quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sobre o álcool e minhas impressões

Há anos venho observando um fenômeno da sociedade um tanto curioso para mim: o quanto choca uma pessoa que não consome bebida alcoólica!!!

Sim, vivemos em uma sociedade que cultua o álcool como sinônimo de diversão, sociabilidade, ser "cool". Ou seja, é bonito e bem-visto beber.

Sempre senti isso na pele pois sempre fiz parte do grupinho "que não bebe". Cerveja sempre detestei, tenho horror ao gosto, não me causa nenhum prazer. Mas nunca me impediu de ir a festas, aproveitar e me divertir. Mas sempre era olhada atravessado, era classificada como "a careta". Também não suportaria ficar bêbada, tenho pavor, acho feio. Algumas pessoas me criticam de querer estar "sempre no controle", mas não vejo por qual razão eu deveria perder o controle dos meus atos e da razão, no que isso vai me transformar em uma pessoa melhor.

Mais tarde fiz meu estágio de psicopatologia (6 meses) em um hospital psiquiátrico em Porto Alegre, no setor especializado em dependência química. Além de dependentes a outras drogas (como o crack, a cocaína, dentre outras), metade dos pacientes em desintoxicação eram dependentes ao álcool. Sim, o álcool é uma droga e causa os mesmos estragos que as tais ditas "pesadas". Mas ele é aceito pela sociedade e até mesmo incentivado! Quantos pacientes conseguiam realizar um excelente tratamento, mas desde que tinham alta eram recebidos pela família com uma grande festa regada a muito álcool (a família e os amigos esperam que o alcoolista tenha aprendido a "beber socialmente", quando na verdade não existe outra saída para o dependente que a abstinência completa.), e então ele tem uma recaída já no mesmo dia? 
Lembro de uma vez, eu estava na praia durante uma festa de carnaval, e me deparo com um ex-paciente. Fiquei muito contente de vê-lo com uma latinha de Sprite na mão, mas fiquei ainda mais contente de estar eu mesma com uma latinha de Coca-light. Não seria o cúmulo do rídiculo se durante o trabalho eu ajudasse os pacientes a viver sem o álcool e estivesse caindo de bêbada no carnaval???

Quantas vezes briguei com o meu pai com aquela mania que ele tinha de instistir com um visitante a beber, mas uma insistência realmente forte. Eu dizia que ninguém conhece a vida da pessoa, se ele não bebe porque não gosta, se tem um problema de saúde e utiliza medicamentos incompatíveis com o álcool ou se se trata de um ex-alcoolista que está tentando parar. Tenho muito orgulho do meu pai que tenta ser muito menos insistente, apesar de ter sido criado em uma cultura "macho" em que homem de verdade aguenta "qualquer tranco" e bebe!

Se no Brasil o fenômeno alcoólico já é forte, ele não é menos intenso na França, país dos bons vinhos e do champagne. Confesso que aprendi a gostar de vinho aqui e adoro champagne. Muita gente não acreditava que a campanha "se dirigir não beba" daria certo aqui na França, mas os resultados ao longo dos últimos anos foram excelentes e realmente a maioria da população parece levar a sério o assunto.
Mas será que é porque vivemos em um país grande produtor de boas bebidas que temos que fazer como todo mundo e beber? 
Essa é uma escolha de cada um.
Mas incomoda muita gente, principalmente brasileiros, o fato do meu marido não beber nadinha de álcool. Com os amigos franceses, esses simplesmente perguntam "não bebe?" "tem certeza?", ok, ninguém toca mais no assunto. Mas com os brasileiros o fato de não beber toma uma proporção gigante, são tantas indagações, tantas recriminações veladas (mas como é possível? Não acredito!! Mas bebe ao menos um pouquinho, prova a nossa caipirinha, etc...)

Praticamente a pessoa tem que se sentir envergonhada de não beber. Mas Sylvain (que não aceita pressão da sociedade e faz o que tem vontade e não vai mudar seus princípios) leva numa boa todas essas críticas. Ele conta que nunca gostou de bebida alcoólica, nunca foi seduzido por isso (nem por cigarro nem por drogas). Todas as vezes em que experimentou algum tipo de bebida de álcool não gostou e não teve vontade de repetir a experiência. 

Para o nosso casamento e brindes especiais como Natal, casamentos, até já aconteceu dele brindar com um dedo de champagne mais para fazer prazer aos amigos quando esses insistem muito, mas ele diz que não suporta o gosto. 

Certa vez em Cologne (Köln), na Alemanha, fomos conhecer uma taverna e um grupo de alemães resolveram nos pagar uma cerveja e não nos deram escolha, apenas de insistirmos que não bebíamos. Sylvain acabou bebendo por educação mas eu via o mal-estar dele. Eu não consegui terminar a minha, foi um momento horrível. No final nós dois fomos comprar um refrigerante e bebemos rapidinho para tentar tirar o gosto!

Outra vez estávamos em uma cidadezinha francesa chamada Fécamp e visitamos a fábrica da Benedictine, um famoso digestivo francês que já fez muito sucesso (atualmente acho que é menos famoso). A visita foi motivada por ser uma das principais atrações da cidade e os locais são muito bonitos, e também porque chovia muito e preferimos fazer uma visita de lugares fechados! A visita foi maravilhosa, mas no final tinhamos direito a degustar a bebida... Outro momento constrangedor!!! Degustamos (ele um gole, eu um pouco mais), mas decididamente não era para nós. Também tentamos a cerveja (sem álcool de Munique) e o Apfelwein de Frankfurt. Sem sucesso. 
Definitivamente, não temos vocação para alcoólatra.

Apesar de meu marido realmente não beber bebida alcoólica, sempre temos aqui em casa e nunca faltou para as nossas visitas. Respeitamos quem bebe e não temos nenhum problema em receber, visitar ou sair com amigos que bebem. 

Sinceramente, acho que existem "defeitos" bem piores na vida do que esse de não beber... Tem gente que rouba, que mata, que mente, que sacaneia, porque vamos crucificar justamente uma pessoa que não bebe? Ainda por cima, a saúde agradece. (eu sei que alguns estudos dizem que uma taça de vinho faz bem para o coração, mas para começar essas pesuisas só mostram resultados positivos para consumação a partir dos 60 anos, e ainda é bem contraditória...) A prática de esportes de forma regular, assim como água e outros ingredientes podem ser tão ou mesmo mais eficazes.

Prefiro estar casada com alguém que não bebe a estar casada com alguém que vive caído pelos bares, fazendo escândalo ou ainda pior, com uma grave dependência que exige cura de desintoxicação ou tratamento. E existe muita gente assim, a acreditar nas diversas clínicas especializadas, fazendas terapêuticas e outros tratamentos que existem. Pior que isso, as possibilidades de "cura" não são lá muito encorajadoras.

Pronto, falei!!!

P.S.: Durante um semestre acompanhei um grupo do AA em Porto Alegre para o meu relatório da disciplina da faculdade "Dinâmica de Grupos" e a definição deles é a seguinte:
Alcoólatra: alguém que AMA o álcool.
Alcoolista: alguém que é DEPENDENTE ao álcool.

19 comentários:

Sandra disse...

Milena, eu compartilho da sua indignação!! Eu também não bebo e já fui muito criticada por isso, principalmente por não beber a cerveja, a "nossa" bebida nacional. Certa vez trabalhei em uma software house em SP e neste meio há muitos homens. Vira e mexe a empresa promovia churrascos na sexta-feira, parecia um show de horror, eu ficava um pouco, contra a vontade, mais para fazer um "social", em outras festas nem ficava, ia embora mesmo, e vira e mexe ficava sabendo que diziam que eu era anti-social. O pessoal enchia a cara de cerveja e ai você pode imaginar. Nunca me enquadrei neste time. Bebo sim, vinho de vez em quando, uma caipirinha (raramente) e champanhe em ocasiões especiais, mas encher a cara acho TERRÍVEL e muito feio. Meu marido tem um princípio: se ele for dirigir ele não bebe NENHUMA cerveja, nada de álcool quando vai dirigir e eu acho isso digno. Nunca vi nenhum amigo dele insistindo para que ele bebesse. No Brasil, um dos colegas de trabalho nesta desta software house, nestas festas da empresa, ele enchia uma latinha vazia de cerveja com coca-cola para "enganar" os amigos, veja que loucura!! Ele me dizia que era melhor assim do que ser ridicularizado pelos outros porque não bebia. Aqui a quantidade de adolescentes que eu vejo bebendo é assustadora! O alcolismo no Brasil deveria ser tratado como um problema de saúde pública.

Mirelle Matias disse...

Eu tb não bebo nada alcoolico. Nunca bebi. O Léo tb não bebe muito, mas acha otimo que quando saimos com os amigos e ele toma duas cervejinhas tem a esposa que não bebe para dirigir o carro.

ps: vc acha que brasileiro cultua mais a bebida? eu acho que os franceses bebem infinitamente mais que os brasileiros! fico boba com as soirees que frequento aqui em lyon, todo mundo caindo pelos cantos. nunca vi um amigo meu no brasil ficar bebado tao rapido. a impressão que eu tenho é que no Brasil o povo precisa se mostrar mais, que a bebida é, como vc falou, uma prova de uma vida feliz e de virilidade para os homens. na frança não tem muito isso, mas as pessoas são mais dependentes. hoje mesmo eu vi na tv uma reportagem sobre um remédio que esta sendo experimentado aqui para tratamento da dependência. eles deram os numeros mas eu não memorizei. sei que fiquei bem chocada com a porcentagem da população que é dependente.

Laura disse...

Oi Milena, sou da turma dos que sempre leem e nunca comentam. Eu bebo, mas meu marido não, entao sempre que vamos em restaurantes a taça de vinho é servida com erro.

Aqui as pessoas oferecem, mas qdo ele recusa ninguém insiste. Os amigos ja sabem que ele não bebe e qdo somos convidados, sabemos que sempre tera suco ou refrigerante.

Tudo bem deferente de qdo vamos ao Brasil, que vou resumir dizendo: é um saco.

Abraços

Anônimo disse...

Seu post poderia ter sido escrito por mim,exceto pela experiëncia profissional. Nunca gostei de beber, mantive minha personalidade sobriamente durante minha juventude, jã hj aprecio os espumantes. Sou mais eu com a minha vida sob controle e pelo simples fato de que palativamente o 'alcool nao me apetece.
Bjs
Soraya, carioca, medica com 47a.

Liza disse...

Eu bebo, sempre bebi socialmente. Mas só bebo quando quero e tem dias que ninguem me faz beber e eu acho muito mais fácil recusar bebida no Brasil que na Europa.
No Brasil o povo sai pra se divertir, paquerar e beber faz parte desse processo (pra quem bebe, obvio!) aqui não o povo vai pro pub única e exclusivamente com a intenção de beber. Senta lá e bebe!
E vai tentar explicar pra eles que vc não esta doente, não esta gravida, só não est no clima de beber hoje.... Jezzz

Anônimo disse...

Concordo plenamente! Não gosto nenhum pouco do gosto da cerveja.Tento entender quem gosta...mas, um bom vinho e champagne já aprendi a apreciar.
Classifico este assunto em dois níveis:os apreciadores e os dependentes(doentes).Para este último, os efeitos são devastadores...para ele próprio e também toda a sua família que sofre junto.Atendo muitos casos assim e vejo de perto muito sofrimento.É um assunto realmente importante e que rende muitas reflexões e comentários.
Teve um paciente que me falou: "Eu já passei pelas 3 fases Dra...1ª fase é a do macaco...vc bebe e fica engraçado, faz gracinhas, etc. 2ª fase é a do leão...se acha o fortão, o poderoso.E a 3ª fase é a do caramujo...que carrega a casa nas costas, pois ninguém mais te aceita, e vc vive rolando pelas ruas.Eu estou na 3ª fase Dra".Eis um depoimento real para podermos refletir e tentarmos ajudar um alcoolista.Como? Encaminhando aos serviços especializados que cada município oferece gratuitamnete...e/ou particular.Mas sempre, sempre estender a mão, um apoio, uma atenção.
Bem, como falei...este assunto rende muitas reflexões, mas vou parando por aqui porque meu baby quer "dedera"!!!
Bjs querida!
Jad

Tatiane disse...

Tb nao bebo muito e nem aguznto
odeio o cheiro de cerveja e antes que me taxem de religiosa nao bebo por opçao pois na minha familia todo mundo bebe normal!!!

Agora eu acho o povo aqui mais insistente pelo menos comigo foi o contrario!
quanto ao copo de vinho um copo de suco de uva tem o mesmo efeito e nao tem alcool entao eu acho tao chato quando essas pesquisas so falam a metade das coisas por ai!

Acho que a liberdade de escolha que deveria ser melhor respeitada pela nossa sociedade

Milena F. disse...

Sandra, sei bem como é esse ambiente masculino de fábrica de software! Em qualquer lugar o abuso ao álcool deveria ser encarado como problema de saúde pública!

Mirelle, não posso comparar o Brasil com a França nesse sentido, pois realmente não participei das festas de faculdade na França (então não posso dizer como é!), mas participei muito de festas da faculdade no Brasil, e as "piores" eram as da Medicina (festa dos 100 dias), mas Odonto, Enfermagem, Farmácia e Psico não ficavam muito atrás... Isso sem contar as festas de DCE. Agora já não estou mais nessa fase, nossas soirées são bem leves, com casais de amigos, restaurante, etc... mas pelo menos os nossos amigos franceses, da nossa fase, eles podem ficar a noite inteira batendo papo em um bar ao redor de UM copo de cerveja ou vinho... Já a minha experiência do Brasil é que encontrar os amigos quer dizer dezenas e dezenas de garrafas ou latinhas de cerveja! Mas também é verdade que a bebida no Brasil é bem mais leve em tor alcoólico do que aqui na França. E também lá eu estudei e trabalhei bastante com o tema, então sempre me chocou.
Mas tanto lá quanto aqui, os indices de dependência são alarmantes, e toca todas as camadas sociais.

Laura, sem bem o que é isso. Em relação aos brasileiros, a primeira cutucadinha é do tipo "mas que francês é esse que não bebe?", como se pudessemos resumir uma nacionalidade, uma cultura, uma forma de viver e de pensar com um comportamento, principalmente em relação ao álcool!

Milena F. disse...

Soraya, concordo com você, e acredito que temos sorte, já que o álcool não nos apetece, para que insistir? Existem tantos outros prazeres na vida!

Liza, como eu falei é uma escolha de cada um, cada um com o seu direito de beber, mas igualmente com o de não beber! Mesmo que hj aprecie uma taça de vinho ou espumante, não é todo dia que tenho vontade, e os amigos insistem: "mas outro dia vc bebeu, pq não quer beber hoje?". Tem dias que prefiro a minha Coca Zero ou uma limonada bem gelada!!! Mas já ouvi falar que a juventude na Inglaterra e Irlanda exagera um pouco com a bebida... Acho triste.

Jad, poucas pessoas dão importância ao assunto, infelizmente. E pelo menos até quando saí do Brasil, os serviços especializados em grande parte só atende os homens. As mulheres dependente de álcool ou outras drogas nem tinham lugar para se tratar!

tatiane, a mesma coisa comigo, meus pais sempre beberam e minhas irmãs gostam de uma cervejinha. Eu que nunca gostei. Fui criada em um ambiente em que até me incentivavam a beber "para me soltar". Concordo com v em relação a essas pesquisas! Como margarina para reduzir o colesterol! tantas outras formas de reduzi-lo, podemos evitar a tal margarina!
Eu estudei uma época matemática pura e aplicada na faculdade, e existia uma piadinha mais ou menos assim:
Perguntamos a um matemático quando resulta de 2 + 2, para ele é 4, claro! Para um físico, ele vai responder "tudo é relativo", e sabe a resposta do estatístico??? "quanto você quer que dê?".
Ou seja, a gente pode provar de tudo com a estatística, vai depender das variáveis, dos sujeitos... Mas podemos chegar a qualquer resultado! hahaha

She disse...

Oie Mi, tudo bem?! Minha Linda, eu simplesmente AMEI o seu depoimento e assino em baixo, pois sempre também sofri "pré-conceitos" por não beber sempre sendo rotulada de "A CARETA"... E olha que até bebo um vinho para um climinha romântico, mas não gosto de todos os vinhos não, tb consigo beber prósecco e adoro um drink chamado "Sex On The Beach"... Mas na maior parte de minha vida eu nunca bebo, definitivamente não sou fã de álcool.
Parabéns pela forma que argumentou e escreveu, está show! ;)
Beijo, beijo!
She

Deby-abelha disse...

Me identifiquei muito com esse post.
Beber, fumar é droga, vicia. Tudo deve ser feito com moderacão.
Aqui o número de alcoolotras é enorme, mas os acidentes de carro por causa do alcool é um dos indices menores no MUNDO! De certa forma os suecos tem mais respeito a vida que os brasileiros, aqui, quem bebe, não dirige.
Mas... Por outro lado... Já vi cenas humilhantes de adolescentes na estacão de trem tão alcoolizados que se mijavam, gente que vai pra cama com um e outro, por causa do efeito do alcool... Enfim né colega... O alcool pode trazer tanto danos morais, como fisicos.. Gracas a Deus que sempre fui ensinada desde pequena sobre isso.

P.S - Trabalhar no departamento de dependentes quimicos deve ter sido uma experiência pesada, não??

Bjo

Roselia Bezerra disse...

Olá,
Muito bom o seu post!!! Enriquecedor... também compartilho do não beber... não creio que tenha perdido nada demais... como apregoam por aí...
Meu papai viveu até os 85 e sempre nos dizia que bebida passava longe dele... deu-nos o exemplo...
Mas tenho alcoólatra e alcoolista na família...
Não podemos condenar... cada qual tem os seus motivos...
Bjm de paz

Lulu disse...

Eu tb nao bebo, odeio o gosto do alcool... ja até tentei, mas nao consigo mesmo.

Agora eu achei muito mais pressao aqui na França do q no Brasil. Parecia pecado eu nao beber aqui. Os q ja sabem q nao bebo, nao insistem muito, apesar q meu sogro até hoje fica meio chateado pq eu nao aceito o vinho dele kkkk. mas quem nao sabe, fica insistindo.

Mas Milena, confesso q é muito raro mesmo um frances nao gostar de alcool e por isso a surpresa ao saber q Sylvain é excessao (e acho isso maravilhoso). Ele é o unico frances q conheço q nao bebe, hehe.

Se vou à casa de alguem q nao sabe q bebo, ja me dao copo na mao. Se eu recuso, ficam insistindo ou falando "mas é um champagne otimo, chateau de nao sei de onde"....rsrs como se o preço do champagne fosse me convenser a provar. Acabo provando por educaçao qndo a insistencia é muita, pois vejo q aqui é quase uma ofensa recusar uma bebida "cara e boa".

Isso no inicio me chateava demais, me incomodava essa paixao por alcool por aqui, Mas hoje aprendi a respeitar, e como vc, mesmo aqui em casa tem sempre bebida pra visitas, mesmo pq meu marido ainda bebe socialmente qndo sai e eu aprendi a nao proibi-lo mais rs e respeita-lo, mas mesmo assim fico controlando rsrs

No Brasil o teor de alcool nas bebidas é menor, se mistura muito com gelo tb, ainda acho q aqui o povo bebe bem mais!

E viva os refris e sucos rsrs

Lulu disse...

Epa, acho q escrevi exceçao errado kkkk fui pensar em excesso e me confundi rsrs

Jorge Fortunato disse...

Olá Milena
Já estou aqui!!! Que tempinho hein? Enfim, Paris sera toujours , malgré la pluie et le froid...
Eu bebo socialmente e meu limite é, inclusive por recomendação médica, 2 doses, seja lá do for. Sou hipertenso, mas controlado com medicamentos e o cardilogista liberou...rs
Abraços
Creio q vc esteja viajando pelo feriado.

Beth Blue disse...

Eu nem ia comentar mas já que estou mesmo aqui...eu adoro beber! Neste ponto realmente somos diferentes, rsrsrs. Bebo cerveja, chopp, vinho tinto, rosé...só não bebo bebidas destiladas porque meu fígado não aguenta (já tive hepatite).

Mas não sou alcóolatra não...sou hedonista mesmo, adoro os prazeres da mesa (comer e beber), como os franceses!

Quando a gente finalmente se conhecer, vamos tomar um café, que diga-se de passagem, eu também adoro!!!

Lizzie - www.surtandoemfrances.wordpress.com disse...

Credo, é muito chato ser colocada de fora da panelinha dos bebuns!
Eu não bebo, e desde a época de faculdade já sentia que existe uma cumplicidade entre quem bebe, e quem não bebe é deixado de fora. Parece um pacto em que todo mundo vai fazer alguma merda mas tá beleza porque ninguém vai lembrar no dia seguinte, mas aí tem a chatinha sóbria que não vai esquecer os vexames da galera. É um porre. Com o pessoal do trabalho é sempre ruim, você fica de fora do coleguismo que se forma em torno do álcool, vira a puritana que acha errado beber e dirigir. Eu tento sempre levar na boa, mas infelizmente quem não bebe normalmente é a exceção.

Gisley Scott disse...

Gostei. Tb não bebo. Já bebi algumas vezes no passado, já fiz papel ridículo mas depois daquilo vi que não valia a pena.

As pessoas dizem que pode beber, mas não pode é ficar bêbado, mas poucas sabem que apenas 30ml de bebida alcólica na cabeça é o sufuciente para alterar o seu bom senso.

Não, a pessoa não está bêbada, mas tb não está mais 100% sóbria.Chegou naquele estágio de relaxamento, que vai agir e vai falar coisas que geralmente não falaria se estivesse completamente sóbria.Aí mais tarde quando a besteira está feita tem a cara de pau de dizer: ah me desculpe, eu bebi!

Mas se vai falar besteira, então não bebe, ué!


Se com 30ml já acontece o que acontece, não me interessa saber o que aconteceria com alguém que bebe 1,2,3 latinhas/copos/garrafas.

E outra, quem é o verdadeiro bêbado? É o que bebe uma e cai ou o que construiu uma tolerância tão grande ao longo dos anos que tem que ser umas 20 garrafas pra ele cair?

Como pode-se estabelecer o que é moderado se com 30ml a pessoa já está com o bom senso afetado?


Vou com vc, vivemos numa cultura onde o álcool é cultuado sim e se vc não bebe, vc é careta.É melhor ser careta do que passar vergonha e agir desinibidamente com pessoas erradas em lugares errados.

Não beber é elegante.

Bjs

Enaldo Soares disse...

O pior vício social do brasileiro é a obrigação de ser simpático. Se vai a uma festa com álcool, você tem que beber, se vai em um baile tem que dar pelo menos uma dançadinha, e por aí vai. Imagina a pressão que eu aguentei a vida toda por ser vegetariano desde pequeno.

"Já experimentou?" "Nem um pedacinho?" "É por religião?" "Mas os bichos comem outros bichos!" etc...