sábado, 22 de junho de 2013

"Gran Torino"

Tinhamos decidido que o Egito seria nossa última viagem à passeio antes do Brasil, já que temos algumas viagens pela França para eventos de família e amigos previstos até setembro (comunhão, batizado, casamentos) e dinheiro não nasce em árvore.

Isso porque eu não contava com uma promoção de ônibus de 19€ o trajeto, ou seja, 76€ ida e volta por duas pessoas. Liguei para o marido para perguntar se ele topava passar duas noites no ônibus (ida e volta), e como ele topa tudo por amor, compramos os bilhetes.

Podíamos escolher Amsterdam, Bruxelas, Londres, Lyon que já conhecíamos, mas preferimos ir um pouco mais longe para otimizar o gasto: uma escapadinha até a Italia! Nossa escolha foi Torino (Turim), a simpática capital da região do Piemonte, já que a outra opção Milão nos acrescentaria cerca de 2 horas no trajeto.

Ah, Torino!!!! "Mas o que tem para ver lá?", indagavam os amigos... Antes, nem eu sabia direito o que responder...

Mas hoje posso dizer que mesmo se Torino não fosse a cidade bela que é, com seus excelentes museus, e restaurantes, uma escapadinha pela Itália com a sua forna única de viver, seu sol, seus cafés e sorvetes já merecem o detorno, nem que para viver tudo isso no espaço de um final de semana seja necessário passar horas e horas em um ônibus.

E de quebra pude me reconciliar com os italianos, de quem tinha ficado com uma imagem não muito positiva na ocasião de minha viagem à Roma e Veneza. Os italianos de Torino são de uma gentileza!!!



segunda-feira, 17 de junho de 2013

O fascinante Templo de Luxor

 O Templo de Luxor fica bem no centro da atual cidade do mesmo nome (que foi a cidade antiga de Tebas, dominio do deus Amon). O local é privilegiado pela luminosidade, que é ainda mais bela bem cedo pela manhã ou ao pôr-do-sol.
 Inteiramente dedicado ao deus Amon, ele começou a  ser construído no ano 1400 a.C. durante o reinado de Amenophis III (ou Amenhotep III, dependendo da lingua utilizada) e continuou durante a época de Ramsés II. Porém, entre um e outro, muitos outros faraós colocaram as mãos, no senso figurado.
Durante o reino de Ramsés II, dois obeliscos de dimensões perfeitas foram acrescentados. Quando o templo foi redescoberto, quase completamente coberto de areia, habitado por miseraveis, galinhas, pombos e lixo, ninguém queria e os obeliscos foram presenteados à França, que aceitou apenas um e recusou o outro, que estava torno. O obelisco em perfeito estado está na praça da Concórdia, em Paris, desde 1836.
A parte inferior de ambos os obeliscos representa 4 macacos um tanto quanto exibicionistas...Chocado com essa imagem, Luís Filipe, o rei "dos Franceses" mandou esconder os macacos na reserva do Louvre, mas a outra versão dos macaquinhos é bem exposta em Luxor para quem quiser ver.

Hoje a entrada é dominada pelas estátuas de Ramsés II e o único obelisco que sobrou.







  O Templo também é inteiramente iluminado durante a noite, com suas temperaturas mais agradáveis.
No interior do podemos avistar a mesquita de Abou el-Hagag, construída no século XIII quando o templo estava recoberto de areia. Ela atrapalha o trabalho dos arqueólogos mas também é um patrimônio histórico (além de ser muito importante em um país muçulmano).

Durante o período cristão, afrescos religiosos foram realizados nas paredes do templo... Que funcionou como uma igreja.

O Templo de Luxor era interligado ao Templo de Karnak pour um alinhamento de esfinges de 2,5km. Uma parte pode ser vista, mas a maioria ainda está enterrada esperando ser mostrada ao mundo.

domingo, 9 de junho de 2013

Arte Contemporânea em Veneza

Acordei com saudades da Itália e fui remexer nas fotos de 2011 para encontrar um assunto para trazer para vocês.

Quem esteve nos últimos anos em Veneza provavelmente reparou a presença dessa estátua do artista Charles Ray, na Punta della Dogana (Ponta da Aduana), colada ao museu de Arte Contemporânea de propriedade do biliardário francês François Pinault (Fundação Pinault). 

Em 2009 mais esse museu foi inaugurado na Sereníssima nas antigas construções da Aduana, do século XVII, inteiramente renovado (já que estava em péssimo estado) para abrigar a importante coleção.


Se o museu foi recebido de braços abertos pela população e autoridades, já não podemos dizer o mesmo dessa estátua "do menino com a rã", que foi objeto de polêmica desde a sua instalação no local. Além disso, durante o dia havia um vigilante em permanencia para proteger a obra, assim como durante a noite ela era coberta de uma caixa retangular em plástico resistente.


Há cerca de um mês amesma foi renovida e devolvida ao seu proprietário (Pinault). Aparentemente um lampadário veneziano do século XIX irá substituir a estátua.

O que vocês acham? 
Tiveram a oportunidade de vê-la na Punta della Dogana?

Eu particularmente gosto dessa mistura entre o antigo e o contemporâneo, quando é bem feita e de bom gosto. Mas nem todo mundo pensa desta forma.

Esse lindo coração do Jeff Koons é um dos meus preferidos!

Obviamente a retirada da estátua não interfere em nada no funcionamente do museu, que abriga importantes obras contemporâneas. Quem passa pela cidade, muitas vezes esquece da qualidade dos inúmeros museus, que só eles necessitam de dias e dias para serem visitados todos. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Bem-vindo a Xangai!

Nossa última etapa pela China foi Shanghai, essa cidade moderna, vitrine do país. Psicodélica. Os jovens chineses costumam dizer que para ver mil anos de história é necessário ir em Pequim (Beijing), mas que para conhecer a China atual temos que ir a Shanghai.
Aquela cidade mítica do início do século XX? Desapareceu. Mas podemos encontrar alguns vestígios espalhados em todos os cantos, basta procurar.

Uma pequena cidade pesqueira até o século XVIII, o destino de Xangai mudou com a guerra do Opio da metade do século XIX. Os navios britânicos rodavam e queriam entrar no mercado e vender o seu ópio (que era proibido na Inglaterra, claro), mas o imperador chinês não aceitava de jeito nenhum que essa "droga" invadisse o país. 20 caixas foram queimadas e jogadas ao mar como "exemplo", o que irritou enormemente os ingleses que vieram  com canhões e outras armas, prontos para tudo. Diante da destruição de algumas de suas cidades costeiras, o imperador acabou aceitando o Tratado de Nankin e abrindo 5 portos aos estrangeiros, dentre eles Shanghai. Os primeiros que chegaram foram os britânicos em 1848, e 2 anos após franceses e americanos. A cidade foi dividida em concessões (onde os estrangeiros poderiam fazer o que quisessem), a divisão final sendo em 3 partes: a velha cidade chinesa (reservado aos chineses), a concessão internacional (dos britânicos, americanos e japoneses) e a concessão francesa.

Em 1900 a cidade já contava com mais de 1 milhão de habitantes, dentre eles 350 mil estrangeiros.  Já era na ocasião uma das cidades mais cosmopolitas do mundo. Seu apogeu remonta aos anos 1920/1930, até que os japoneses invadiram e ocuparam a cidade de 1941 a 1945. Foi logo após que a cidade se tornou o berço do comunismo, onde as novas idéias começaram a ser testadas e colocadas em prática.

Com a morte do presidente MAO e o fim do comunismo como se conhecia até então, nos anos 80, Shanghai nada mais era do que uma cidade triste, poluída e superpovoada, com suas ruas sem carros tomadas por bicicletas e seus habitantes no típico uniforme azul. Dois antigos prefeitos decidem de mudar e tirar a cidade do seu marasmo, abrindo-a às empresas estrangeiras e criando o novo centro econômico de Pudong, em 1990. Mais de 3 mil arranhas-céus viram o dia desde então. O sonho de um jovem chinês atualmente é de ser contratado por uma empresa estrangeira e alcançar o nível de status e salário que vem junto com essa conquista, o que exige muita competição nas universidades e mercado de trabalho, já que menos de 5% da população de Shanghai tem acesso a um salário "correto" em uma cidade que se torna cada vez mais cara.

Acima o lado Bund da cidade, sua orla de prédios que fizeram de Xangai a mais européia das cidades do oriente nos anos 30. Nessa parte da cidade encontram-se a Velha Cidade Chinesa, as Concessões, mas para conhecer o futurístico bairro de Pundong é necessário atravessar o rio (de barco, ferry, metrô ou tunel).
 Aqui o cartão postal de Xangai: Pudong, a parte mais nova da cidade, construida do outro lado do Rio Huangpu.Até 1990 era uma área agrícola, o campo dentro da cidade. Hoje é o coração do "novo capitalismo estatal chinês".
Quem disse queo céu é sempre cinza em Xangai?

 Preferimos atravessar pela primeira vez até Pudong pelo ferry, para vermos o Bund se afastar lentamente e lentamente Pudong se aproximar. Das outras vezes optamos pelo metrô, bem rápido, barato, mas sem charme.







Tem quem goste e quem não goste. Eu adorei toda essa diversidade! E acredito que Shanghai seja uma das cidades chinesas mais fáceis de adaptação a um estrangeiroque deseja se instalar.