domingo, 31 de agosto de 2014

A cidade corsária de Saint-Malo

Seis anos mais tarde, consegui voltar em Saint-Malo, considerada uma das mais belas cidades da região da Bretanha, se não a mais bela!
E E ainda por cima com vista privilegiada ao canal da Mancha!

Essa parte marítima é chamada de "Costa da Esmeralda" e o mar é agitado pelas correntes e a cidade vive ao ritmo das marés, do comércio e do turismo. 

Durante a época dos grandes navegadores ("descoberta" do Brasil, por exemplo), Saint-Malo era uma cidade corsária, famosa por seus "corsários", como piratas, mas a serviço do Rei para atacar navios de nações inimigas. 
Um dos personagens mais importantes dessa época foi Jacques Cartier, que em 1534 "descobriu o Canada". Ele também falava o português da época e viajou ao Brasil, de onde trouxe o Pau-Brasil. Nascido na cidade, seu túmulo só foi descoberto em 1944 quando a catedral São Vicente onde descansa seu corpo foi quase totalmente destruída.

 E já que falei da Segunda Guerra Mundial, impossível falar das cidades francesas sem tocar na destruição e sofrimento que elas sofreram durante esse momento particularmente horrível da História. Os combates de 1944 devastaram esse patrimônio histórico vivo em 80% devido aos bombardeamentos dos Aliados e incêndios (os Americanos acharam que a melhor forma de destruir os alemães que ocupavam a cidade era de destruí-la).
 Porém o prestígio de Saint-Malo já naquela época permitiu que fosse reconstruída de forma idêntica: pedras foram numeradas, fotos e documentos serviram como modelo e a população se mobilizou. Foi um trabalho imenso e é claro que a reconstituição não foi perfeita (algumas ruas e fachadas foram recriadas segundo o modelo arquitetural). O importante era de dar uma segunda vida segundo a atmosfera tradicional.


Ou seja, o que descobrimos é uma cidade reconstruída após a guerra, mesmo se os muros sobreviveram aos ataques, assim como a rue Chateaubriand (e arredores). E o famoso escritor francês Chateaubriand nasceu em Saint-Malo (em 1768) e ali está enterrado, seu túmulo face ao mar e ao vento para poder escutá-los, segundo seu desejo.

 Muitos passeios pela praia podem ser feitos durante a maré baixa e podemos visitar vários fortes, mas é necessário consultar o horários das marés para evitar de ficarmos completamente bloqueados.
   


Além disso, come-se muito bem se conseguirmos escapar dos restaurantes muito turísticos perto das portas principais da cidade (Place Chateaubriand). Muitos frutos do mar e crêpes e galettes, especialidades bretonas
Mas como nem tudo são flores, a Bretanha inteira tem uma má reputação: a de ser uma das regiões da França com maior nível de precipitação!
Bom, não tive sorte e mesmo desta vez, em pleno verão, peguei chuva!
Os turistas parecem não se importar, eles passeiam tranquilamente e aproveitam mesmo assim.
O jeito é levar um impermeável e guarda-chuva!

3 comentários:

Eliana disse...

Olha só, "um lugar em comum"entre a gente! rs Estivemos no fim de junho em Saint-Malo e estava um calorão daqueles. Nos disseram que era totalmente atípico! Bom, eu não achei ruim, não...quase nem dá pra dizer que é o mesmo lugar se fôssemos comparar as fotos hahaha dias e dia de sol e calor. Só não pegamos praia porque não levamos roupa de banho hahaha. O lugar é MARAVILHOSO! Amei!

Marta Faustino disse...

Ai Milena! Eu também peguei muita chuva quando estive em St. Malo, há dois anos atras. O quanto eu gostei daquela cidade...beijinhos.

Paula disse...

Eu morro de vontade de conhecer St Malo, daqui da Inglaterra tem vários ferrys que partem a noite, mas ví que apartir de setembro não tem mais o que parte na sexta a noite daqui, assim ficaria muito complicado de fazer num final de semana...