sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Yport: mais um motivo para visitar a Normandia!

Quandos estive em Etretat em 2011 passei de ônibus pela cidadezinha de Yport. Foi coisa de 2 minutos e eu disse a mim mesma que voltaria para explorar a cidade!!!

Desta vez, chegando em Etretat fomos ao Office de Tourisme (o que sempre costumamos fazer) e perguntei se tinha como ir a pé até la. Muito simpática, a atendente disse que sim, mas que era um caminho de cerca de 3 horas sobre as falésias. Ela ainda me deu os horários do ônibus, caso a gente preferisse voltar com ele!

Almoçamos e começamos a nossa caminhada subindo as falésias de Etretat (lado direito, subindo a falésia Amont), onde fica a capela e uma vista linda vista da falésia Aval e a sua Agulha (l'Aiguille Creuse, de 70 metros de altura)

Depois o caminho começa a ficar mais dificil, os turistas mais raros. Ainda assim, a cada vez que nos deparávamos com alguém (geralmente um turista francês mas tinha muito inglês e alemão) éramos saluados com um grande sorriso e um caloroso "bonjour". Mas também reparamos que só cruzávamos pessoas não exatamente tão jovens. As vezes estavam acompanhados de crianças maiorzinhas e pré-adolescentes, mas não encontramos ninguém entre 15 e 35 anos, imagino que esses prefiram fazer o trajeto de carro, de ônibus, ou aproveitar a praia sem se mexer muito!


Atravessamos campos de milho e de trigo. O feno sendo preparado para o inverno:

Passamos no meio do gado:


E ovelhas:

Lembranças tristes da Segunda Guerra:

Que hoje possuem toda uma outra serventia:

Foram mais de 10 km em condições às vezes meio difíceis... E o céu mudava de aspecto a todo momento, fazendo de cada instante um espetáculo único.

Mas enfim avistamos Yport, essa cidadezinha outrora de pescadores hoje estação balneárea, onde artistas costumavam (e ainda costumam) lançar âncora, seduzidos pelas suas falésias e suas cores. A cidade conta com cerca de mil habitantes, mas no verão a população se multiplica consideravelmente (deve ser triste no inverno)...
E nos deparamos com essa paisagem:


                                                              As falésias de Yport
a Igreja São Martins




Porém como paramos a todo momento para fotografar, subir ou descer umas escadinhas a cada vez que avistávamos uma prainha, levamos mais do que 3 horas... Preferimos aproveitar um pouco de Yport e pegar o último ônibus, evitando assim de voltar à noite por esses caminhos, que se não são exatamente perigosos, durante a noite não são isentos de risco (uma fissura na falésia que exige um desvio, um arame farpado, um buraco...) E a volta em ônibus é até covardia... 1€ por pessoa e em 20 minutos estávamos na porta do nosso hotel. Quem não tem espírito aventureiro e esportivo, para que se cansar?
Assim, para quem quer ir e voltar a pé, aconselho fazer esse passeio pela manhã, almoçar em Yport e ter tempo o suficiente para voltar tranquilamente antes do entardecer! 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A descoberta da Cidade Proibida

Um dos filmes que marcou a minha adolescência (pois eu vi quando ele passava na sessão da tarde!) foi o  "O último Imperador", de Bertolucci. Lembro que eu ficava fascinada com toda aquela vermelhidão e ouro da Cidade Proibida, sem contar em detalhes políticos que só fui entender mais tarde.
A vista do lado de fora de suas muralhas que atingem de 7 a 10 metros de altura.

São praticamente mil prédios! Conta a lenda que a cidade contava com 9999 cômodos, já que apenas a divindades poderiam construir um palácio com 10 mil cômodos. 
Mas aparentemente o último estudo contou "apenas" 8700!!!



Então, no nosso quarto dia em Pequim saímos cedinho do hotel para chegarmos na Cidade Proibida no momento da abertura. Não sei se o clima poderia ter sido pior, pois o calor se aproximava dos 45 graus, tempo nublado e pesado, um verdadeiro "mormaço" mil vezes pior que o que já vivenciei em Porto Alegre (no dia seguinte a chuva veio para valer em uma tempestade que durou vários dias e alagou a cidade!). Eu parada esperando abrirem os portões e o suor escorria pelo corpo... 

Realmente achei que iria desmaiar em muitos momentos, mas na verdade eu já sabia que em julho o sol quase nunca aparece entre as nuvens, escondido nessa bruma de calor e umidade (se a poluição é uma das razões, pelo menos nós não sentimos nada diretamente em nenhum momento da viagem). Sem contar a multidão de turistas chineses! (eu até brincaca que se o local foi tantos séculos "proibido" aos chineses normais, agora eles aproveitavam e invadiam de vez!!!)

Mas de vez em quando conseguíamos escapar da multidão de aproveitar a magia desse local único!!!


 A Cidade Proibida (Forbidden City para os turistas estrangeiros ou Gugong para os chineses) foi a antiga residência imperial: durante 5 séculos foi o centro político da China. Construída entre 1407 e 1420 e seu plano corresponde ao das moradas tradicionais chinesas (siheyuan), mas em outra escala. A "cidade" se dividia em duas partes: numa delas milhares de pessoas trabalhavam mas não moravam, e na outra parte se localizavam os escritórios e residências (imperador, imperatriz, concubinas, toda a corte). Ou seja, é enorme, com caminhos para todos os lados e foram necessárias várias horas para visitá-la.


 A nossa visita era mais lenta que a dos grupos de turistas que seguiam um guia, primeiro pois incomoda aquele barulho dos alto-falantes dos guias, segundo pois era impossível ver qualquer coisa no meio de um grupo, e terceiro pois nos detemos em cada detalhezinho e somos bem mais lerdinhos do que a maioria!!!




Esses grandes caldeirões eram cheios de água, pois um dos principais receios dos soberamos que ali viviam era que a cidade se incendiasse. Como uma grande parte é de madeira, a mesma se incendia e se consome facilmente (trata-se do maior conjunto de construções de madeira do mundo).




A Cidade Proibida conserva o acervo imperial e conta com uma coleção imensa de séculos de civilização chinesa, incluindo pinturas, bronzes, cerâmicas, instrumentos de música, dentre outros.

 Se o interior dos prédios não são visitáveis (exceções para as alas que hoje são museus), é possível dar uma espiadinha pelas frestas de portas e janelas. 


Na nossa opinião não tem muita coisa no interior, então o mais interessante é caminhar ao redor dos prédios, praticamente um labirinto!!!



Nem preciso dizer que é visita obrigatória dos turistas que viajam à China!
Ao interior da "cidade" temos um acesso separado (ingresso suplementar) aos antigos apartamentos do imperador Qianlong. Se os prédios continuam de mesmo estilo, todos vermelhinhos, o que mais chama a atenção é o enorme Muro dos 9 Dragões (Jiulong bi) em cerâmica, que servia para proteger o soberano dos maus espíritos. Contam que teria funcionado, já que ele reinou durante 60 anos!!! Os 9 dragões estão todos na horizontal, mas aqui fotografei cada um cedes e fiz essa montagem para apresentar melhor.

Se eu fizer uma parede dessas na minha casa, será que o meu "reinado" durará mais 60 anos?


P.S.1: E haja pernas!!! Nesse dia no qual visitamos a Cidade Proibida, a praça Tian'anmen, seguimos até o Templo do Céu e terminamos no Wangfujing Xiaichijie, fizemos meros 25km cotados no nosso marcador.

P.S.: Um segundo filme que vale muito a pena para mergulhar no clima é o chinês "A cidade Proibida", com a brilhante Gong Li, a queridinha dos chineses! Apesar da história se passar muito antes, o filme se passa na ali.