sábado, 12 de novembro de 2011

Intouchables e outros filmes franceses

Intouchables (Intocaveis)


Hoje fui assistir esse filme francês que está dando o que falar, a sensação do ano! O filme, baseado em uma historia real, fala do encontro improvável de um homem rico e tetraplégico com um jovem pobre de periferia, de passado duvidoso. Mas antes de ser uma lição de vida, um filme com uma mensagem e tudo o mais, o que faz a sensação do filme são os diálogos "cortantes" e o humor, até então muito pouco (ou quase nada) levados em conta em filmes que tratam de deficiência e limites.
Salas lotadas, público mais do que satisfeito, esse é sendo o resultado do filme até então... Especialistas estimam que esse filme francês baterá todos os recordes. Será mesmo distribuido nos EUA e os direitos foram vendidos para a realização de uma versão americana. Um filme do qual todo mundo fala aqui na França e se a gente não viu, fica com cara de paisagem nas conversas atuais!

E a minha opinião pessoal? Adorei! Interpretação tocante de François Cluzet (que adoro). Um filme lindo, com muito humor, muito sentimento e muita verdade...

          Como o tempo não está muito para cinema, com o maridão atolado de trabalho, o cinema tem sido o que menos temos feito ultimamente - ele passará uma inspeção no final do mês que dura 2 semanas, na qual o inspetor vem avaliar seu trabalho, então ele precisa apresentar as fichas pedagógicas de suas 19 classes, com objetivos, metodologia, referências teóricas e resultados, tudo de acordo, é claro, com o programa da educação nacional, ou seja, são centenas e centenas de páginas; além disso, como as aulas serão observadas, ele precisa mostrar que consegue transmitir o conhecimento e gerenciar uma sala de aula muitas vezes com alunos difíceis, já que trabalha em uma zona de educação prioritária, que quer dizer em outras palavras "difícil".
         Foi assim que aproveitei para assistir alguns filmes mais velhinhos, por coincidência todos franceses, e venho aqui trazê-los para vocês:

Paris

Muitos filmes que conheço se chamam Paris, mas esse é do realizador Cédric Klapisch, com os atores Romain Duris (L'arnacoeur, Albergue Espanhol), Juliette Binoche (Chocolate), François Cluzet (Intouchables), dentre outros.
Romain Duris é um dançarino parisiense que precisa de um transplante de coração para tentar continuar a viver... Sem poder mais dançar, ele se interroga sobre a vida, passa seu tempo a observar os outros, dando um sentido novo à vida e às pessoas que ele cruza... Vários personagens desfilam pela historia, cada um com sua existência única, seus problemas únicos. Mesmo os problemas mais insignificantes que podem nos parecer, para quem os vive são os mais importantes do mundo... E toda essa historia é contada tendo como cenário Paris, "la plus belle ville du monde" (a mais bela cidade do mundo), em um clima de inverno e de nostalgia...

Jeu d'enfants (Jogo de Crianças).
Um menino e uma menina de mundos diferentes (ela originária de uma família pobre polonesa), ele de classe média francesa que se cruzam e começam a jogar um jogo que aqui na França parece que é comum "cap ou pas cap?" (você é capaz ou incapaz de fazer isso?). E eles são capazes de tudo! O jogo começa com o menino tentando esquecer que a sua mãe vai morrer de câncer, e a menina tentando esquecer suas origens, já que é discriminada na escola. Com o passar do tempo, eles são capazes de qualquer coisa: do bem e do mal, ultrapassando todos os limites, desafiando tudo e todos... Menos de confessar que se amam. Mas será que se amam mesmo, ou é apenas mais um jogo? 
A idéia do filme é muito interessante, Marion Cotillard (Edith Piaf) e Guillaume Canet (atualmente um casal na vida real e pais de Marcel, nascido esse ano) estão em ótima forma, no auge da juventude... Mas na verdade existe algo que não gostei no filme: as crianças que fazem o que querem, sem nenhum senso de limites... Isso me incomodou muito!

Espion(s)
Guillaume Canet (ainda ele!) é um jovem brilhante que vive de pequenos empregos, tendo recusado o caminho que poderia ter seguido proporcionado por seus estudos. Ele trabalha no aeroporto de Paris (Charles de Gaulle), e com um colega tem o hábito de roubar pertences nas bagagens. Mas um dia seu amigo morre diente dele em uma explosão ao tentar mexer em uma bagagem diplomática (que pela lei, não pode ser revistada nem passada por nenhum controle). Então, tocado pela morte do colega e amigo, e colocado contra a parede pela "polícia", que o ameaça de cadeia, ele se vê obrigado a seguir uma missão de "espião" em Londres, em busca da resolução desse mistério da bagagem diplomática explosiva.  Um filme médio, uma sensação de "dejà vu" (já vista, nada de novo). Passei um bom momento em frente a telinha, mas o tipo de filme que a gente assiste e esquece logo apos... O ponto alto é a interpretação de Canet, sempre na pele de seus personagens improváveis que conseguem nos seduzir acima de toda probabilidade...

Além dos filmes americanos e estrangeiros que chegam às massas por aqui, a gente não se aborrece com o cinema francês! Tem para todos os gostos!!!

15 comentários:

Tatiana disse...

Oi Mi querida!!!
Noossa...tinha uma época que eu via tantos filmes estrangeiros, que saudade dessa época!!!
Mas vou ficar de olho nesse que você indicou, totalmente meu estilo!!!!
Bjks!!!

Mirelle Matias disse...

Intouchables é um dos melhores filmes que eu ja vi. não so francês, mas geral mesmo. os atores são otimos, as piadas são geniais e a leveza com que eles trataram um assunto tao pesado. sai do cinema chorando e feliz pra caramba, achando que todo mundo deveria assistir ao filme. num mundo tao politicamente correto onde nao se pode mais falar cego, gordo, baixinho, negro pq existem palavras mais certinhas para se referir aos defeitos, enfim, num mundo chato pra cacete, recuperar a leveza, aprender a viver bem com os problemas que cada um tem, é uma liçao que todos nos deveriamos aprender.

os outros filmes ainda não vi. vc viu Polisse? tb esta em cartaz agora e é bem bom. forte, mas muito bom.

beijos!

anlene gomes disse...

Oi, hoje há um post sobre seu blog na página do Facebook do Mundo Pequeno (índice de blogs de brasileiros que moram no exterior):
https://www.facebook.com/#!/mundopequeno
Também postei um link no Twitter: @mundo_pequeno
http://twitter.com/#!/mundo_pequeno
Se puder, siga-nos! Ajude-nos a divulgar o Mundo Pequeno colocando um selo no teu blog!
http://www.mundopequeno.com/
Um abraço!

Vanessa disse...

Milena, descobri o seu blog na semana passada e o estou bisbilhotando aos pouquinhos. Estou adorando... Vc foi ver "The Artist" com o Jean du Jardin? Eu o recomendo. O filme é mudo, a atuaçao do Jean é digna de um Oscar e a historia é bem simples, com todos aqueles cliches dos primeiros filmes mudos - mas, é isto q cria a magia do "The Artist". Ontem voltei ao cimena com o meu filho e fiquei impressionada com a quantidade de filmes franceses em cartaz (contei uns 7). Eu queria muito ver "Intouchables" mas o meu filho quis ver Tin Tin (nao deixa de ser frances, né?). O meu marido tb é professor e entendo muito bem esta falta de tempo. Descobri q temos outras coisas em comum (passei minha noite de nupcias no Dolce Chantilly), mas fica para um outro comentario. Bjs.

Milena F. disse...

Tatiana, ainda não sei quando ele deve chegar nos EUA, mas fique de olho!

Mirelle, foi exatamente isso que senti ao assistir ao filme!

Polisse ainda não vi, sabe como é, temos que "escolher"... E Sylvain tem um certo preconceito com esses filmes que séao feitos um pouco para "chocar"... Ao menos foi o que nos passou! Mas eu quero ver e acho que irei sozinha!

Milena F. disse...

Anlene, muito obrigada!!! Como faço para colocar um selo no meu blog? Jah tentei algumas vezes, sempre em vão!!!

Milena F. disse...

Vanessa, seja bem-vinda! Esse filme "the artist" está na minha lista, ainda vou assistir, mas fico adiando pois na minha cabeça penso que se for para assistir um filme mudo, assisto os clásscios da época... Fico me perguntando se qualquer outro filme seria premiado só por ser mudo nessa era de 3D e tudo o mais... Mas se vc aconselha, então mais um motivo para eu ver!
Tintin ainda não vi, só acho uma pena que não seja um "filme" mesmo... Depois conta mais!!!

Beth Blue disse...

Milena, eu adoro filmes franceses...mas nem todos chegam por aqui! Só mesmo os de diretores mais famosos ou que concorrem a premiações.

Dos que você citou, assisti apenas Paris, e gostei muito (até porque adoro a Juliette Binoche, raramente perco um filme com ela). Comentei séculos atrás lá no meu blog.

Milena F. disse...

Beth, acho que esse (Intouchables) deve chegar, mas já os outros acho que não... Que pena!

Vanessa disse...

Milena, como analisar "les aventures de Tintin: le secret de la Licorne"? Eu nunca li nenhuma BD do Tintin e so soube q ele existia atraves dos livros de frances da Aliança Francesa (vergonha, confesso), entao fui ao cinema sem saber muito bem o que iria assistir. O filme é uma mistura de animaçao e ... "filme" (?)- se vc consegue me entender!! Lembra um pouco os filmes de Indiana Jones, cheio de enigmas e aventuras. Os efeitos especiais sao interessantes mas nada de excepcional. Sinceramente nao achei muita graça no filme.Acho que as pessoas q leem ou leram Tintin vao gostar mais, alem das crianças, é claro. Chegando em casa comentei o filme com o meu marido que conhecia a estoria de cor e salteado (acho q ele deveria ter ido no meu lugar). E para este público que o filme é dirigido!
Quanto ao "The Artist" acho que o filme vale justamente pela simplicidade do cinema mudo. Num mundo cheio de efeitos especiais devemos aplaudir atores que passam uma mensagem utilizando somente o olhar. Bjs.

Milena F. disse...

Vanessa, fui hoje assistir Tintin. Achei o "filme" muito bem feito, e eu conhecia a história... Creio que todo francês leu Tintin! Quando cheguei na França li todos, ajudou-me muito a aprender o francês. Na época havia uma crise entre a China e o Tibet, com a França apoiando o Tibet, e meu professor de economia comentou que dificilmente encontraríamos um francês que não defendesse o Tibet, pois os franceses possuem a imagem do Tibet de "Tintin au Tibet", de um povo "bonzinho", enquanto os chineses são os malvados!!!
Bem, mas meu marido que já esteve para essas bandas disse que nunca encontrou povo mais hospitaleiro, simpático e sorridente... Ele diz que até os brasileiros perdem feio para eles!
E quanto ao Artist, acabei vendo de uma forma ou outra; é realmente uma outra lógica e um outro olhar.
Obrigada pelos comentários!

Carpe Diem disse...

Aiinn será que o filme Intouchables (Intocaveis)vem para o Brasil??

Renata Inforzato disse...

Oi Milena

Tb fui ver Intouchables e sai como vc e a Mirelle: chorando e feliz! Não vejo a hora desse filme chegar ao Brasil pra rencomendar ao meu irmão...Meu, quando vc quiser ir ao cinema, me chama. Durante a semana estou um pouco enrolada, mas na sexta dá ou no final de semana...Tem até alguns filmes q terei q assistir para o curso de letras...
Agora, parabéns. Entrei no google pra ver se o filme estava já no Brasil e um dos primeiros resultados da busca foi seu blog...bjsss

Beth Blue disse...

Milena, assisti Intouchables sezxta passada e amei! Vai ser o meu proximo post no blog, realmente um dos melhores filmes franceses dos últimos tempos.

Também vi anos atrás o tal Paris e comentei lá no blog...bem legal, principalmente o cenário da Cidade Luz.

E agora quero muito assistir Monsieur Lazhar, que também tem sido muito elogiado pela crítica. O filme lembra um pouco Etre et Avoir, que gostei muito. Não sei se é frances ou canadense, porque foi filmado em Montreal!

Jorge Fortunato disse...

Milena
Aqui no Brasil esse filme nao chegou ainda. E deve demorar a entrar. Por sorte, consegui assistir no avião quando voltei ao Rio. Muito bom mesmo. Minha amiga da Bretanha falou sobre esse filme. Eu até procurei em Paris, mas nao consegui comprar. Gostei muito da história e ds atuações.
Abraço