segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Como enfrentar o friozão europeu?

Não sentimos frio todos da mesma maneira, e com o tempo inclusive sinto cada vez menos no meu dia a dia por aqui na Europa. Mas a situação muda de figura quando viajamos, pois "turistar" por ai geralmente é sinônimo de passar muito tempo ao ar livre e expostos ao frio, umidade, vento e mesmo neve!

Como aproveitar da melhor forma possível seu passeio no inverno?

Sempre aposto em um bom casaco, realmente quente, que não deixe passar o frio (tem gente que prefere "doudone", casacos de lã, de peles, cada um escolhe o seu) e para mim tem que cobrir o bumbum, onde sinto muito frio!

Além disso, tenho que enrolar algo no pescoço (se passo frio no pescoço fico com dor de garganta na certa). Pode parecer um pouco sufocante para quem não está acostumado, mas a gente se acostuma. Muita gente que vem morar na Europa, volta para o Brasil usando lenços no pescoço em qualquer época do ano.
Também é importante cobrir as mãos.

E a vantagem é que quando entramos em lugares aquecidos, como museus, restaurantes e outros, basta tirar o casaco e os acessórios.

Quando fico muito tempo na rua (passeios e/ou viagens, por exemplo) gosto de usar calçados com sola grossa e posso incluir uma palmilha de lã, que não deixe passar frio ou umidade. Nada pior do que o frio que começa a subir pelos pés e toma conta da gente. Acaba com qualquer sensação de conforto. 

E não vamos esquecer de cobrir a cabeça. Quando faz muito frio, parece que a cabeça gela e ficamos com dores de cabeça ou ouvido, se não tomamos esses cuidados.

Algumas pessoas acham feio, o jeito é provar vários acessórios e ver qual deles combina melhor conosco. Mas mesmo que você não se sinta uma "bomba", o mais importante é se sentir confortável, conseguir aproveitar e não ficar doente, não parece lógico?

Algumas meninas com cabelos crespos me disseram que não usam pois o cabelo ficaria "élétrico" com isso.
Bom, não tenho cabelo crespo, mas o meu cabelo nunca foi liso e sempre foi muito indisciplinado e elétrico, e posso garantir que com um gorro na cabeça, o cabelo fica "no lugar". Quando tiro o gorro, o cabelo está lisinho, não tem nada que saia do lugar.


Uso meia calça fio à partir de 80 com saia no inverno e não sinto frio. Existem meias até mesmo com fio 200! Acho mais fácil fazer entrar a meia nas botas do que uma calça, por mais slim que ela seja! Mas para quem não consegue nem imaginar usar saia no inverno europeu, podem optar por outras calças quentinhas, como de lã, de veludo, etc. Evite o jeans, mesmo com a classica meia calça de "nylon" por baixo, que não esquenta nada!

Outros indispensáveis:
- Creme bem nutritivo para rosto e mãos, pois o frio parece "cortar a pele.
- Protetor labial


E você, qual o segredo para não passar frio no inverno?
E como faz para manter um toque feminino e um pouquinho de charme?

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Viajar para Paris depois dos atentados?

Des os terríveis atentados, tenho recebido muitas mensagens de pessoas que estavam com passagens compradas para a França ou com um projeto de viagem e agora não sabem se mantém, cancelam ou mudam de planos.

Quem vive aqui não está deixando de viver suas vidas, trabalhar, ir ao cinema, ao restaurante. A vida continua. Não podemos nos desesperar e nos deixar vencer pelo medo e pelo pânico. Temos mais chances de morrer em um acidente de trânsito ou de câncer do que em um ataque terrorista. Isso é fato. Ontem mesmo estive em uma exposição no Petit Palais, passei pela Ponte Alexandre III e depois Chatelet et Saint-Michel e tudo estava normal, muitos turistas nas ruas.

Mas eu entendo que os turistas estejam apreensivos e tenham perdido uma boa parte da motivação. Quem vem para curtir férias, aproveitar, viver uma experiência unica não precisa passar por tudo isso, por isso a decisão é individual, de cada um.

Na minha concepção não podemos viver em uma democracia e liberdade sem riscos, enquanto existem pessoas que justamente condenam a liberdade e a democracia. O proprio Primeiro Ministro francês disse que não existe "risco zero". 

Particularmente eu acredito muito em destino, e para sofrer um atentado todas as condições do azar devem estar reunidas, como estar no lugar errado e na hora errada. 

Atualmente todos os lugares turísticos estão abertos, assim como bares, restaurantes e lojas. Os transportes também funcionam normalmente. 

Houveram diversos ataques terroristas reivindicados por Islamistas nos ultimos anos. Não quero relativizar,  o problema é grave, deve ser combatido, mas ao mesmo tempo esses lugares são ainda muito turísticos e turistas vão e voltam todos os dias com toda a segurança: Nova Iorque em 2001, Bali em 2002 e 2005, Madri em 2004, no metrô de St Michel (Paris) em 1995, em Luxor (Egito) em 1997, varios atentados no metrô de Londres em 2005, diversos atendados na India nos ultimos 15 anos que nem pude contar, Jordânia em 2005, Glasgow (Escocia) em 2007, metrô de Moscou em 2010, Estocolmo em 2010, Frankfurt em 2010, 2014 na Bélgica, 2 na Australia em 2014... A lista não é completa, nem coloquei os lugares menos atraentes para os turistas brasileiros, como recentemente a Tunísia, outros países da Africa, Líbano, Paquistão, Iraque, Síria, etc...

Para quem pretende manter a viagem à França (mas vale para qualquer lugar), vale algumas recomendações:
Não recuse cooperação à policia ou outras Forças de Ordem. Muitas pessoas podem responder de forma agressiva do tipo "eu não tenho nada a ver com isso, sou brasileira!", quando na verdade eles estão fazendo o trabalho deles. Se precisar, mostre bolsas, tire o casaco, deixe-se revistar (homem por homem, mulher por mulher).
- Ao entrar em um lugar fechado, sempre localizar as saídas de emergência. Para o meu marido isso é automático, inclusive no Japão a primeira coisa que ele fazia chegando no hotel era localizar todas as saídas, escadas, lanternas de emergência, etc (em caso de terremoto). Infelizmente muitos morreram ou ficaram feridos na casa de show Bataclan pois não encontraram as saídas. Na hora do pânico, as pessoas iam para qualquer lado, portas sem saída, quando tudo isso está muito bem indicado. 
- Em lugares abertos, estar atento à pessoas de comportamento suspeitos. Isso vale também para evitar roubos.
- Chegue mais cedo aos aeroportos ou estações de trem, pois os controles estão reforçados, evitando assim qualquer atraso. Coopere.
- Caso atravesse fronteiras de carro, esteja pronto para um controle mais reforçado. Coopere.
- Evite piadinhas do tipo "acham que tenho uma bomba?" Lembre-se com essas coisas não se brinca, ainda mais nesse momento!
- Cuide muito bem de seus pertences, por favor!!! Todos os dias, mesmo antes dos atentados, os transportes param prejudicando muita gente ou fechando lugares públicos porque alguém simplesmente esqueceu uma mochila, sacola ou pacote. Além de prejudicar o trabalho da polícia, gerar movimentos de pânico e medo, atrasar a vida de moradores e outros turistas, você ainda corre o risco de ser multado ou ter seus pertences destruídos. E caso note um objeto abandonado, informe.
- Informe amigos ou parentes sobre suas datas e roteiros, e tente mandar notícias regularmente. Assim evita que a família entre em pânico desnecessariamente caso um problema ocorra em uma cidade e o viajante esteja nesse dia em outra. Se possível confie à alguém as datas, números e horários de vôos e deslocamentos. Isso vale para qualquer tipo de problema.

- Mas o mais importante de tudo, fiquem sossegados, Paris continua linda!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A vida continua... tem que continuar

Hoje, 3 dias após os atentados que mexeram com a França e com o mundo, a vida teve que continuar.

O que mais me chamou a atenção foi o silêncio no metrô. Geralmente é aquela muvuca, tem sempre os mal-educados falando alto no celular, fazendo questão de mostrar a música que estão escutando para todo mundo. Nada disso, hoje as pessoas pareciam se olhar umas para as outras com um olhar de interrogação, ou então olhar para o vazio. Eu que sempre reclamava do barulho, senti tanta tristeza com esse silêncio.

Tudo parecia muito lento. Os passos geralmente tão apressados dos parisienses pareciam no modo "camera lenta".

Fui encontrar o meu marido às 16h30 na saída da escola (uma das 4) em que ele trabalha, que fica  a poucos metros dos locais dos atentados. Há 6 anos ele passa praticamente todos os dias diante de dois dos locais onde houveram os atentados.
 Os dois restaurantes ficam de frente um para o outro, cortados por uma rua.
Ao contrário do que andaram dizendo em alguns artigos brasileiros, o bairro não é classe média ou classe média-alta, é sobretudo um bairro popular, com muita imigração. Inclusive essa escola em que trabalha o meu marido é considerada em uma zona de educação prioritária, com muitas famílias em condições sociais ou econômicas precárias, os alunos falam mais de 60 línguas diferentes. Mas ao lado disso tudo famílias com melhores condições que gostam de morar no meio de toda essa diversidade de culturas. Franceses de espírito mais aberto e que frequentam ambientes populares e sem frescura. E as crianças de todas essas familias tão diferentes estudam nas mesmas escolas, brincam nos mesmos jardins e tomam banho na mesma piscina municipal.

5 minutos à pé fica a Place de la Republique, palco de manifestações e homenagens. Ali muito silêncio e emoção.

Seguimos em direção à casa de espetaculos Bataclan, onde 89 pessoas perderam a vida, passando por dois outros locais de atentados. Ali não dava para se aproximar, a policia bloqueou toda rua, o que não impediu as homenagens.
Tudo ali pertinho, foi uma caminhada bem curta, fica fácil entender como os criminosos conseguiram atingir tantos pontos e tanta gente em tão pouco tempo.

Anda circulando por aqui uma mensagem que teria sido publicada em um comentário sobre os atentados no jornal New York Times, que deixou os franceses ainda mais orgulhosos de seu modo de vida. Segue uma tradução aproximativa:

"A França representa tudo o que os fanaticos religiosos odeiam: curtir a vida de diversas pequenas maneiras diferentes: uma xícara de café perfumado com um croissant, mulheres bonitas em vestido curto que sorriem livremente, o cheirinho de pão quente, uma garrafa de vinho compartilhada com amigos, crianças que brincam no Jardin du Luxembourg, o direito de não acreditar em Deus, de paquerar, fumar e fazer sexo sem casamento, ler qualquer tipo de livro, ir à escola gratuitamente (e eu acrescentaria meninos e meninas!), brincar, rir, discutir, fazer piadas de religiosos e homens políticos, deixar aos mortos a preocupação sobre o que existe no lado de la. Nenhum país aproveita melhor a vida do que a França."

Ninguém merece morrer porque gosta de sentar em um bar para beber uma cerveja (ou vinho), sexta à noite! Nem porque gosta de sair, escutar musica, dançar e se divertir.

E para aqueles que se perguntam, eu não tenho nenhuma dúvida, Paris nunca sera destruída! E o que não mata, nos deixa ainda mais fortes.

Inclusive o lema de Paris é "Fluctuat nec mergitur" (battue par les flots, mais ne sombre pas), o que significa: sacudida pelas ondas, mas não afunda.

sábado, 14 de novembro de 2015

Atentados Terroristas em Paris

Paris amanheceu chocada e de luto. 
Já são 128 mortos e mais de 250 feridos, dentre eles 99 em estado bem grave. 
Mas não vamos nos desesperar, não podemos ceder ao objetivo do terrorismo e nos aterrorizar, a vida tem que continuar. 

A França é o país da democracia, dos direitos, da liberdade e da cultura, e são esses valores que estão sendo atacados! Não podemos aceitar! Algumas pessoas que pensam que o mundo é Disneyland vão dizer "mas é culpa da França devido às suas intervenções militares na Síria ou no Iraque". 

Mas vocês sabem mesmo o que acontece lá? 
Al-Qaeda é inimigo de todos (e mais ainda dos direitos humanos), o Daesh (Estado Islâmico) ataca o mundo inteiro, inclusive sua própria população, que foge todos os dias por milhares tentando entrar na Europa. São cruéis, são bárbaros, fanáticos. 
E a França (assim como outros países) não pode deixar que eles continuem ganhando terreno e "dominando" o mundo com a sua violência e intolerância, até porque tudo acontece não muito longe daqui, a Europa é muito pequena, são poucas horas de voo! 

Será que alguém pensa mesmo que os outros países podem ficar só olhando de fora, de braços cruzados, enquanto eles se matam e destroem o Oriente Médio? Hoje é a França, amanhã pode ser o mundo inteiro!



Fotos pessoais das manifestações de janeiro/2015 em Paris

 P.S.: Ontem estavamos em casa no momento dos atentados, um acaso, pois sexta à noite gostamos de ir jantar em algum restaurante (inclusive na rue de Charonne, onde os terroristas atacaram), ir ao cinema ou teatro, e ainda essa semana fomos a um show no Olympia.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Primeiro contato com a Tailândia

Pouco escrevi aqui no blog sobre a viagem incrível que fiz no ano passado para a Tailândia e hoje decidi começar a remediar essa imensa falta de consideração por esse país e povo que acolhe tantos turistas!!!

Se os brasileiros ainda não são multidão nesse canto do mundo, europeus, americanos, australianos e outros asiáticos são adeptos há muito tempo. As más línguas poderão tecer alguma ligação com o turismo sexual, mas isso seria ignorar todos os outros atrativos da Tailândia: um destino considerado barato, com praias paradisíacas, história e patrimônio cultural, povo acolhedor e comidas deliciosas

Mais uma vez, quando eu buscava um destino "bom-bonito-e-barato" e falei da Tailândia, meu marido fez cara feia e saiu com a sua frase agora bem conhecida: "mas todo mundo vai para a Tailândia!". Para ele não tinha nenhum mistério, nenhuma descoberta, e ainda por cima ele não curte muito praia ou ficar se dourando no Sol. 

Mas ele sabia mesmo assim que o país conta com sítios arqueológicos impressionantes como Ayuthaya e Sukhotai e depois de muita conversa consegui convencê-lo a dividir as férias entre praia e visitas culturais.

Nossa viagem foi minimamente organizada: tínhamos em mente os lugares que queríamos visitar mas não sabíamos exatamente como seriam os deslocamentos e quantos dias ficaríamos em cada destino. Queríamos uma total liberdade para ficar mais tempo se necessário ou ir embora mais rápido se a gente não gostasse.

Fomos com a cara e a coragem, pois julho e agosto na Tailândia são épocas de chuva e mar agitado na maior parte do litoral (com algumas exceções). Mais uma vez tivemos sorte: pegamos umas 5 pancadas de chuva (em mais de 3 semanas) que durava uma meia hora cada uma, bastava nos abrigar em algum templo e esperar passar.

Chegamos no pequeno aeroporto de Phuket em um vôo vindo de Kuala Lumpur (Malásia) operado pela companhia lowcoast Air Asia. Vôo muito tranquilo e pontual. Decidimos começar nossa descoberta da Tailândia pelo sul, subindo direto ao Norte (Chiang Mai) e depois descendo aos poucos até Bangkok para evitar de passar duas vezes por Bangkok, economizando tempo e energia em deslocamento. 

Era final de tarde e a imigração foi muito tranquila. Brasileiros não precisam de visto mas precisam de vacina contra febre amarela (não que a Tailândia seja um país de risco, mas como muitas outras nações, eles consideram que o Brasil é). Porém ali não me pediram nada, talvez porque meu vôo viesse da Malásia onde justamente não adiantou eu insistir e provar que morava e estava vindo da França (para quem não pedem a vacina), fui enviada à salinha da vigilância sanitária para mostrar meu certificado de vacinação e carimbarem o meu papel. 

Escolhemos Phuket pois é a maior ilha da Tailândia, com praias fantásticas. Mas infelizmente eu não tinha obtido nas "negociações" (com o marido) dias suficiente para fazer a volta pela ilha e tivemos que nos concentrar no nosso objetivo: Ko Phi Phi. Optamos por reservar a primeira noite na cidade mesmo de Pukhet (Pukhet Town) pois vimos que dali saiam mais facilmente os ferrys até Ko Phi Phi.

Notamos que muitos taxis coletivos com preços interessantes eram propostos para quem ia para Patong ou esse lado da ilha, mas muito pouco para Pukhet Town. Felizmente tinhamos pesquisado com antecedência o ônibus (e horários) e não tivemos problema nenhum em encontrá-lo, mas os taxistas nos diziam que o último já tinha passado. Poderíamos ter optado pelo taxi, mas quem segue o meu blog sabe que gostamos de "aventura" e nos misturar com a população local, e o ônibus foi realmente local, com 100% de tailandeses (trabalhadores do aeroporto e alguns voltando de viagem).

No nosso hotel fomos muito bem acolhidos, deixamos nossa bagagem e saimos descobrir o anoitecer na cidade. Para a nossa supresa, na Tailândia escurece cedo no verão (18h já começa a fazer noite, enquanto na França 21h ainda é dia!) e as pessoas jantam cedo. Melhor correr para não encontrar os restaurantes locais fechados!

Esse é um erro dos turistas ocidentais acostumados a comer tarde: eles só encontram restaurantes totalmente turísticos onde o atendimento é muito mais voltado para o dinheiro, com clientes turistas. Ou seja, é legal se você quer encontrar outros viajantes, mas eu particularmente gosto de comer com os locais e a mesma coisa que eles, ser tratada como eles, ver como eles vivem (e de preferência pagar o mesmo preço que eles). Agumas pessoas não vêem a necessidade, mas para mim faz toda a diferença e enriquece a experiência de uma viagem, e só mesmo assim para ter um verdadeiro contato com os moradores.

Foi assim que encontramos uma rua com alguns restaurantes simples com mesinhas nas ruas e nenhum turista. Fomos muito bem atendidos, comemos muito bem por um preço irrisório. Depois fomos tentar encontrar o mar (que nunca encontramos), mas nos deparamos com uma feirinha local e muitas famílias passeando.


Na volta para o hotel, já um pouco tarde, passamos por diversos bares/restaurantes onde a clientela era composta exclusivamente por turistas e muitas meninas (ou trans?) tailandesas se mostravam presentes para o que o turista precisasse... Não chegou a nos incomodar e a cidade mesmo se não era muito bonita, era muito calma, dormimos muito bem, nada de barulho de festas, bagunça. E o mais importante, nos sentimos à anos-luz de casa, o que para nós é sempre uma das alegrias e o que buscamos nas nossas viagens.

Mas o que tem para fazer em Phuket Town? Na verdade não muita coisa. Podemos caminhar pelo centro da cidade e observar a arquitetura sino-portuguesa da época colonial e visitar alguns bonitos templos e agradáveis feirinhas. As pessoas ali ficam como base para visitar o resto da ilha, pois muitos transportes saem dali para praticamente todas as outras praias e destinos turisticos da região, ou então alugando uma scooter ou carro. Além disso, como eu disse mais acima, é considerado um dos pontos de partida para as ilhas mais famosas, como Ko Phi Phi, e muito mais autêntica e calma que as praias.






Porém, mesmo se gostei da experiência, se fizesse hoje a mesma viagem, teria escolhido Krabi Town (outra cidade e outra ilha) como base para visitar Ko Phi Phi, pois muito mais barato e cidadezinha mais bonitinha, bem clima de praia. Ou adoraria voltar para conhecer melhor a Ilha de Phuket em si.

domingo, 8 de novembro de 2015

Himeji-jo, o castelo mais bonito do Japão

O mais bonito, o mais suntuoso e o castelo melhor preservado do Japão é segundo muitas fontes o Castelo de Himeji, que fica na cidade do mesmo nome, a meio caminho entre Osaka e Okayama/Hiroshima pela rede ferroviária.

Deixo vocês tirarem suas próprias conclusões:

Impressionante do alto da colina, ele foi residência de 68 senhores (feudais). Se não bastasse a sua imponência, ele também é famoso por ser um dos únicos a ter sobrevivido na sua construção de origem, que data de 1580 (mesmo se foi aumentado algumas décadas mais tarde, em 1609). Seu projeto é em madeira (recoberto de alvenaria) sobre fundações em pedra. Um exemplo de arquitetura de defesa do período feudal japonês, com suas torres de guarda, suas fossas, labirinto para chegar até a entrada do castelo e subir todos os andares. Na prática suas funções nunca foram testadas, pois coincidiu com uma longa época de paz no território.

Tivemos muita sorte, pois o castelo de Himeji (também conhecido como o castelo da "garça branca", em referência à sua cor) passou por um longo período de reformas e quando o visitamos em julho deste ano estava visível em todo o seu esplendor, branquinho e ainda mais lindo que qualquer outra imagem vista anteriormente!


Porém, não espere ser o único visitante. Além de muito célebre para turistas do mundo inteiro, os japoneses também adoram visitá-lo, ainda mais nesse momento para conferir os resultados das reformas. Aliado a isso, nossa visita caiu em um lindo domingo de verão.


O acesso ao parque do castelo é gratuito, mas ao Castelo em si é pago. Existe muita fila e mesmo se a construção é enorme e dividida em 6 andares (ou 5 ou 7, depende do seu ponto de vista!), não tem como acolher todos ao mesmo tempo e gera muito tempo de espera. No auge do verão alguns ventiladores foram instalados na parte externa (mais quente do lado de dentro), assim como bruma de água para refrescar os turistas. Parece que a prefeitura limita o acesso diário à 15 mil pessoas, então melhor não chegar tarde e prever no minimo 4 horas, para poder ver tudo (contando com o tempo de espera).

Por apenas alguns yens a mais, prefira o ingresso com acesso ao jardim Koko-en, que mesmo se é um jardim recente (porém nos modelos tradicionais), não resta menos agradável, e com uma vista privilegiada do castelo.


Mas vale a pena visitar o interior do castelo?
Em primeiro lugar você atravessa uma boa parte do planeta para chegar até lá, seria uma pena ficar somente olhando do lado de fora. Mesmo se o interior é relativamente vazio (sem movéis, decoração), o que impressiona são as estruturas em madeira para suportar esse colosso, os labirintos de salas e corredores, as escadas... Um exemplo de arquitetura japonesa que não temos oportunidade de ver de perto todos os dias.

Quem é cinéfilo certamente já o viu em algum filme de Akira Kurosawa e um James Bond de 1967 (Com 007 só se vive duas vezes). Sim, ele é uma das arquiteturas mais filmadas do Japão!


Apesar dos terremotos, tufões, incêndios e os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial, ele continua em pé. Ainda por muitos e muitos séculos, eu espero.

Informações práticas:
A cidade de Himeji nos pareceu muito agradável, bonitinha e segura, como a maioria das cidades do país, mas optamos por não ficar nenhuma noite, usando-a somente como passagem. O castelo fica a cerca de 20 minutos à pé da estação de trem (em linha reta) do mesmo nome Himeji, e pode ser visitado de Osaka, Kyoto ou mesmo Hiroshima. 
Para evitar o bate-e-volta e ganhar tempo, incluímos essa visita após Hiroshima (de onde saímos cedo pela manhã) e deixamos nossa bagagem no guarda-volumes da estação de trem (seguro e pratico).

Gostou dessa viagem? Então você podera gostar de:
- Miyajima
- Hiroshima
- Quanto custa viajar ao Japão?

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Dá para viajar para a França apesar da crise?

Mesmo longe tenho acompanhado de perto como anda a economia do Brasil e não é novidade para ninguém que as coisas não andam nada fáceis para a maioria dos brasileiros.

Sei que não está fácil ir ao supermercado ou pagar as contas e eu poderia ficar horas e horas falando sobre isso, mas como moro na França e muitas pessoas chegam até o blog quando estão pesquisando viagens, resolvi tocar no assunto específico de viagens.

Com o Real se desvalorizando à cada dia, o euro passando dos 4,70 reais, uma boa idéia é explorar destinos nacionais ou internacionais mais baratos, já que a Europa e principalmente a França tem fama de serem destinos muito caros. 

Mas acontece que a França, com seus 85 milhões de turistas estrangeiros por ano, é o país mais visitado do mundo! Se tanta gente vem aqui é porque tem alguma coisa interessante e por que você teria que abrir mão, se esse sempre foi o seu sonho?


Vamos dar um "jeitinho" nisso?

1. Passagens aéreas:
Sim, elas são muito caras e "comem" boa parte do orçamento. Porém as empresas aéreas estão muito preocupadas com essa crise no Brasil e não querem perder os clientes brasileiros que são muito importantes para a economia do turismo. Desta forma você pode encontrar promoções incríveis e preços muito mais baratos que antes. Pesquise muito, dê preferência à baixa temporada, evite viajar sextas, sábados e domingos. As vezes os preços variam muito entre uma semana e outra, o jeito é pesquisar e fazer simulações. 

2. Câmbio:
Igualmente pesquise muito e estipule seu orçamento em EUROS. Tente pensar e calcular em euros, evitando de convertir a cada momento, pois eu concordo com a frase que diz "quem converte não se diverte".
Quando eu morava no Brasil gostava de ir comprando euros todo mês, até juntar o valor necessário, assim tinha a impressão de pesar menos no bolso. Desta forma eu não pensava mais no assunto, tinha meus euros e pronto. Ainda recentemente fiz praticamente a mesma coisa para a minha viagem ao Japão.

3. Hospedagem:
Em Paris e outras grandes cidades a diária geralmente é cara, mas pesquise promoções, abra mão de alguns confortos. Atualmente existem muitas opções de hospedagem, desde os hotéis de categorias mais simples, passando pelos albergues (alguns com quartos duplos ou tripos) e pela locação de apartamento. Alguns sites até mesmo parcelam em REAIS!

4. Alimentação:
Se você for como eu, gosta de experimentar a gastronomia local e viaja sonhando com as especialidades do país ou da região. Porém não é por isso que precisa ir à restaurantes 2 vezes por dia, o que certamente faz os tão suados euros desaparecerem em um passe de mágica! 
Hoje em dia você pode encontrar saladas e pratos prontos de qualidade nos supermercados espalhados pela cidade. Faça você mesmo as suas compras, assim você também vê como os locais se alimentam, o que compram. Faça como eles! 
Excelente escolha de vinhos, queijos, presuntos e tudo o mais a gente encontra nos supermercados (menção especial à rede Monoprix). Mesmo um sanduiche com queijos e presuntos diferentes, acompanhado de um bom vinho, além de sair barato, foge completamente do ordinário se for em Paris!
E prefira comprar a sobremesa nas pâtisseries, as sobremesas dos restaurantes são mais caras.

5. Visitas:
Paris é uma cidade muito rica em museus e atividades culturais, e eu amo tudo isso. Porém a cidade é bela por si só e as mais belas visitas são gratuitas, batendo perna para cima e para baixo, visitando os parques e jardins ou sentando em um banco de praça para ver a vida passar. E isso não custa nem mesmo um centavo de euro.
Mas você já deve ter ouvido falar que DEVE subir na Torre, DEVE ir no Louvre, no Orsay e por aí vai. 
Que fique claro: a viagem é sua e você não DEVE fazer nada disso que os outros fizeram. Tudo é questão de prioridade. Se você não for fã de arte e de museus, por que pagar uns 10€ a cada vez para se aborrecer depois de 15 minutos? Se o dinheiro (e o tempo) está sobrando é uma boa idéia, você pode aprender e descobrir que gosta, mas se não é o caso, deixe para lá sem culpas. 
A Torre é linda mesmo sem subir lá em cima, o Louvre é maravilhoso como arquitetura e só de olhar impressiona qualquer um. E a Notre-Dame, Sacre-Coeur e tantas outras igrejas são gratuitas e acolhem turistas em busca de história, arquitetura, beleza, fé, paz, ou simplesmente de um banco para sentar!!!

O Atelier do escultor Constantin Brancusi é apenas uma das inumeras atividades gratuitas em Paris. Dá para curtir arte sem gastar!

Sem contar que muitos outros museus e atividades são gratuitos o ano inteiro (e outros somente em algumas datas).

6. Compras:
De uma forma geral brasileiros adoram comprar e trazer produtos e objetos de fora faz parte dos desejos de mais de um. 
O jeito é limitar as compras, trazer de volta para casa mais verdadeiras lembranças ("souvenirs"), "causos", histórias e fotos ao invés "souvenirs" em forma de objetos que muitas vezes acabam ficando esquecidos no fundo de um armário.
E se realmente quiser comprar alguma coisa, mais uma vez, use os euros que você tem na hora (em dinheiro ou cartão pré-pago) e evite pagar com o seu cartão de crédito: a surpresa da fatura pode estragar suas lembranças de viagem.

7. Transportes:
Se o objetivo é viajar de forma econômica, então nem pensar em taxi. Prefira os transportes públicos que são eficazes e relativamente pontuais.
Mas melhor ainda e muito mais econômico e descobrir a cidade à pé. Sim, é possível e muito bom! Para isso traga seu calçado mais confortável e sua vontade de conhecer melhor o seu destino. 

8. Outros gastos:
Será mesmo que por duas semanas de viagem você precisa comprar chip de celular e estar conectado 24h ? Prefira hospedagens com WIFI gratuito e deixe para falar com a família e amigos, assim como postar nas redes sociais quando voltar para o hotel, ou quando encontrar wifi gratuito nas suas andanças pela cidade.
Também é bom viajar e se desligar um pouco do dia a dia. 

Espero que cada um consiga encontrar a melhor forma de viajar e realizar seus sonhos apesar da crise.

E você, qual a sua dica para conseguir?

Boa viagem a todos!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Paris by foot (ou Paris para pedestres)

Uma das coisas que adoro na França é que aqui praticar esportes não é considerado coisa de rico, nem de esquerda, nem é coisa de quem não tem o que fazer.

Você pode ir em cidades do interior onde não existe hospital, praticamente não tem médico em um raio de muitos quilômetros, mas com certeza você encontra uma piscina pública (coberta e aquecida), além de muitas atividades esportivas para crianças e adolescentes.

Inclusive sempre fico impressionada com os velhinhos com mais de 80 anos, firmes e fortes praticando esportes!

Sabemos que a prática de atividade física regular e adaptada desempenha um papel importante na prevenção de diversas doenças (inclusive cancer!). As principais causas de morte no Rio Grande do Sul (de onde eu venho) são o câncer e problemas cardiovasculares, cuja melhor prevenção é a prática de atividades fisicas (assim como uma alimentação com menos sal, menos carnes vermelhas, etc, ou seja, coisas que estão ao alcance de qualquer um). Estima-se de 4 de cada 10 câncers poderiam ser evitados com uma boa higiene de vida.

Se as pessoas tivessem uma vida menos sedentária ficariam menos doentes e os gastos com saúde (médicos, medicamentos, etc) seriam muito menores. Simples assim. Todo mundo sai ganhando, não acham?

Já o Brasil tem fama de todo um culto e preocupação com o corpo, e realmente vimos muitas academias de Norte à Sul, 
Mas eu também já vi muita gente que vive em academia, com um corpo lindo, mas que não consegue subir as escadarias da Basílica do Sacre-Coeur ou mesmo do metrô e que não conseguem ficar muito tempo sem sentar. Cansamos muito mais após uma jornada na frente do computador, e 12 horas de sono nos deixam menos dispostos do que 7! Não estamos geralmente mortos de fome sem ter queimado muitas calorias?

Hoje fiz um vídeo para compartilhar sobre como foi o dia "Paris sem carros", mas não sou jornalista nem tenho experiência em falar para a câmera, tenham um pouco de paciência.



Não foi em toda a cidade, somente algumas zonas foram delimitadas entre 11h e 18h, e em outras a velocidade estava limitada em 20km/h. Mas para muitos adictos ao petróleo e em velocidade esse tipo de proposta não é bem-vinda.

E eu que não gostava de correr, comecei no ano passado timidamente e foi a segunda vez que corri a "Parisienne", uma corrida somente para mulheres em Paris, há duas semanas. Emagreci? Não, mas me sinto muito melhor no meu próprio corpo, muito mais disposta e menos cansada no dia a dia.

Mas não se iludam, não corro com um imenso prazer. Para mim o melhor momento de uma corrida é quando ela termina! Nada melhor do que a sensação de ter cumprido um objetivo, de ter ultrapassado a linha de chegada! A cada vez que corro, durmo com a maior facilidade, me sinto realizada. A cada vez é uma vitória.

No ano passado fiz só pelo "prazer" e nem me importei com o tempo. Desta vez não estava muito motivada, o dia amanheceu feio, com previsão de chuva, e eu sabia que não tinha me preparado como deveria. Esse ano não pude evitar de ficar um pouquinho decepcionada com o meu desempenho, mesmo tendo terminado 3 minutos mais rapido que há um ano. Fica o desejo de fazer melhor da próxima vez, com ou sem chuva!



 No trem, ainda me preparando antes de corrida e depois, com a agradável sensação de ser uma vencedora.

Paris merece mais do que somente carros e poluição. A sua cidade também!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A cidade fortificada de Vannes

Para descansar das nossas férias do Japão e nos recuperar do calor, decidimos aproveitar o final de agosto para visitar essa cidade da Bretanha francesa localizada no coração do departamento do Morbihan (pequeno mar em lingua local). Vannes é repleta de charmes e sua proximidade com o Golfo do Morbilhan nos deixa mais perto das belezas naturais e de ilhas incríveis. Muito animada no verão, é um importante centro turístico da região.


A cidade "moderna" não é lá muito interessante, mas seu centro histórico é encantador e o reino dos pedestres.
Tudo começa pela Porta São Vicente, considerada a mais bonita das que resta e datando de 1624, na animada Praça Gambetta.

Todos querem fotografar o famoso casal esculpido em uma das antigas casas ainda em pé, testemunha de séculos de acontecimentos!

O Château Gaillard, antigo Parlamento da Bretanha, acolhe o Museu de História e Arqueologia.

As casas em enxaimel (com essas estruturas em madeira) ao redor da catedral são dos séculos XV ao XVII.

A Catedral São Pedro foi muitas vezes restaurada e mistura diversos estilos.

A Porta Prisão é a mais antiga ainda existente (século XIII) e para mim mais bonita que a São Vicente.

Um dos lugares mais charmosos é com certeza os "lavoirs" do século XIX, em excelente estado. Aqui as mulheres vinham para lavar as roupas.



A Torre do Connetable é facilmente vista ao fundo e reconhecida pelas suas torres. E dali também temos um excelente panorama do Château de l'Hermine.


Inverno ou verão, melhor levar um impermeável, nunca se sabe...

Os veranistas e turistas não vêem em busca de lindas praias, mas querem aproveitar os esportes náuticos, a tranquilidade e as temperaturas mais frescas.

O mar, as ilhas e as marés alimentam o imaginário de turistas e curiosos.

Informações práticas:
De trem é necessário contar no mínimo 3 horas saindo de Paris (gare de Montparnasse). Em Vannes tudo é possivel fazer à pé. A melhor época para visitar a região é entre abril e início de outubro, com temperaturas mais amenas, vento suportável e cores mais brilhantes. Ou então durante um dos inúmeros festivais que preservam as tradições celtas ou festivais de música ou medievais.
Come-se (e bebe-se!) muito bem em toda a região. Saindo de Vannes é possível realizar diversos passeios de barco, visitar o golfo, as ilhas e outras cidades.
Tudo é delicioso na "La Huche à Pain"

Um dos passeios mais bonitos é com certeza a Île aux Moines. Eh a mais vasta das ilhas e a que abriga uma maior variedade de paisagens naturais. Suas principais atrações são a vegetação e as casas de pescadores.




No inverno a ilha abriga cerca de 650 habitantes, que se multiplicam por 10 no verão.

Gostou de Vannes? Então provavelmente você também vai gostar de Saint-Malo, Le Mont-Saint-Michel, Etretat, Yport, Deauville ou Biarritz