O Museu do Hermitage (com ou sem H? Depende do idioma!) foi minha carta na manga para convencer meu marido a visitar São Petersburgo. Não apenas apaixonado pelo mundo das artes, mas também professor na área, ele é capaz de passar horas e horas admirando uma obra que o toca! E se eu já era interessada pelo assunto, mas conhecia pouco no domínio, hoje posso dizer que meus conhecimentos já evoluiram muito.
Infelizmente (ou felizmente?) nosso segundo dia amanheceu chuvoso e feio, então não pensamos duas vezes e decidimos dedicá-lo às visitas internas, ou seja, ao museu.
Eu já tinha lido em outros blogs que uma boa opção é reservar a visita pela internet, mas o preço me assustou um pouco e decidi ir na "cara e na coragem". O museu abre às 10h30, e então pouco após às 10h já estávamos na entrada, eu fui a primeira da fila!!!
Sylvain aproveitou para passear e fotografar, apesar do tempo feio. No momento da abertura tinha umas 20 pessoas atrás de nós, talvez tão pouco devido à baixa temporada, ou vai ver que a chuva espantou todo mundo (geralmente é o contrário, todo mundo decide visitar museus e locais fechados quando chove). Desta forma não tivemos dificuldade nenhuma para comprar ingressos e entrar. Pagamos 400 rublos por pessoa, mais 200 pelo "direito" de fotografar (compramos apenas um), o que totalizou 1000 rublos, ou seja, cerca de 25€ no toral. Um preço relativamente alto, considerando que os russos pagam 4 vezes menos, mas vale a pena!!!
Olha, para quem não é apaixonado por museu ou não entende muito, a visita é cansativa, sim! Nós ficamos ali 7 horas, das 10h30 às 17h30, sem pausa para comer nem beber água (estávamos sem água na bolsa, e para comer ou beber alguma coisa teriamos que atravessar todo o museu). O que nos salvou foi uma barra de chocolate amargo que eu tinha na bolsa para uma emergência como essas e que comemos a pequenas doses, disfarçadamente (não estava escrito que era proibido comer, mas também não é legal).
Eu já tinha lido em outros blogs que uma boa opção é reservar a visita pela internet, mas o preço me assustou um pouco e decidi ir na "cara e na coragem". O museu abre às 10h30, e então pouco após às 10h já estávamos na entrada, eu fui a primeira da fila!!!
Sylvain aproveitou para passear e fotografar, apesar do tempo feio. No momento da abertura tinha umas 20 pessoas atrás de nós, talvez tão pouco devido à baixa temporada, ou vai ver que a chuva espantou todo mundo (geralmente é o contrário, todo mundo decide visitar museus e locais fechados quando chove). Desta forma não tivemos dificuldade nenhuma para comprar ingressos e entrar. Pagamos 400 rublos por pessoa, mais 200 pelo "direito" de fotografar (compramos apenas um), o que totalizou 1000 rublos, ou seja, cerca de 25€ no toral. Um preço relativamente alto, considerando que os russos pagam 4 vezes menos, mas vale a pena!!!
Olha, para quem não é apaixonado por museu ou não entende muito, a visita é cansativa, sim! Nós ficamos ali 7 horas, das 10h30 às 17h30, sem pausa para comer nem beber água (estávamos sem água na bolsa, e para comer ou beber alguma coisa teriamos que atravessar todo o museu). O que nos salvou foi uma barra de chocolate amargo que eu tinha na bolsa para uma emergência como essas e que comemos a pequenas doses, disfarçadamente (não estava escrito que era proibido comer, mas também não é legal).
Algumas pessoas com menos pique, menos paciência ou menos tempo preferem escolher qual parte do museu preferem ver, e eu recomendo. Mas quem diz que consigo convencer meu chéri a fazer o mesmo? Ele parecia uma criança em parque de diversões e queria "ver tudo"!!! Começamos pelo térreo, onde encontra-se as artes primitivas. Ali encontramos peças excepcionais da Asia Central, Sibéria, Caucaso que raramente são expostas nos museus europeus.
Objetos em ouro da época dos Scythes (não sei mais como se diz em português) nômades dos séculos VII ao III a.C.
O segundo andar é a parte "nobre" do Hermitage, o mais visitado, com suas pinturas e esculturas entre a Idade Média e o século XIX, separado por "escolas".
Itália
As principais atrações são dois magníficos quadros de Leonardo da Vinci (1452-1519). E praticamente só para nós!!! Eu via gente que passava reto sem nem mesmo olhar, e eu não conseguia desgrudar meus olhos das pinturas!!!
A Madonna Benois, uma obra de juventude de Leonardo que se tornou mais tarde o grande mestre da Renascença. A grande revelação dessa obra é a forma escolhida pelo artista para representar a mãe e o filho, sem nenhuma formalidade. A flor é observada pelo bebê que descobre o mundo com uma grande curiosidade própria às crianças. As mãos que se tocam e que tocam a flor são sublimes, próprias de um mestre como Leonardo da Vinci (na época, ninguém conhecia a anatomia e sabia representá-la tão bem quanto ele).
Existe uma certa controvérsia em relação a verdadeira autoria dessa Madonna Litta; os estudos preparatórios são de Leonardo, assim como os detalhes, mas o todo difere da "mão do artista". Provavelmente ele começou e um de seus alunos terminou (Leonardo fazia mil coisas ao mesmo tempo e tinha dificuldades em terminar o que tinha começado), ou então um dos alunos fez o quadro a partir de seus croquis e o mestre colocou a sua mão nos detalhes. Em todo caso, o quadro é lindo! A delicadeza do rosto da mãe e o carinho matermal estão presentes de forma bem viva na obra.
Depois vem meu preferido, Rafael (1483-1520):
A Madonna Conestabile, obra de sua juventude, pequena mas impressionante!
A Sagrada Família
Existem duas salas que são réplicas das salas pintadas por Rafael no Vaticano (a rainha Catarina queria o mesmo no seu palácio!). Mas obviamente não foram pintadas por Rafael, já que datam de mais de 2 séculos após a sua morte!
Uma escultura de Michelângelo (1475-1564)...
Posição difícil essa que ele escolheu para esculpuir o personagem!!!
Impossível de representar os detalhes do rosto!
Essa bela Judith de Giorgione (1477/78-1510):
Sempre me impressiono com as pinturas de Canaletto (1697-1769) de Veneza, onde ele observava as ruazinhas, praças, pontes e palácios.
Esse quadro representa a chegada em Veneza do embaixador francês Languet em 1726. Cada elemento é descrito com uma precisão incrível. Um verdadeiro registro fotográfico, o que era importante para uma época em que a fotografia ainda não existia.
Aqui vemos a ponte do Rialto mais ou menos na mesma época!
Outra sala impressionante foi uma de esculturas, com peças lindas de Canova (1757-1822).
O escultor trabalhou temas da mitologia, e seus trabalhos foram reproduridos muitas vezes (por ele mesmo, de acordo com as encomendas). Essa "Amor e Psiquê" que encontramos no Hermitage pertencia à Josefina, esposa de Napoleão. Psiquê coloca uma borboleta na palma de seu amante Eros (Amor). Esse seria o símbolo de uma amor inocente, enquanto a escultura abaixo (Psiquê reaninada pelo beijo de Amor) teria simbolizado o amor carnal.
São cerca de 30 salas suntuosas dedicadas às obras italianas. Não dá para falar de tudo, mas o museu ainda abriga obras de Ticiano (principalmente seu último período), Veronese, Caravaggio, Giordano, dentre outros!
Alemanha
Apesar de ser menos conhecida e importante em termos de artes e pintura no período da Idade Média e Renascença, já comentei algumas vezes aqui no blog que adoro Lucas Cranach (o pai e o filho, mas principalmente o pai, entre 1472-1553). Então não poderia deixar de visitar às 6 pequenas salas dedicadas à pintura alemã nesse período:
O escultor trabalhou temas da mitologia, e seus trabalhos foram reproduridos muitas vezes (por ele mesmo, de acordo com as encomendas). Essa "Amor e Psiquê" que encontramos no Hermitage pertencia à Josefina, esposa de Napoleão. Psiquê coloca uma borboleta na palma de seu amante Eros (Amor). Esse seria o símbolo de uma amor inocente, enquanto a escultura abaixo (Psiquê reaninada pelo beijo de Amor) teria simbolizado o amor carnal.
São cerca de 30 salas suntuosas dedicadas às obras italianas. Não dá para falar de tudo, mas o museu ainda abriga obras de Ticiano (principalmente seu último período), Veronese, Caravaggio, Giordano, dentre outros!
Alemanha
A direita detalhes da sua assinatura!
Ainda tenho muita coisa para mostrar do Hermitage, mas realmente não cabe em um post só e prefiro separar. Esse foi apenas o primeiro que consegui terminar, por isso segue em primeiro, não exatamente em ordem de importância para mim. Mais detalhes sobre o museu aqui.
8 comentários:
Não sabia que tinha tanto Leonardo da Vinci espalhado pelo mundo, pensei que tudo fosse na Itália.
Milena
Visitar museus é super interessante, mas definitivamente não é para todo mundo. Como vc. mesma citou que viu gente que nem olhava as telas do Da Vinci, esse parece o tipo de turista que não aprecia de verdade a arte, mas vai aos museus porque "faz parte do roteiro"..rs.., ou só para fotografar e guardar de lembrança...rs... Alguns museus são imperdíveis!! Como ir a Paris e não visitar o Louvre?, que também requer muito tempo de visitação. No caso do Hermitage, EU particularmente não teria pique de passar sete horas nele, apesar do Hermitage parecer lindo!, admiro vocês :-)mas eu adoro ver arte, principalmente arte moderna!! Também não sabia que haviam tantas madonnas do Da Vinci na Russia. Abs..
Ana, tem sim, e tem mesmo obras "perdidas"... Quem sabe um dia encontro uma?
Sandra, não é realmente para todo mundo! Até uns 2 anos atrás eu aguentava no máximo 1h30... Mas o nível de tolerância e de apreciação de acordo com o aumento do conhecimento!
Mas eu já acho que quem não gosta não precisa visitar museu só para dizer que foi... Não acho que é mérito nem desmérito! Mas também acredito que depende da "criação"; crianças que tiveram esse incentivo desde cedo vão apreciar. Eu não tive, mas sempre fui muito diferente na minha família!
No Hermitage tinha toda uma ala de arte moderna, ainda não deu tempo de falar! Também gosto de algumas coisas, mas arte contemporânea ainda não me entra na cabeça... E pior que é o que meu marido ainda prefere!
adoro museus. E adoro da Vinci...obrigada por dividir!
Milena muito bom este teu paseio. As fotos estao lindas e coloca mesmo o restante depois, quero saber.
Bjao
Que museu maravilhoso!!! Não posso dizer que sou uma big fã de museus, que não perco um, mas gosto sim... E depende do meu humor e do local. Tem dias quem nem quero ouvir falar em museu e tem outros que é a única coisa que quero fazer. Ficar 7 horas é mesmo cansativo, no MET eu NY devo ter ficado umas 5 horas por lá. Recentemente fui aos museus em BH, eles não são tão grandes, em duas horas foi possível conhecer muito! E conta mais dessa viagem...parece tudo de bom! bjs
Milena
A Rússia era o meu destino para este 2012, mas quem sabe em 2014...rs Estou aqui boquiaberto: 7 horas de visita. O máximo que fiquei foram 3 h 30 no Van Gogh. Lindas obras.
Inaie e georgia, assim que conseguir encontrar um tempinho para redigir e escolher as boas fotos, escreverei sobre o resto!
Bia, realmente depende do "bom humor" e do local! Agora que a primavera chegou em Paris, os dias estão lindos e ensolaradas, não tenho vontade de ficar fechada em um museu, cinema ou mesmo centros comerciais. Prefiro as ruas, os jardins... Cada coisa tem seu momento! Por isso sempre aconselho a deixar o museu para visitar em um dia chuvoso, muito frio ou em pequenas doses!
Jorge, se vc ficou 3h30 no Van Gogh, então ficaria facilmente o dia inteiro no Hermitage! Vale a pena! Agora fiquei com ainda mais vontade de conhecer Moscou e quero voltar em S Petersburgo!
Postar um comentário