terça-feira, 14 de junho de 2016

Uma nova aventura em vista!

Fiquei pensando milhões de vezes se falaria aqui no blog, ou de que forma contaria a novidade. 
Estou grávida. Pronto, falei, para que enrolar ainda mais para contar?

















Primeiro pensei esperar os 3 meses para anunciar (o que se costuma fazer aqui na França), mas foi sempre acontecendo alguma coisa e eu achava que nunca era o momento.

A minha gravidez causou muita surpresa ao meu redor, tanto da família, dos amigos quanto dos colegas de trabalho.
Muitos vieram me dizer: "mas eu achei que voces não quisessem ter filhos!"

Bom, não é questão de me justificar, mas acho bom colocar os "pontos nos is":

Eu nunca gostei dessa pressão para engravidar assim que a gente se casa ou atinge uma certa idade, e foi sinceramente o que senti desde o casamento. Se antes eu nunca tinha pensado muito no assunto "ter filhos ou não tê-los", quando me casei, no início o mais importante era curtir o marido, a casa, nossa vida à dois, e ao mesmo tempo desenvolver a minha carreira aqui na Franca.

E a gente estava tão bem na nossa vida que o assunto filhos nunca foi tema de debate no nosso casal. Muito rápido as pessoas vinham nos perguntar e a gente respondia que ainda não era hora, e aos poucos acho até que comecei a ser totalmente meio grossa, pois sinceramente para mim essa é uma decisão do casal. Para a maioria da população é tão "natural" ter filhos, como se fosse impossível para um casal imaginar a vida sem, como se não tivessem muitas vezes nenhum outro interesse em comum.

Sem contar que se a gente não tem filhos, somos logos rotulados de "egoístas", e para mim egoístas eram mais as pessoas que diziam "com filhos nunca mais vou me sentir sozinha; deixarei algo para a posteridade", e por aí vai. Eu sempre gostei de estar sozinha e a vida de casal nem sempre foi fácil para mim por causa disso. Então, nenhum medo de ficar sozinha. Meu marido é bem "grude", muito conversador, não me deixa tranquila nem um minuto, toda hora precisa me contar alguma coisa, colocar uma música, me mostrar algo. Imagina uma criança full time?

Talvez também por ter começado a aproveitar a vida relativamente tarde e ter me tornado "independente" mais tarde, eu ainda queria viver muitas coisas, e uma delas era viajar.
Sei que muita gente viaja com crianças ou mesmo com bebês, mas tanto meu marido quanto eu achamos que algumas viagens a gente evitaria fazer com crianças (no inicio), tanto pelo ritmo cansativo quanto pelas dificuldades locais. Se quando você está na sua casa não vai a um aniversário porque o filho amanheceu com febre, diarréia ou vômitos, imagina estar com um vôo programado ou já estar do outro lado do mundo sem conhecer nenhum médico ou hospital de confiança, e as vezes sem falar a língua? E assim a cada vez a gente tinha um projeto e adiava a decisão.

Alguns ainda me diziam: um dia vai cair a ficha, vai bater "aquela vontade". Esperei até os 35 anos e não caiu a ficha. Na minha cabeça me sentia superjovem e poderia esperar ainda uns 5 anos, mas como mulher, a gente vai lendo e vê que não temos "todo o tempo do mundo". Sim, algumas mulheres têm o primeiro filho aos 42 anos, mas isso é muito mais a exceção que confirma a regra, e não é sem riscos. Foi então que começamos a pensar seriamente e dia 1o. de janeiro tomamos a nossa decisão: vamos começar a tentar, se der certo é porque era para a ser, se não der certo não seremos infelizes sem filhos.

15 dias depois a menstruação não veio. 
Depois vieram todas as confirmações: teste de farmácia, de laboratorio, ecografia... E a ficha ainda não caia que eu estava "supergrávida". 
Hoje já se passaram alguns meses, estou com 25 semanas e posso dizer que estou vivendo uma gravidez muito tranquila, estou muito de bem com a vida e comigo mesma, não tive náuseas, enjôos, a tal ponto que a minha vida segue praticamente tão normal que não fosse a barriga (e seios) que não entram mais nas minhas roupas, os movimentos, um pouco mais de cansaço e vontade de comer algumas coisas outras não, tudo pareceria igual.

Tenho me sentido tão "zen", antes coisas que me preocupavam sobre a gravidez ou ter filhos agora nem me passam pela cabeça ou então eu penso "isso não é tão importante". Tenho a impressão que estou vivendo o momento presente, não consigo ainda me projetar para o futuro e nem quero que as pessoas me apressem.

Tudo no seu tempo.
Parece que de novo tenho todo o tempo do mundo...

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Inundação em Paris

Na semana passada choveu muito em Paris, eu particularmente nunca tinha visto tanta agua cair do céu... Normalmente sempre digo que aqui chove e para, dificilmente chove o dia inteiro, mas acredito que por 3 dias seguidos praticamente não parou de chover nenhum minuto.

Segundo especialistas, em três dias choveu o equivalente a 3 meses e esse tipo de fenômeno ocorre a cada 100 anos!

Como consequencia principal, o nivel do Rio Sena atingiu seu pico na noite de sexta para sabado, chegando a 6,10m acima do seu nivel normal. 

Eh verdade que a navegação no rio foi suspendida e museus como o Louvre e Orsay fecharam suas portas como medida de precaução para proteger as obras que estavam em zonas mais baixas que poderiam vir a alagar. Algumas linhas de transportes que circulam por ali também foram suspensas, mas de uma forma geral a vida seguiu o seu ritmo por aqui. Não houve "inundação de Paris" como algumas midias quiseram mostrar, moradias não foram alagadas e nem houveram "desabrigados" na capital (em algumas cidades menores e mais longe sim). 

Em Paris a agua não chegou a atingir o nivel das pontes, e as moradias ficam mais acima. 

 Imagens de junho/2016

Outra imprecisão que andei lendo foi que "moradores de rua que dormem em barcos" foram evacuados. Sim, as pessoas que moram nesses barcos foram evacuadas... mas não se trata de moradores de rua! Eles possuem um barco que custa centenas de milhares de euros, com mais de 100 metros quadrados, geralmente, cozinha equipada, quartos, salas, etc, tudo o que tem uma moradia "normal", então acho que estão longe de serem moradores de rua.

O mais importante é que o susto passou, agora é esperar que não aconteça antes dos proximos 100 anos! Vale lembrar que uma das inundações mais importantes da historia de Paris aconteceu em 1910, quando o nivel do Sena atingiu 8,62m.

Imagem de 1910.