Vontei recentemente do Marrocos onde pude apreciar a diversidade e as riquezas desse país ainda pouco conhecido pelos brasileiros. Mas vamos começar pela cidade mais visitada pelos nossos conterrâneos, que certamente não nos deixou indiferentes!!!
A cidade é toda dessa cor, pois durante meses e meses o sol brilha tão forte, que cores mais claras ou mais escuras prejudicariam a visão.
Não era para menos, sendo a segunda cidade imperial do Marrocos, a meio caminho do oceano Atlântico e das primeiras dunas de areia do deserto do Sahara (que nos lembram que o deserto não está muito longe). Fundada em 1062, é uma das maiores testemunhas da riqueza cultural e histórica do país.
A "mão de Fátima" está em todos os lugares
As principais atrações ficam na Medina (a parte antiga das cidades árabes, dentro das fortificações). Se o centro histórico das cidades européias se desenvolvem ao redor de uma Igreja, nos países muçulmanos é ao redor de uma Mesquita. São diversas as portas para ingressar na "Medina":
Koutoubia (a Mesquita dos Livreiros, devido à feira de livros que ocorria na época da sua construção), com 77 metros de altura serve como "farol" para os turistas não se perderem. Edificada no século XII pela dinastia Berbère que reinava na época, serviu de modelo para a Giralda de Sevilha. Seu nome significa em árabe "manuscritos". Infelizmente seu interior não pode ser visitado por não muçulmanos, uma lei da época do protetorado francês.
As "laranjeiras" que vemos por toda a cidade na verdade é uma outra variedade (bigaradier) que para nós seria a laranja amarga (que no Brasil usamos somente para doces), um agrume muito utilizado em perfumes. As autoridades preferem plantar essa laranja amarga para que os passantes (moradores ou turistas) deixem as "laranjas" no pé, pois se fossem boas para o consumo não sobraria nenhuma!
A famosa Praça Jemaa El Fna não chegou a me impressionar muito. Do ponto de vista arquitetônico não "tem nada", mas sim um ambiente eufórico e muita animação. A grande atração é realmente a multidão, os stands com muita comida local que por volta das 17h começam a ser instalados e seu imenso mercado: ruelas cheia de cores, onde se negocia de tudo a todos os preços.
Encantadores de serpentes. Cuidado!
Souks (ou o mercado/feira) tem para todos os lados, sendo os marroquinos verdadeiros comerciantes. Nessas feiras se vende de tudo, são bem coloridos e barulhentos. Se muitas pessoas comparam com a "25 de março", para mim não tem nada a ver, pois muitos artesãos ali trabalham, fabricando seus produtos (mesmo se temos que tomar cuidado pois existe muita "falsificação").
O Marrocos é um grande produtor e consumidor de azeitonas.
Mulheres extraindo o óleo de argan (maroccan oil), que só é cultivado no Marrocos
Visitamos o Palácio El Bahia, construído no final do século XIX. Um verdadeiro "riad", com seu pátio interno, sua fonte, seus corredores, escadas e portas. O antigo proprietário (um grande "Vizir") tinha 4 esposas e um harém com diversas concumbinas (onde só entravam eunucos e servidores cegos). Também visitamos o museu Dar el Bacha (acima) que vale a pena não pela sua coleção (bem pobrezinho), mas pelo magnífico palácio que foi inteiramente restaurado.
De uma forma geral o país é seguro para se viajar, mas os turistas mais ingênuos podem ser enganados ou roubados em cidades como Casablanca, Fez ou Marrakech (menos). Nas cidades pequenas e ainda mais no sul, a criminalidade é zero, e um crime ou vilência contra crianças, idosos e mulheres é quase inexistente, pois o criminosos sabem bem o que lhes esperam.
Para os GLS, desde 2010 existe mesmo um jornal gay marroquino, uma novidade no mundo árabe!!!
7 comentários:
Olá Milena
Marrakech deve ser incrível. Ainda não conheço, mas estive em Casablanca e Agadir e pude sentir um pouco desta cultura que vc nos mostrou.
Ótima semana para vc...
AMIGA DA MODA by Kinha
Lindas Fotos!
Nossa, que incrível deve ser este país! Fiquei ainda com mais vontade de conhecer. Eu acho que eu ia "pirar" no Souk com todas esses temperos e estas pessoas do mundo todo!
Milena, um livro que eu li e mostrou um pouco da história do Marrocos e que eu nunca me esqueci foi o Malika Oufkir, prisioneira do rei. Vc já leu? A história é verídica. A Malika e a família foram presas pelo rei do Marrocos e viveram 20 anos em cativeiro. Na França o livro se chama La Prisonniere. Acho que pra você que acabou de voltar do Marrocos, seria uma leitura bem interessante!
Obrigado Milena hehehe, bom saber que eles sao mais abertos... quem sabe um dia ainda vou, por enquanto ainda esta no fim da lista.
Nossa, que viagem mais cheia de cores, sabores e aromas, né? Realmente, uma preciosidade poder estar num lugar assim tão surpreendente. Bjs
Lindas, lindas fotos! Vontade de pegar um avião para o Marrocos amanhã... :)
Fotos maravilhosas! Você é uma pessoa privilegiada de poder viajar e conhecer tantos lugares maravilhosos! Nunca se esqueca disso, viu?
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