segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Golpes aos turistas

Com o aumento desenfreado do turismo pelo mundo afora, também tem aumentado o número de golpes aos turistas. Uma forma para os espertinhos de ganhar dinheiro fácil, mas você não será a próxima vítima, não é mesmo?

Seguem aqui alguns golpes que tenho presenciado por aí:

Paris:

- Golpe da pulserinha: sobretudo perto da Basílica do Sacre-Coeur encontraremos diversos homens de origem africana super-simpáticos (no início) que nos param e rapidamente começam a "fabricar" uma pulseira da sorte direto no nosso pulso. Mas no final eles pedem um preço absurdo, 20€ por exemplo! Você não quer dar e eles começam a ficar agressivos e não largam o nosso braço, e aí no final a gente acaba deixando algum dinheiro para conseguir partir livremente.
O melhor é evitá-los, não dar conversa e não deixar tocar em você! Cortar o mal pela raiz.

- Abaixo-assinado: perto da Torre e de outros pontos turísticos vamos encontrar meninas/mulheres geralmente magrinhas, de saia longa e com um lenço enrolado no pescoço. Elas perguntam se falamos inglês e nos pedem para assinar algum abaixo-assinado em favor de alguma causa que parece nobre, mas são falsas associações e o dinheiro nem fica com essas meninas, mas sim com seus exploradores, verdadeiros mafiosos. Muitas elas elas se fazem passar por surdas-mudas.
Se você fica tentado a dar alguns euros a elas, é bom levar em con sideração que enquanto esse tipo de golpe funcionar, elas continuarão a serem exploradas!

- Anel: pode existir diversas variações, mas geralmente será uma mulher que se aproxima e diz que você deixou cair o anel de ouro, e como está devolvendo esse anel, pede uma compensação financeira...
Bom, essa pessoa anda com diversos desses anéis que não valem nem 10 centavos e aplicam esse golpe à turistas desavisados...

- Jogo dos copos: um grupinho se lançando com muita rapidez em um jogo em que um embaralha os copos e os outros (cúmplices) fazem de conta que acertam e que ganhyam muito dinheiro! A gente vê as notas de 50€ passando de mão e não e os ingênuos podem tentar ganhar também! Já observei muitas vezes, eles são todos do mesmo grupinho e se movem sempre em grupo, são cúmplices com o único intuito de tirar dinheiro dos turistas. 

- Terrasses dos cafés: não é exatamente um golpe mas é importante tomar muito cuidado ao sentar em uma terrasse para tomar um café, beber um aperitivo ou comer. Não perca sua bolsa e outros objetos importantes de vista, os espertinhos estão por ali em busca de uma oportunidade de roubar!
Eu uso sempre uma bolsa daquelas que se porta atravessada, e ela fica ali comigo e não tiro para me sentar, se for em lugares abertos! (mas cuidado também no café da manhã dos hotéis...)

China: 

- Jovens com boa desenvoltura em inglês puxam conversa e depois propõe de nos levar a uma casa de chá ou simplesmente sentar e beber alguma coisa. Golpe na certa! Eles nos levam a um lugar onde recebem comissão e os preços são 10 vezes mais caros que os preços "normais"! 
Também dizem que em casos mais graves, seguranças bem fortinhos nos impedem de ir embora!
Quase caímos nesse golpe em Pequim e fomos abordados outras duas vezes em Shanghai. A nossa estratégia é sempre ser simpático, sorrir mas não dar conversa. 

Tailândia:
- A pior praga de Bangkok e outras cidades tailandesas são os motoristas de tuk tuk, uma pena, pois o conceito de se locomover em um meio de transporte desses é muito legal! Porém já é conhecido que eles vão nos pedir um preço absurdo, dizendo que o lugar onde queremos ir é muito longe (quando as vezes dá para ir em 15 minutos a pé), ou então um preço barato, mas eles não nos levam ao lugar que pedimos! Nos levam a lojas ou outros lugares onde recebem comissão, e aí não sabemos onde estamos e ficamos completamente refém desses motoristas!

- Também somos abordados pelos mesmos ou outros passantes, que puxam conversa e dizem que o lugar que queremos visitar está fechado naquele momento e nos propõe a visitar outra coisa. Fomos abordados 2 vezes em Bangkok, uma por um senhor que se dizia policial de folga e outro professor em uma escola para monges. Ambos com aparência bem respeitável e inspiravam confiança, fizemos de conta que acreditamos no quediziam, mas que iriamos só dar uma volta no bairro. E nos dois casos os locais que eles diziam fechados, estavam abertos (tinhamos verificado bem antes em um guia de viagem).

- Motoristas de taxi e de tuk tuk podem dizer que o hotel ou restaurante onde queremos ir está fechado (reformas, etc) e eles nos leva a outro. As vezes nem é mais caro, mas simplesmente de um "amigo" de quem ele recebe comissão!

Egito:

1€: Os vendedores lançam um preço bem em conta, como 1€, a gente dá o dinheiro e ele diz que a gente entendeu mal, que era 10€, a coisa mais ridícula que já vi!!! E isso por um objeto que realmente não vale mais do que 1€. Mas o problema é que o dinheiro que a gente deu (1€, por exemplo) desapareceu, o vendedor já guardou e não devolve! Quando isso aconteceu conosco pela primeira vez, sem ter o dinheiro de volta, meu marido pegou a estátua e fomos embora sem olhar para trás, o que pode ser muito arriscado, não aconselho ninguém a fazer isso. Depois disso a gente insistia mostrando o dinheiro sem dar, e pegávamos primeiro o artigo para dar o dinheiro depois.

Moedas: vamos encontrar em todos os cantos pessoas que nos pedem para trocar moedas de euro (mas vai ver pode ser de dolar também) por notas. Na verdade eles ganham muita gorjeta em moedas, mas elas não podem ser depositadas no banco, e por isso eles pedem aos turistas para trocar.
Porém cuidado se quiser fazer essa boa ação: verifique que as moedas que está recebendo em troca das notas são verdadeiras!!! Uma vez conosco nos deram moedas de 1€ completamente falsas, tão leves que pareciam de plástico e mal impressas! Mais uma vez meu marido fez um escândalo, disse que chamaria a polícia turística e o homem apareceu com moedas verdadeiras... Mas melhor não contar com a sorte, a gente nunca sabe com quem estamos lidando e presenciamos diversas brigas e violências entre vendedores ambulantes (inclusive por minha causa pois segundo um dos vendedores eu teria prometido visitar a loja dele mas estava comprando com o outro! Eles começaram a brigar feio e sair no tapa, até que mais uma vez o meu marido disse que se eles não parassem a gente não compraria nada, nem com um nem com o outro. Se eles quisessem, que compartilhassem os ganhos. Eles resolveram parar com aquela violência toda).


Países pobres em geral:

O turista que vive uma condição econômica melhor é confrontado com situações de extrema pobreza e tem tendência a dar esmola. Por favor, que fique claro que esmola não resolve problema nenhum! Dar esmola à crianças as incentiva a não ir à escola e a se profissionalizar em "pedir esmola", como é muito comum na India e no Egito, para citar apenas dois países, mas eu poderia citar outras dezenas e dezenas.
A mesma coisa é dar esmolas a um adulto, pois ao invés de valorizar que ele ganhe dinheiro pelo seu trabalho, o turista corrobora a idéia de que é mais simples ganhar a vida sem trabalhar.

Se realmente você quiser dar algum dinheiro, que seja para alguém que realmente mereceu, uma pessoa que o ajudou ou que realizou ótimos serviços, por exemplo. Mas recompensar alguém que disse que  rua X é a próxima à direita? Que mundo é esse em que as pessoas só dão informação esperando uma recompensa em troca?


Agora é a sua vez: 
Você já foi vítima ou conhece algum outro golpe e gostaria de compartilhar?
Seja bem-vindo!

domingo, 21 de setembro de 2014

Salmão com molho thai

Mesmo gostando de cozinhar, não tenho tempo de passar horas e horas na cozinha e durante a semana opto por pratos fáceis e rápidos. Um dos meus favoritos e que faço pelo menos uma vez a cada 15 dias aqui em casa é o meu salmão com molho tailandês. Um gostinho levemente apimentado e exótico!

Adoro peixes e como a maioria da população mundial, o salmão me parece um dos peixes mais saborosos. A vantagem é que aqui na França podemos encontrar inclusive por preços corretos! Mais um motivo para ser um peixe muito consumido.

Veja como é facil!

Basta passar na peixaria mais perto de casa e escolher a quantidade de salmão necessária para o número de pessoas. Se preferir, escolha outro peixe.
 Sempre tenho leite de coco em casa, que compro em um supermercado asiático em Paris, mas aqui é muito fácil de encontrar. Para o molho tailandês utilizo uma pasta de curry vermelho, muito usada nos pratos tailandeses pelos proprios tailandeses. Na verdade é um purê de pimentas vermelhas e outros ingredientes utilizados na cozinha tailandesa. A que eu compro é da marca Marks & Spencer, essa rede inglesa que adoro e que vende produtos geralmente de qualidade. Mas é possivel encontrar em lojas asiáticas ou especializadas.
Coloco o peixe em uma frigideira anti-aderente quente, com um pouquinho de óleo. 2 minutinhos de cada lado e coloco uma colher à sopa bem generosa desta pasta de curry vermelho. Na receita original se coloca bem mais, mas eu gosto de pratos levemente apimentados, nada exagerado, então me limito a uma colher. Adiciono 200ml de leite de coco para 2 porções e deixo engrossar, primeiro em fogo alto até ferver e após em fogo bem baixo.

Não adiciono nenhum outro tempero no cozimento.

Pronto para servir.
E sirvo geralmente com arroz, mas vario os tipos de arroz. No momento o meu favorito é um arroz vermelho, que cozinho na água (como macarrão), o que limita a gordura. Vale lembrar que para preservar os elementos nutritivos o arroz (assim como o macarrão) nunca deve ser cozido demais, deve ser servido "al dente" (durinho).

 Esse é o resultado final:


E por falar nisso, aqui jah é tarde e isso de meu fome, vou correr preparar o meu jantar!

O que achou? Viria jantar na minha casa em um dia desses em que estou sem tempo (ou sem vontade de cozinhar)?

P.S.: Eu prefiro esse molho com salmão ou camarões (também fica delicioso), mas também é recomendado com frango ou legumes (para vegetarianos ou simpatizantes).

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Parisiense, eu?

Esportiva, eu?

Difícil de dizer... No passado nunca fui, mas há alguns anos decidi de me inscrever em uma academia e tenho conseguido seguir com uma certa regularidade... Se tenho preguiça de ir, quando estou lá adoro, me sinto muito bem e se tenho tempo fico horas e horas!

Mas se sempre gostei de caminhar (e sou capaz de caminhar 25km por dia quando estou viajando), nunca gostei de correr e antigamente achava a coisa mais chata e uma das mais nogentas do mundo (ficar toda molhada de suor, eca!). Mas isso foi mudando de uns anos para cá até que este ano enfim me inscrevi em uma corrida.

No ano passado tinha perdido as datas de inscrição para a La Pasisienne, uma tradicional corrida em Paris só para mulheres, mas esse ano recebi o e-mail da empresa lembrando das incrições e já era a data limite. sem tempo para pensar, respondi na hora que queria participar!

Assim que chegou a confirmação bateu aquele medo... Afinal, eu nunca tinha corrido 6,7km e teria menos de 3 meses para me preparar.

Em junho comecei a correr com o meu marido 2 vezes por semana. Coincidiu com a minha promoção no trabalho e comecei a trabalhar mais longe de casa e mais horas por semana... Chegando em casa após 20h, morta de fome, preparava o jantar e ia correr lá pelas 23h, nas ruas mesmo ao lado de casa. Desde os primeiros dias já percebi que a resistência aumentava visivelmente, e o meu objetivo era simplesmente conseguir realizar a prova, independente do tempo.

Mas aí em julho saímos 3 semanas de férias e mesmo se foram semanas intensas, não corremos. Algumas pessoas acham fácil correr quando estão viajando, eu não acho muito prático pois exige levar mais um calçado sem contar a roupa para a corrida, que precisa ser lavada diariamente! Quando estamos viajando como mochileiros, não podemos nos dar ao luxo de carregar mais peso, ainda mais roupa que se não for lavada todo dia fica fedendo na mochila e contaminando as outras, sem contar que já é cansativo esse tipo de viagem e não sobra muita energia para correr.

Voltando de férias foi bem cansativo retomar o ritmo intenso do trabalho, ainda recebemos 3 sobrinhos (crianças) de férias aqui em casa, então não tínhamos como deixá-los em casa sozinhos para ir correr*

Foi só no ínicio de setembro que me bateu o pânico da prova que se aproximava rapidamente e eu nem um pouco preparada! Retomamos o treinamento 2x por semana e eu outras 2x na academia. 

Pronta? Não, mas deu para fazer a corrida e curtir muito esse momento! (mesmo se hoje estou toda dolorida!)

Melhores momentos:
 Esse ano foram cerca de 35 mil participantes, de todas as idades e condições fisicas.

 A minha empresa foi representada por cerca de 40 "corredoras". 
Muitas empresas francesas incentivam a pratica de esportes e a minha inclusive reembolsa uma parte do preço da academia.

 Mesmo se a competição é aberta à outros paises, predomina (e de longe) as francesas. 
E como elas são esportivas! 
Quanto condicionamento fisico e quanta energia!
 A média das participantes é de 37 anos, elas são mães de familia e profissionais.
 Mas tem gente que corre para valer e para ganhar. A vencedora desse ano realizou os 6,7km em menos de 23 minutos!



 No inicio não senti cansaço nenhum, tudo ia bem até o km 4. Mas ai bateu uma vontade imensa de ir ao banheiro e eu não conseguia mais parar de pensar nisso. 
 A partir do km 5 começou a ficar dificil para mim, e vejam como eu estava me arrestando nos ultimos metros... O sorriso desapareceu!

 Mas quanta felicidade em ter terminado a prova. Foi realmente uma vitoria para mim, e realmente me sinto muito orgulhosa de mim mesma. Acredito que a gente pode sim mudar habitos, mesmo apos os 30 anos!

Com certeza um dia inesquecivel!

* Muitas mulheres correm sozinhas, é claro, mas meu marido acha muito perigoso uma mulher correr sozinha devido aos crimes ocorridos nos últimos anos aqui na França em que as vítimas eram mulheres fazendo jogging. O último foi justamente na semana passada, às 17h (ainda dia) em um parque não muito longe aqui de casa!)

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O que comer na Malásia?

Assim como em boa parte da Asia, a alimentação de base é o arroz (nasi) e nodles (mee), e os encontramos praticamente em cada prato.
Tudo com muitas especiarias, o que faz com que o gosto seja bem diferente de tudo o que já comi. Eles utilizam muito gengibre, canela, lemongrass, açafrão, etc. sem esquecer o leite de coco, como em outros países da Asia e certas localidades do Brasil.

Uma boa maneira de provar todas as especialidades do país sem se arruinar são os stands de rua (food stalls e food courts), com uma boa condição de higiene de uma forma geral e frequentados por todas as camadas sociais, dos operários aos executivos das multinacionais

Quando enviei um e-mail a uma conhecida "malaia" dizendo que pretendia passar alguns dias por lá, ela me respondeu que eu tinha que provar dois pratos: nasi lemak e roti canai.

Lá fui eu em busca desses pratos assim que cheguei, e não foi nada difícil:

 Nasi Lemak: arroz cozido no leite de coco, ovo cozido, anchovas, amendoim, pepino e um molho bem original cheio de especiarias (gengibre, cravo e canela).  A mistura é surpreendente. Ele é geralmente servido no café da manhã e sobre uma folha de bananeira!!!

 Roti Canai: crepes fritos degustados com curry, muito popular e baratíssimo, geralmente proposto no café da manhã. Na verdade faz parte dos costumes desenvolvidos pela comunidade indiana na Malásia, mas atualmente assimilado à culinária local. 
Esse molho acima, segundo o meu marido era muito apimentado e ele passou 1 dia inteiro correndo atrás de banheiro, mas eu comi metade do molho dele e não tive nadinha... Os estômagos sensíveis preferem evitar os molhos condimentados.
Outra variedade de roti canai, servido com um tipo de purê de batatas com curry e outras especiarias, delicioso!

Roti Banana, muito apreciado pelo paladar europeu (aos estômagos sensíveis, melhor mais uma vez não utilizar o molho!)
Eu que provo de (quase) tudo e prefiro os salgados, o molho apimentado e salgado dá um gosto muito particular ao crepe doce de banana.

Satay:
Tanto na rua quanto nos restaurantes são servios esses espetinhos de frango ou gado, chamados satay, um pouco gorduroso e marinado em uma deliciosa preparação a base de especiarias antes de ir para a churrasqueira. Mais uma delícia que e agrada ocidentais e orientais!

A população da Malásia é basicamente composta pelos malaios, pelos chineses e pelos indianos. Para encontrar os malaios "autênticos" só mesmo visitando os vilarejos mais afastados pelo país afora. 
Entretanto, nas grandes cidades como Kuala Lumpur, a maioria da população é de origem chinesa (sem esquecer a minoria indiana, mas fortemente presente), e a gente vê essa influência na culinária. Para quem não suporta pimenta, melhor se contentar com a comida chinesa local (desde que não seja do Sichuan!) ao invés da cozinha indiana ou malaia, bem mais apimentada. 
Restaurantes chineses bem animados se encontram no coração de Chinatown, aos arredores da rua Petaling (Jalan Petaling).

Ao meio dia eu ia de chichen rice (arroz com galinha), simples e baratíssimo nos restaurantes chineses!

Que delícia de nodles !


 Também podemos escolher o que queremos como grelhados!
 E para quem prefere pratos mais leves, que tal espetinhos de legumes?
Um dos lugares mais animados para jantar é no bairro conhecido como "Triângulo de Ouro", nos famosos stands de rua Alor (Jalan Alor). E a vantagem é que podemos sentar, já que mesas e assentos são disponíveis aos clientes.

Porém uma das experiências mais agradáveis foi quando visitamos um templo hindu ao pôr-do-sol e uma família de origem indiana nos convidou para comer com eles pela ocasião do "batizado" do bebê. Eles serviram em um papel 3 especialidades e a gente comia com a mão (costume indiano). Nada que um álcool  gel não resolva antes, e uma toalhinha umedecida depois.