportes individuais ou para atender às necessidades dos animais de companhia.
Medidas válidas ao menos por 15 dias.
O governo anunciou diversas medidas para ajudar empresas em dificuldades e garantiu que nenhum cidadão ficará em dificuldades (entenda-se financeiras). Mas não explicou bem e não sei como vai funcionar, ele também disse antes que não faltaria alcool em gel nas farmácias (mas não tem desde janeiro e mesmo hospitais não estão tendo) e que iria distribuir máscaras para os profissionais de saúde que nunca nem viram a cor dessas máscaras e parece que irão receber amanhã (mas estão fora da data de validade). Inútil de precisar que não são vendidas nos comércios, em primeiro lugar porque não existe e em segundo porque após um decreto elas devem ser utilizadas somente por profissionais de saúde e doentes sob prescrição médica.


Desde ontem (segunda 16 de março), estamos em casa. Escolas do país inteiro fechadas, então nossa filha não tem aula e meu marido que é professor também não. Ontem ele teve convocação da escola e se portou voluntário para o atendimento mínimo aos filhos dos profisisonais de saúde mas foi descartado por morar mais longe (risco multiplicado nos transportes, e os transportes estão bem reduzidos). Eu também não trabalho desde ontem já que com o fechamento de todos os comércios do país, todas as lojas da minha empresa estão fechadas e não tenho mais atividade. Ainda não nos explicaram como ficará o meu salário (meu marido sendo funcionário concursado da prefeitura de Paris "imaginamos" que não será penalizado).

Ontem foi como um dia de feriado, não fizemos muita coisa, brincamos de boneca, assistimos um pouco de TV, um pouco de arrumação da casa e só.

Hoje foi o segundo dia em casa.


De manhã queria ir no meu supermercado preferido mas dei com a cara na porta (fechado por falta de funcionários). Fui no outro e deixavam entrar somente 10 pessoas por vez. Tudo calmo e as pessoas bem civilizadas (na TV nos mostram pessoas brigando por macarrão e papel higiênico). Faltava muita coisa mas eu preferi comprar produtos frescos. Saladas, frutas e legumes tinha quase tudo, comprei frango e peixe também. Carne vermelha estava muito feia (queria aproveitar que tinha tempo e fazer uma boa carne de panela mas não vai ser desta vez).

Imprimi a autorizacao para sair de casa e depois vou dar uma volta no quarteirão para fazer um pouco de esporte enquanto ainda podemos (de forma individual), na Espanha nem isso pode e considero fundamental para a saúde mental e física também.

E você, como está vivendo com o COVID-19 entre nós? 




domingo, 11 de agosto de 2019

Yogyakarta, a alma de Java

Java é a ilha mais povoada da Indonésia, com mais de 135 milhões de habitantes nesse espaço "pequeno".
Se a grande parte dos turistas evita Jacarta, eles são numerosos em Yogyakarta e sua região, à procura da arte de viver dos habitantes de Java, seus templos de perder o fôlego e seus vulcões (dos 120, 17 estão ainda em atividade).

Porém na nossa opinião Yogya (para os íntimos) vale a pena como ponto de partida para visitar os locais da região como os templos de Borobodur et Prandaman (além de outros menos famosos na região, são dezenas), além dos passeios nos vulcões

Fora isso andar pela rua Malioboro e fazer compras. O melhor lugar para comprar tecidos e lembrançase preço imbatível. Não encontramos a mesma diversidade em nenhum lugar de Bali.

A visita do palácio (Kraton) onde ainda mora o sultão e sua família achamos sem interesse. Um guia simpático que contratamos na entrada fez a visita ser mais interessante mas nada que nos encantasse.
Interessante foi o espetáculo que marionetes com instrumentos de de música, esse sim valeu a pena e Valentine adorou!
As ruas ao redor são bem agradáveis com seus comércios e artesanado, e são muitas ruelas com algumas coisas para visitar como o Water Castle (uns guias indicam o caminho, é um pouco difícil de encontrar). Mas já era passado do meio dia, um sol escaldante e não encontramos lugar para comer então resolvemos voltar para a rua Malioboro.

Ficamos em uma agradável guesthouse um pouco afastada, em um bairro mais calmo (mas para atravessar as ruas maiores era um caos, a circulação da cidade é um verdadeiro horror).
No primeiro dia nos indicaram um restaurante próximo com comida da Sumatra e era um local bem simples, somente com locais, nada em inglês. Com o celular o atendente tentou nos traduzir mas ainda assim a gente não entendia nada e fomos olhar a comida e escolhemos algumas coisas simples que era mais próximas da comida ocidental. Pagamos muito barato e foi o suficiente.
Nas outras 3 noites fomos testar um outro restaurante mais longe e adoramos a comida (indonesiana) e o ambiente. Eram poucos turistas (a maioria prefere comer pizza ou hamburguer)


Transportes
A idade chegando e o fato de viajar com nossa filha pequena (quase 3 anos) nos fez optar pela praticidade, nada de perrengue. Já no primeiro dia perguntamos na guesthouse o que eles propunham para visitar os templos da região e eles tinham contatos com motoristas para o dia. O preço estava no nosso orçamento e aceitamos sem pestanejar. Em dois dias foram 2 motoristas diferentes, ambos muito simpáticos, conduta segura, carro espaçoso. Falavam pouco inglês, explicando o básico.

Para os deslocamentos dentro de Yogya mesmo, optamos pelo Becak, um estilo de bicicleta (elétrica ou não) que transporta os passageiros em um compartimento adaptado na frente. Adrenalina garantida, folclórico e usamos pois eles são muito simpáticos (e honestos, ao contrário dos tuc tucs de Bangkok que podem causar muita dor de cabeça), mas cofesso que talvez tenha sido um tanto inconsequente com uma criança. Naquele transito todo ficamos completamente desprotegidos sem cinto de segurança nem capacete.

No último dia, para ir ao aeroporto, nossa guesthouse nos chamou um veículo de aplicativo (um concorrente do que todos conhecem) e ficamos chocados com o preço tão barato para um carro novo, confortável e com ar condicionado!