quarta-feira, 30 de maio de 2012

Leopold Museum em Viena

Quando saímos do Kunsthistorisches Museum queríamos ver a exposição Klimt no Leopold Museum, cujos cartazes estavam espalhados por todos os cantos da cidade!
Mas a fome era grande e decidimos dar uma passadinha do Naschmarkt para ver os stands e almoçar por ali! Além de ser uma enorme feira de frutas, legumes, flores, etc, existem vários "mini-restaurantes" onde os vienenses (e turistas, por que não?) adoram se encontrar para um almoço tardio, um happy hour ou jantar. 
 
 Era justamente um sábado, dia de maior movimentação, e realmente era difícil escolher um lugar para comer. restaurantes de frutos do mar, tradicional austríaco, orientais, asiáticos, indianos. Infelizmente a fome era tanta (ainda mais com todos aqueles cheiros e vendo tanta gente comer) e tinha tanta gente que nem fizemos fotos dos restaurantes e acabamos escolhendo um vietnamita. O Naschmarkt é uma experiência única, realmente recomendo!
Devidamente ressaciados, nos dirigimos ao Leopold Museum, que fica no MuseumsQuartier (bairro dos museus), um dos 10 mais vastos complexos culturais do mundo.
 O Leopold é considerado um dos grandes museus da Austria, com a sua coleção de cerca de 5 mil peças dos séculos XIX e XX tendo pertencido ao Dr. Rudolf Leopold e adquiridas pelo Estado em 1994. O dr. leopold tinha uma preferência pelas obras de Egon Schiele, mas colecionou igualmente obras de Klimt e Oskar Kokoschka

Em relação à Klimt, a exposição temporária tratava principalmente da relação do artista com Emile Flöge (foto abaixo), sua musa e amante, em particular a correspondência trocada entre eles durante anos.

 A morte e a vida, uma obra muito conhecida.
 A árvore da vida, outra obra emblemática.
 Essa é mais do início da sua carreira, quando ele printava de uma forma parecida com o impressionismo e com certas pinceladas lembrando Van Gogh.
Porém, foi tanta informação que terei que ler a sua biografia para tentar entender um pouco a vida dele...

O museu Leopold, que abriga uma coleção remarcável de arte austríaca, mostrando uma evolução do Judendstill ao expressionismo (sem deixar de lado a Secessão), é conhecido mundialmente pela sua coleção de obras de Egon Schiele, considerada a coleção privada mais importante do mundo. 
O trabalho desse jovem artista, falecido aos 28 anos de gripe espanhola, não nos deixa indiferentes.
Vale lembrar que os austríacos sofreram muito durante a primeira guerra mundial e em 1918, ao final, Viena (para não dizer a Austria inteira) sofria enormemente de dificuldades financeiras, o que ocasiounou um período de fome. O dinheiro não valia maos nada, quase não se tinha mais nada para comprar para comer, e mesmo muitos ricos ou pessoas que tinham economizado a vida inteira perderam tudo. 

 Esposa de Schiele, falecida no mesmo ano (1918) de gripe espanhola, grávida de 6 meses do primeiro filho do casal.
 O artista em um de suas centenas de auto-retratos

Infelizmente a parte Schiele do museu Leopold foi uma imensa decepção para o Sylvain que admira muito a obra do artista e sonhava em conhecer esse local. Apenas umas 20 pinturas são apresentadas de cada vez. Perguntamos aos funcionários e eles nos explicaram que o museu possui mais de 400 pinturas e desenhos de Schiele, mas apresenta no máximo umas 20 de cada vez! Muitas das mais importantes pinturas são apresentadas somente em ocasiões MUITO especiais, e algumas nunca nem foram apresentadas!!! Mesmo as pinturas que aparecem na capa dos livros do museu não são apresentadas, como essa aqui, com um dos auto-retratos mais conhecidos dele:
Posso dizer que na caixinha de sugestões e reclamações deixamos algumas mensagens indignadas sobre isso, que nos sentimos enganados, já que o museu vende essa imagem das 400 obras do artista, com um catálogo completo, mas chegando lá nos deparamos com duas dezenas de obras de menor importância. Escrevemos em inglês, francês e português as mensagens, deixamos contato por e-mail, e até hoje nunca recebemos uma resposta!!!

Informações práticas:
Leopold Museum
Aberto das 10 às 18h, quintas até às 21h. fechados às terças. 
Ingresso: 12 euros. 

4 comentários:

Enaldo Soares disse...

Acho que é uma estratégia para obrigar o interessado a voltar. O Louvre não é mestre em fazer o mesmo?

Milena F. disse...

Claro que é uma estratégia para que o interessado volte muitas vezes... mas eu já não acho que seja o mesmo no Louvre. Por exemplo, a Gioconda está sempre lá, assim como as demais obras de Leonardo da Vinci e as obras mais importantes. Quando elas não estão lá, estão emprestadas ou em restauração. Mas claro que o Louvre conta com uma coleção imensa que nunca é exposta pq eles não tem lugar, mas pelo menos eles néao ficam divulgando que possuem essas obras, entende? Por exepmo, há pouco tempo o Louvre adquiriu uma obra importante de Cranach e ela foi imediatamente exposta...

Jorge Fortunato disse...

Olá Milena
Não conheci o Leopold Museum, optei pelo MUMOK. Nada mais decepcionante do que ir num museu enão conseguir ver as obras mais bacanas de um pintor.
Beijos

Vanessa à Paris disse...

Uau, babei literalmente.
Sou doida para conhecer Viena.
Adoro Klimt.

Um dos meus passeios preferidos e andar pelas feiras.
bjs