quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Dica de teatro: "L'Intrus"

Ainda não tinha falado aqui da minha paixão pelo teatro. E Paris é uma das melhores cidades do mundo para quem ama o teatro, pois centenas estão em cartaz ao mesmo tempo, em centenas de teatros espalhados pela cidade, desde os mais simples até os mais famosos, com as peças mais despretensiosas até as mais célebres. Quando cheguei aqui e me senti capaz de entender corretamente um filme, comecei a ir ao teatro, mas ultimamente, falta de tempo, sou obrigada a selecionar o que tenho realmente vontade de assistir.
E como já comentei, o ano aqui começa em setembro, é quando recomeçam as aulas, quando novos livros são lançados nas livrarias e quando as novas peças, espetáculos e temporadas começam. Escolha não falta, e eu fico aqui calculando o orçamento para tentar fazer as melhores escolhas!

Nessa semana fui assistir à peça "L'Intrus", que aborda o universo de Henri, um especialista de problemas cerebrais em idade avançada que uma noite encontra no seu quarto um jovem que diz ser ele mesmo no passado, e que lhe propõe de lhe conceder uma nova juventude em troca da sua vida. Até aí tudo bem, um tema clássico (o clássico tema de Fausto) , mas a peça entra nos conflitos existenciais e fala de uma forma "leve" e com muita emoção do homem contemporâneo controntado às grandes questões da existência, como o senso da vida e da morte, os conceitos de felicidade e de amor.

Aos poucos também ele começar a ser confrontado com a idéia de estar ou não com Alzheimer, uma doença que ele conhece muito bem (pois passou anos pesquisando).

Os atores interpretam maravilhosamente bem, com menção especial a Claude Rich (principal), e a direção perfeita.

A peça me tocou muito por diversas razões, uma delas foi lembrar do tempo em que eu trabalhava em pesquisas sobre neuromemória, um trabalho que eu adorava e que depois deixei de lado para seguir outros caminhos, mas sinto muita falta principalmente do contato com idosos (a maioria dos pacientes eram idodos, mesmo havendo exceções), e eu revivi as mesmas angústias e as mesmas questões, para no fim chegar às únicas respostas possíveis.

Outro ponto alto da peça foi a decoração que trabalha a ilusão de ótica e as perspectivas e que me fez pensar no universo do artiste holandês Escher.

E você, gosta de teatro? O que tem visto ultimamente ou qual foi a peça mais marcante?

Informações:
L'intrus
Do 8 de setembro ao 31 de dezembro, na Comédie des Champs Elysées.

3 comentários:

Line disse...

Oi!

Obrigada pelo seu comentário lá no blog! :)

Sabe, existe muita gente maldosa e sem ter o que fazer que fica o dia todo na internet procurando pêlo em ovo. Infelizmente quem tem blog aberto está sujeito a esse tipo de coisa. Já recebi comentários "anônimos" maldosos no meu blog. Na verdade eu sei muito bem quem foi a "anônima" que comentou mas me faço de cega, surda e muda porque sinceramente? Eu me importo com meus amigos, minha família, com as pessoas que têm carinho comigo, que comentam (ou não); já o resto, bom, o resto é o resto, literalmente! Eu nem faço moderação de comentários, aceito qualquer comentário que aparece por lá.

Btw, você gosta de ler em inglês? Conhece Doris Lessing? Eu adoro os contos dela, e um em especial que se chama "To room nineteen". Vale a pena ler!

Beijos!

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Mi, eu tb gosto muito de teatro. Gosto bastante o tipo Cabaré, que para nós brasileiros soa meio esquisito muita risada com este tipo de teatro.

Vc nao tentou trabalhar em Paris na tua área? Eles precisam tanto de profissionais na área de saúde.

Uma amiga minha que conheci através dos blogs foi para Paris no ano passado, para trabalhar por alguns meses num hospital em Paris e ela está pensando seriamente se se muda de vez para Paris para trabalhar na área.

Vc é jovem, com certeza tem um lugar pra vc por ai. Bem...tô falando assim e nem sei se vc trabalha, ahahhahah.

Pelo teu post vc nem tem tempo...rs.

Bjao

Milena F. disse...

LIne, valeu pelas dicas! O jeito é relaxar mesmo ou então a gente enlouquece!

Celia, respondi no seu blog!