quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Museus de Dublin

The Old Library

Dentro do Trinity College, encontra-se essa antiga biblioteca que atrai turistas do mundo todo, e eu como verdadeira rata não poderia deixar de visitar. (Entrada paga)


 Não era possível fotografar, mas à esquerda vai uma foto "proibida" é à direita o cartão postal da biblioteca que a gente acaba sendo obrigado a comprar se deseja uma recordação além da memória 
(e eu preciso de memória auxiliar)

Ali também podemos admirar o Livro de Kells (The Book of Kells), o mais precioso livro da Irlanda e para alguns mesmo de toda a Europa! Mas o que tem de tão especial nesse livro?

Trata-se do Novo Testamento manuscrito pelos monges do monastério de Kells no século VIII!!! Tudo em pele bovina... Ele é único pela sua data, pela qualidade da sua caligrafia, letras e desenhos bem alaborados, de uma delicadeza extrema. São 680 páginas e aqui seguem algumas imagens da internet para quem deseja ver como ele é, já que as fotos são realmente proibidas e a penumbra da sala (para proteger a obra) impediria qualquer foto "correta".

National Gallery

Um dos mais importantes museus de Dublin e mesmo da Irlanda (entrada gratuita). Além das salas dedicadas às pinturas irlandesas do século XVIII até hoje (algumas obras são bem interessantes, mas são artistas que de uma certa forma nunca conseguiram se destacar no cenário mundial), podemos encontrar algumas obras realmente de peso e muito importantes para o mundo da arte. Um destaque a esse fabuloso Caravaggio (momento em que o Cristo é abordado e será julgado logo após).

 Ou esse obra de Vermeer, raramente encontrada fora da Holanda.
Chester Beatty Library


Uma coleção impressionante principalmente de artes e manuscritos do Oriente e Extremo-Oriente. O 1º andar se interessa principalmente ao universo do livro e o 2º ao mundos das religiões. Entrada gratuita.

Tanto na National Gallery quanto na Chester Beatty Library existe um trabalho bem legal para aproximar as crianças desse universo artístico. recuperei muito material para o meu sobrinho, tenho certeza que ele vai adorar. Ou seja, também são lugares que pensam nas crianças e conseguem seduzi-las. 

Dublin City Gallery, The Hugh Lane
Eu já tinha citade esse museu quando falei do atelier de Francis Bacon, e sem dúvida é a principal atração do local é o atelier. As exposiçéoes temporáprias podem ser muito interessantes, oportunidade de ficar por dentro do que se passa no cenário artístico contemporâneo irlandês. Entrada gratuita para a coleção permanente.

Dublin conta com muitos outros museus, mas esses foram os que visitamos por considerarmos "imperdíveis" pelo conteúdo mas também devido aos nossos interesses. Atenção aos horários, que podem ser bem limitados, principalmente aos domingos e feriados. 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Jardim do Administrador Humilde, em Suzhou

Quando partimos de Hangzhou, nosso próximo destino foi a cidade de Suzhou, não muito longe dali (um trajeto de trem de cerca de 1h30). 
Ao primeiro olhar Suzhou é uma cidade moderna  de 2 milhões de habitantes, tomada pela multidão em suas largas avenidas. Ela se desenvolveu com os seus canais do século VI que servia principalmente para o transporte de seda de Suzhou até as cidades do norte da China, como Pequim. Isso quer dizer que foi um  importante centro de produção e comércio da seda, chegando mesmo a produzir 25% de toda a seda do país que era exportada para o mundo todo. As mulheres de Suzhou são também reputadas como umas das mais belas da China. Mas a cidade é famosa pelos seus fabulosos jardins tradicionais, uma cidade-jardim que é uma verdadeira cidade-museu. Um importante local para o turismo chinês e que atrai cada vez mais os turistas ocidentais (que ainda são poucos!)
A cidade conta com oito jardins inscritos ao Patrimônio Mundial da Unesco. Os jardins são uma verdadeira instituição na China, representando o paraíso na terra, um universo em miniatura. Outra particularidade é que eles são fechados, ou seja, de fora a gente não vê nada e nem imagina que no meio da cidade existe toda essa natureza exuberante e toda essa paz.

O Jardim do Administrador Humilde (Zhuozhengyuan)

 Eh o maior jardim de Suzhou (ocupa uma área de mais de 5 hectares) e leva esse nome devido a uma interpretação das escrituras chinesas antigas que fala de renunciar a uma vida política agitada para viver uma aposentadoria calma e feliz. Ele foi criado no início do século XVI (1509).

 Entrando nos diversos prédios podemos observar os diferentes estilos Ming e Qing.

Quem como eu adora essas árvores em miniatura não pode perder a parte dedicada aos bonsais, reunindo mais de 700 (a mais velha tem 300 anos!). Imperdível!!!



As paisagens se desenrolam como uma poesia chinesa, misturando elementos de água e terra. A água ocupa 1/3 da superfície e a sua cor é verdade em associação com a pedra de Jade.

 A porta circular é o símbolo do Céu de da sua perfeição.
 Eu não perco uma ponte por nada nesse mundo!!!

Dicas: Os jardins abrem geralmente por volta das 7h30 e é melhor chegar desde a abertura para evitar a multidão de grupos de turistas chineses com seus guias gritando ao microfone, o que tira um pouco da magia do local. No verão, a tarde é realmente muito quente, e os jardins fecham relativamente cedo, entre 17 e 17h30, dependendo da estação. No final do dia, bom prever repelentes para mosquitos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Blogagem coletiva: Foto Jacu

Pensei alguns dias antes de aderir à onda lançada pela Silvia do blog Matraqueando... Mas resolvi colocar a minha cara a tapa e mostrar algumas fotos jacu que fizemos por aí. Por um tempo até tinha parado de fazer esse tipo de foto ou de publicá-las devido às críticas que recebi aqui no blog no passado, mas depois parei para pensar que era bobagem tentar me adaptar aos padrões de pessoas infelizes e mal-amadas. Se bate a vontade de fazer uma foto ridícula a gente faz, se a mesma não serve para nada a gente apaga... Mas se nos traz boas gargalhadas ou boas lembranças já é uma boa razão para continuarem existindo! 
Aqui alguns micos:

  Brincar com uma imagem na parece ou usar um adereço ridículo na cabeça que mais parece uma peruca...
 Dormir na igreja... o maior mico! Espero que literalmente Deus me perdoe!
 Gostar de ser engolida pela neve é só mesmo para quem (quase) nunca viu neve! Mico total!

 Quem nunca brincou de prisioneiro e xerife que atire a primeira pedra!!!
E quem nunca se divertiu fazendo compras?
Ok, as botas de esqui foi só pela sensação, não tinha intenção nenhuma de comprar!

Sempre quis fazer uma foto assim na Terra do Fogo... Só que não era na Terra do Fogo. kkk

O tipo de foto e momento que não tem quem não te olhe fazendo... 
e caia na gargalhada, ou que fotografe também!

Mas além de fotos, adoramos umas montagensbem bobinhas...Vem a vontade de fotografar e já pensamos em como transformar a realidade!


Ok, não vou me expor tanto assim, deixarei um pouco para o maridão. Vamos ver qual será a minha penitência quando ele vier fuçar no blog.




 Fechando os olhos a gente até se sente em outro lugar...

Assim que entramos no nosso quarto de hotel pensei direto nas imagens que eu via na revista... Na hora expliquei ao maridão o que eu queria fazer com a foto. 

O problema é que publicamos a mensagem no facebook com uma mensagem do tipo "quem vendeu a nossa foto para a Caras?", e teve gente que acreditou e quando soube que era uma brincadeira não fala mais comigo até hoje...

E você, tem muita foto imortalizando esses momentos de pagação de mico?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mulher de 30 na França


* Questionário do ginecologista francês na primeira consulta:

- Nome? Data de Nascimento? Quantos filhos?

* Boletim semanal de informações da empresa:

- XXX é a nova diretora de vendas para o mercado Europeu. Ela tem 34 anos, é mãe de duas lindas meninas de 4 e 6 anos, diplomada pela escola Y (uma das mais reputadas e caras escolas Superiores de Comércio da França)... (o texto continua explicando sua experiência em todos os detalhes)

Aqui na França, aos 30 anos a mulher tem que ter uma carreira, ser excelente mãe de 1 ou mesmo já 3 filhos, ser bela, ter um corpo magro e esportivo, comer só produtos saudáveis, oriundos dos pequenos produtores locais (mas na sobremesa pode exagerar, ah, isso pode!), e ainda cuidar da casa sem faxineira, pois faxineira na França é para os fracos, exploradores de mão de obra simples e para as preguiçosas ou princesas.

Se tem uma outra coisa que me irrita, é quando alguém insiste que...
... a mulher tem que ter filhos, pois é a natureza, e ela foi criada por isso.

Eu acredito que a sociedade evoluiu muito desde a pré-história, passando pela Idade Média e outras épocas mais modernas. Se remontarmos no tempo, a relação que se tinha com os filhos mudou muito, assim como a maternidade. Antigamente (bem antigamente) as mulheres não se questionavam, ter filhos era "natural" e era essa a razão da vida delas. E ter filhos não significava que estabeleciam com eles a mesma relação que as mães tem hoje, de carinho, cumplicidade, afeição. 

Infância como nós vemos hoje também não existia, é uma construção social moderna (assim como adolescência é um conceito social aindamais atual). Em histórias da Idade Média era muito comum a mãe perder um ou mesmo mais filhos e todo mundo via como algo natural, a mulher jovem ainda poderia ter muitos outros, mas era certo que perderia outros tantos.

Mesmo atualmente, em familias muito pobres já vi isso. Certa vez, um menino que vendia doces após o almoço de porta em porta na praia que eu frequentava não veio uma tarde. No dia seguinte, a gente disse que o esperou. Ele conta então que o irmãozinho tinha morrido e tinham ido enterrar. Falamos que sentimos muito e ele disse que não tinha problema, pois já era o terceiro e a mãe estava grávida novamente!!! Em meus trabalhos nas comunidades pobres de Porto Alegre ou arredores ainda persiste essa idéia de a mulher só existe enquanto tal enquanto pode "procriar". Nem mesmo a esterilização de cadelas de rua não eram aceitas por essas mulheres nessas comunidades pois segundo elas a razão de existir de um animal do sexo feminino é a procriação, isso independente da religião.

Também já vi muitas famílias no Brasil que encarregavam um dos filhos de ir morar com a avó ou um outro parente, algumas vezes por problemas econômicos, mas as vezes era para que esse parente não ficasse sozinho na velhice ou doença. Puxa, sempre achei muita responsabilidade sobre os ombros de uma criança, sem contar essa geralmente "quase-exclusão" do seio da família. Mas quem sou eu para julgar?

Sem contar as famílias mais abastadas de épocas também remotas, cujas mães quase nunca se ocupavam dos filhos, que eram amamentados por amas de leite e que só vinham alguns minutos por dia passar um tempo com a mãe quando estavam arrumadinhas e alimentadas! 

Se isso era comum entre a nobreza e burguesia, hoje não chega a ser muito diferente com alguns ricos. Conheço um casal de brasileiros com muita grana que batalhou muito para ter filhos e após vários abortos espontâneos e traumáticos enfim conseguiram. Mas eles andam para cima e para baixo com 2 babás ao mesmo tempo, 24 horas por dia... Nunca foi a mãe ou o pai que se levantou para se ocupar do bebê, e logo apóso parto a mãe passava 4 horas por dia em atividades esportivas para retomar a forma, alem de viagens sem o bebê para o Hawai, Europa, etc. Nem eram os pais que levavam a criança no médico!!! E esse não foi o único caso do tipo que presenciei, mas eram os mais ricos.

Além disso, em muitos países da Europa, dentre eles a França, o aborto é legalizado. Muitas gestantes tomam essa decisão em casos de problemas com o desenvolvimento do bebê ou riscos de saúde, mas uma outra parcela muito mais importante faz essa escolha pelo fato da gravidez ter acontecido em um momento não propício da sua vida. Até hoje, sempre que falei com alguém daqui sobre o assunto, mulheres e homens ficam surpresos quando eu evoco se o aborto não provocou sentimentos de tristeza, culpabilidade, etc, como se eu fosse o ser mais estranho do planeta por ter pensado nisso.

Já ditadura da criança-rei é um fenômeno relativamente recente, em que as familias se organizam ao redor da criança, fazem tudo em torno dela, e inclusive se sentam para brincar com a criança!!! Na minha geração os pais não brincavam com as crianças, que brincavam simplesmente entre si ou sozinhas. Aí vem aquela história para mim ridícula de que não se deve ter apenas um filho, que o mesmo vai ser mimado e egoísta... Como se o mundo não estivesse cheio de egoístas e mimados que foram criados entre irmãos!

Agora os pais que não se sentam 4 horas por dia para brincar com os filhos são acusados pelos outros  de serem péssimos pais!

Toda essa introdução para dizer que atualmente a mulher pode ter uma outra função na sociedade, para com a sociedade ou com ela mesma, que ela não está limitada a um útero que fecunda. Hoje a mulher moderna SE PERGUNTA se ela quer ter filhos. Pode ser que a resposta seja "sim", "não" ou "talvez", porque ela pode ver um outro sentido na sua vida. E eu acredito que todas elas devem ser respeitadas nas suas decisões.

E mesmo assim, muitas ainda se deixam influenciar pela sociedade, e aqui na França na minha opinião a pressão na classe média é ainda mais forte do que na classe média brasileira.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O melhor Fish and Chips de Dublin!

Antes mesmo de embarcarmos para Dublin, o maridinho fofo que eu tenho a sorte de ter aqui em casa tinha pesquisado sobre o que comer em Dublin. Ele que sabe que adoro peixe e que vivo incomodando querendo comer Fish and Chips a cada vez que vamos a Londres, descobriu o que é considerado o melhor fish'n'chips de Dublin!

E não é que parece que é mesmo verdade?
Esse senhor que trabalha ali é muito simpático e fez questão de aparecer na foto. A senhora que esperava o seu peixe confirmou que é o melhor da cidade, com a casquinha crocante e macio por dentro.

São vários Leo Burdocks espalhados pela cidade, mas esse aparentemente é A referência.  O local foi fundado em 1913 e todos os dias as pessoas fazem fila para serem servidas nos horários de almoço e jantar.
Um ponto negativo é que não existem mesas ali nem local para sentar, é take away mesmo. Nada melhor do que ir comer em um dos bancos de uma das igrejas do bairro. Nos outros endereços existem mesas, mas não provamos para dizer se a qualidade é a mesma.

No primeiro dia a gente pediu um para cada um, eu pedi o peixe fresco e Sylvain pediu o defumado.


  Excelente qualidade de peixe, com gosto de verdade!!! Mas as porções eram enormes, a gente só comeu todo o peixe porque era muito bom e  eu sou uma pecadora pela gula... Porém metade das batatas fritas acabamos deixando. 

No último dia não resistimos e repetimos a experiência, mas desta vez fomos mais sábios e dividimos uma porção.


E você, está servido(a) ?

Endereço:
Leo Burdock
2 Werburgh Street (perto da catedral Christchurch).

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O que ver em Dublin?

Dublin é uma cidade que se descobre à pé! O único transporte necessário é do aeroporto ao centro, nada mais...

Mas o que tem para ver? Vamos por partes, começando por um passeio à pé para descobrir toda essa riqueza.

 - Passear pelas ruas, flanar e se perder! Arquiteturalmente falando, praticamente nada mudou há um século, o que já é motivo suficiente para me agradar! Ruas que paressem sair diretamente de uma pintura do século XIX convivemperfeitamente com as catedrais antigas e algumas mesmo medievais.



 Molly Malone


Sem esquecer um passeio pelas margens do rio Liffey que corta a cidade,com suas pontos (adoro pontes!). O lado norte é considerado mais pobre, tendo acolhido as classe operária, enquanto no sulencontravam-se as classes médias e mais abastadas. 
Antigas fábricas ao norte do rio
  Suas residências georgianas ao sul

- Temple Bar
O famoso bairro animado com seus bares, ambiente convivial e alegre, muita música (geralmente ao vivo) e iluminação... Os pubs irlandeses são verdadeiras instituições, acredito que não encontramosnada de comparável no mundo. São mais de  mil na cidade. Uma experiência única! Mas para quem quer fazer a festa, vale lembrar que a animação começa cedo, ou seja, nada de esperar a madrugada! Porém é um bairro verdadeiramente turístico, vamos encontrar mais estrangeiros e turistas por ali a clientela local se encontra mais em outros bares um poco fora desse circuito.


- Seus parques e áreas verdes. Um dos mais conhecidos é o St Stephen Park, no coração da cidade, mas no inverno é meio tristinho. Imagino que na primavera e verão seja um dos lugares mais frequentados pelos habitantes. Vi até umas gaúchas tomando chimarrão, que invejinha, já que nunca vi em Paris!

Trinity College: A primeira universidade fundada na Irlanda em 1592 pela rainha Elizabeth I. Ali estudaram grandes personagens da história da Irlanda. A arquitetura que podemos ver atualmente é sóbria e os prédios mais antigos são do século XVIII. Podemos entrar e passear tranquila e gratuitamente pelo campus, mas para apreciar seus mais importantes tesouros, é necessário pagar o direito de entrada. 



Castelo de Dublin e seus arredores: a cidade sofreu muitas demolições e transformações ao longo dos séculos e por isso encontramos poucos traços medievais. Apesar de sua estrutura datando de 1204, o castelo sofreu muitas modificações ao longo da história e o resultado atual não agrada a todos devido ao seu atual estilo de gosto duvidoso. 

Mas é nessa região do castelo que encontramos vestígios das construções do século XII, como a catedral de São Patrick e outras construções religiosas.




Gostou? Em breve mais detalhes sobre seus impressionantes templos religiosos, museus e gastronomia!