The Lady
Uma produção franco-inglesa com a assinatura do renomado Luc Besson que conta a história da militante birmanesa Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz em 1991 e que ficou mais de 10 anos prisioneira na sua própria casa na Birmania. Confesso que nunca antes tinha ouvido falar dela ou de sua luta (será que zapei ou simplesmente esse assunto praticamente não foi discutido no Brasil?), e parece que aqui na França todo mundo conhece a sua história.
Mas na minha opinião o filme é muito "romanesco", focando muito mais na história de amor entre ela e seu marido inglês. Em prol de seu povo, ela sacrifica seu casamento e sua vida de família, deixando na Inglaterra o marido e os dois filhos... No início os mesmos a visitam na Birmânia, mas com o passar do tempo o governo recusa todos os pedidos de visto de sua família e ela se vê prisioneira em seu próprio país (sem poder sair de casa). Ela poderia retomar a sua "liberdade" deixando o país, mas então seria uma decisão definitiva, sem possibilidades de retorno.
Gostei muito de assistir a esse filme para entender um pouco dessa conjuntura que até então era desconhecida para mim. Mas por outro lado, o filme me deixou com uma grande sensação de tristeza, pois sinceramente (de acordo com o filme), todo o seu sacrifício serviu para quê? As mudanças foram tão lentas e extremamente pequenas, praticamente invisíveis... E ganhar o prêmio Nobel da Paz e o apoio internacional serviu para quê? Ninguém quis interferir nos problemas da Birmania! E quando vejo toda essa violência interna presente em muitos países, acho realmente um comportamente bárbaro (no verdadeiro sentido da palavra) e mesmo primitivo. Claro, alguns vão dizer que o Brasil é um país violento, mas para mim não é o mesmo tipo de violência, em que as forças de ordem assasinam e uns matam os outros por diferenças etnicas, religiosas ou políticas (mesmo no nosso período de ditadura não chegou a esse ponto).
Remarcável interpretação de Michelle Yeoh no papel de Aung San Suu Kyi.
Novo filme de Spielberg, ou melhor, animação, baseado nas aventuras do personagem de história em quadrinhos Tintin, do belga Hergé, um verdadeiro sucesso aqui na França. A primeira história apareceu em 1929. Tintin é um jovem reporter sempre acompanhado de seu cachorrinho branco Milou. juntos, eles desvendam mistérios e crimes!
Muita gente crítica Tintin por uma visão estereotipada dos países emergentes, mas não podemos esquecer que trata-se de uma outra época, e o olhar era um olhar colonizador em relação aos outros povos. Mas ao mesmo tempo as aventuras de Tintin representam o gosto pelas viagens e pelo exotismo, presente em muitos franceses que cresceram com essas histórias. São pessoas que amam visitar lugares distantes como Tibet, México, China, etc... e aprender sobre as outras civilizações, sem levar ao pé da letra passagens que podem ser classificadas no original como racistas.
Eu li as 24 histórias (acho que são todas!), que se passam em lugares como as montanhas do Himalaia, o deserto do Saara, floresta amazônica, Africa e Escócia (o que me ajudou muito com o idioma!) e me apaixonei pelas aventuras. Parace que Spielberg também, pois li que desde seu primeiro Indiana Jones ele ouviu comparações com Tintin e sem conhecer, resolveu ler tudo a respeito, vindo daí a idéia de fazer o filme! Eh possivel visitar o museu Hergé na Belgica (perto de Bruxelas), e na França o Château de Cheverny, no vale de La Loire, que inspirou o château de Moulinsart que aparece em várias aventuras de Tintin. Já visitei esse castelo e ele é realmente lindo! Assim que der colocarei aqui para vocês!
L'Or Noir (black gold)
Novo filme de Jean-Jacques Annaud com Antonio Banderas. Uma produção Quatar-França, mas dialogado em inglês. O filme foi por aqui um verdadeiro fracasso de bilheterias!
Eu achei um filme médio, mas não tão ruim assim! Fala da descoberta do petróleo no oriente médio, a disputa e as diferenças de opiniões sobre o mesmo. Entre as tradições e a necessidade de dinheiro, em terras que não produzem nada e onde faltava riqueza, o que escolher?
Além disso, o filme também conta com lindas paisagens desérticas.
(nas telinhas)
La fille sur le Pont (1999), com Vanessa Paradis (queridinha da França, esposa de Johnny Deep, a "Angélica" francesa, a música "Vou de Taxi" vem da original francesa "Joe le taxi", gravada por Vanessa Paradis em 1987) e Daniel Auteuil.
Adèle (Vanessa) nunca fez nada certo na vida e uma noite decide de se jogar no Sena (rio que atravessa Paris) e acabar de vez com a sua existência, mas é abordada por Daniel Auteuil, um lançador de facas em circos e outros eventos desse tipo, que busca um alvo. Sem ter nada a perder ela aceita. O filme fala de sorte e de amor... Lindo em preto e branco e trilha sonora de arrepiar! Destaque para "Who will take my dreams away?" (Marianne Faithfull) e "I'm sorry" (Brenda Lee)
Un coeur simple (2008), inspirado em um conto de Gustave Flaubert (o mesmo que escreveu Madame Bovary). Félicité é uma mulher simples que viveu uma infância miserável no interior da Normandia. Jovem, apaixonou-se por um homem que aproveitou-se de sua ingenuidade e que a largou em seguida, para se casar com uma mulher rica. Então muda de cidade e acaba trabalhando na casa de uma jovem e difícil viúva mãe de um menino e de uma menina. O filme/livro fala de sua necessidade de afeto e as frustrações resultantes da falta dele, primeiro por esse jovem homem, após com a filha de sua patroa, de quem era impedida de ter uma relação mais carinhosa (abraçar, beijar, ou seja, qualquer manifestação de afeto), depois com seu sobrinho, que acabou morrendo jovem, e mais tarde por um papagaio! Ela vivia em seu mundo interior, e durante a sua vida tudo fez pelos outros, sem pensar em si mesma. Uma história muito tocante!
3 comentários:
Eu vi Tintin essa semana. Vc escreveu de uma maneira tão profunda sobre o personagem, que eu nunca tinha parado pra pensar, mas depois de ter lido todos os livros acho que pode falar com propiedade. Eu assistir o filme apenas pra matar a saudade da infência, da época que Tintin passava na saudosa TV Tupi, hoje TVC!
Mas o filme em si é muito bom, bem contado, muito bem feito e o melhor... Sem deixar de ter aquela exagerada relacão Tintin e seu fiel cão Milou!
Beijos
Milena, semana passada foi a minha vez de ir ver um filme de "adulto". Fui ver Intouchables e adorei. De todos os filmes q vc relacionou o que mais chamou a minha atençao foi "The Lady" (Tintin eu ja vi, lembra?). Ja tinha visto o trailler do filme que me deu vontade de assistí-lo. Porem, sera muito dificil de retornar ao cinema neste fim de ano (festas, aniversarios, ultimas compras etc, etc, etc.). Vou deixar para vê-lo quando sair em DVD.Bjs.
Deborah, eu néao assistia na tv Tupi... acho que a minha tv na época não pegava esse canal! Descobri as aventuras de Tintin quando comecei a aprender francês!
Vanessa, sim, lrmbro que vc tinha comentado! essa época é mesmo meio complicada para ir ao cinema ou outras atividades mais "pessoais", a não ser que dê para levar as crianças, já que elas estão de férias!
Domingo eu queria assitir Hugo Cabret, mas sábado a noite já estava tudo lotade e não era mais possível reservar para esse filme!
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